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domingo, 3 de abril de 2011

Meu rugido dominical



Li neste domingo um artigo da revista Veja que afirma, peremptoriamente, que a chance de encontrar a alma gêmea pela internet (redes sociais, sites de relacionamentos ou correlatos) é 42% maior do que a possibilidade de conhecer a outra metade da laranja nas ruas (bares, baladas, festas e relacionados).


Sobre isso, digo apenas que já me ocorreram as duas situações e que não existe um padrão. Não sei se de fato as possibilidades aumentam com a internet. Sei que, é fato, não conhecerei em vida todos os contatos que tenho nas inúmeras redes das quais participo.


O que, é certo, também não me garante que, se as conhecesse, identificaria entre essas pessoas aquela que, eventualmente, me cabe e eu a ela.


A minha verdade é que tanto se me ocorreu conhecer pessoas interessantes na rua (real) quanto na rede (virtual). Nos dois casos, também, se deu o inverso, no qual a pessoa se mostrava uma e se revelava, depressa até demais, outra. Para o bem e para o mal.


Acabei de voltar de viagem e cruzei, rapidamente ou não, com dezenas de pessoas. Não! Não as contei. Calculo que foram dezenas. Em alguns casos, houve cruzamentos diretos, daquele tipo que o olhar prende, avalia e emite sinais inequívocos de mensagens, cifradas ou não. E que, dadas as circunstâncias, ficam a vagar, essas mensagens, sem que se concretizem.


Dessas dezenas de encontros, porém, destaco apenas duas situações efetivas. Já admiti algumas vezes minha dificuldade com os cálculos. Ainda assim, entendo que a matemática continua a ser referência e, ainda que se trate, tudo, em última instância, de sensações e trocas, são os números que confirmam ou desmentem algumas teorias. O percentual apresentado pela matéria da Veja é originado a partir de uma complicada fórmula matemática da qual não gravei nem o nome.


Mas, posso fazer uma conta simples da minha própria experiência empírica. Como disse, encontrei dezenas de pessoas. Para fechar num número, digamos que encontrei 120 pessoas. Dessas, apenas duas foram além do esbarrão, do olho-olho-descarte. Não dá nem 2% do total.


Ainda assim, é um número alto, dado que, nas redes sociais, somados, devo ter amigos (virtuais e reais) que ultrapassam, em quantidade, 3 mil pessoas. Que, de fato, existem. Mas, dos quais a maior parte eu simplesmente tenho (quando tenho) contato virtual.


E, admito, desde que participo dessas redes (de 2007 para cá, de forma mais intensa), nunca se me ocorreu de encontrar qualquer uma dessas pessoas reais, porém, virtuais. O que dá 1 x 0 para a vida real.


Também, dos últimos contatos reais que tive, foram por meio de situações geradas pela rua (de novo, bares, baladas, festas), e não pela internet. De forma que, a grosso modo, desminto, também peremptoriamente, o argumento da reportagem da revista.


Ao mesmo tempo, meu histórico faz com que eu reflita e não descarte a web como um local para se conhecer as pessoas. Isso, como eu disse, já me aconteceu antes. E não descarto a hipótese da repetição, posto que nem sempre a história se repete como farsa, como ousam dizer os historiadores.


A minha indignação se dá num único ponto, seja no mundo real ou no universo virtual: por que mesmo que sempre fica no ar a indagação do que poderia ter sido um contato se houvesse tempo para viabilizá-lo e concretizá-lo? Ou por que mesmo quando se dá um passo à frente, no terreno virtual, dois passos são dados para trás, o que contraria expressamente a teoria dos seis graus de separação, segundo a qual estamos apenas a seis passos de cada pessoa no mundo?


O que vejo em minhas andanças são apenas as pontas dos icebergs. Que passam, vagarosos. Mas que se deixam entrever apenas de ponta, um pedaço só. E os quais, em geral, nunca tenho oportunidade ou tempo para explorar as bases. E isso se dá em todas as dimensões, reais ou virtuais.


Portanto, a tese da revista para mim, no fundo, não quer dizer nada. O que está em jogo, definitivamente, é a disponibilidade, e não a possibilidade de encontrar mais ou menos pessoas pela vida. Fácil é se estar na vida, real ou não. Difícil é se colocar efetivamente disponível. E aí não há fórmula matemática para se chegar a um resultado.

2 Comentários:

João Roque disse...

Eu conheci o Déjan através da Internet; está tudo dito, no que respeita à minha opinião sobre o assunto.

Redneck disse...

Oi João, há quanto tempo, não? E digo que eu admiro profundamente isso. E que fico feliz que haja esse maravilhoso contraponto. Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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