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domingo, 7 de novembro de 2010

Meu rugido dominical



Paul McCartney, Eminem, Black Eyed Peas, Jonas Brothers, Lou Reed, Starts With You (SWU), Ultra Music Festival (UMF), Planeta Terra e até a Fórmula 1 (F1). Esses eventos e shows aconteceram ou acontecem por esses dias em São Paulo e não teve um, nenhum sequer, que acontecesse sem que houvesse problemas, fosse de transporte, de infraestrutura ou de organização.


E afirmo isso com propriedade: amigos que foram a um ou mais eventos ou eu mesmo pudemos constatar a total precariedade da cidade e mesmo do Estado (no caso do SWU, que aconteceu em Itu, interior de SP) quando se trata de (des)organizar um show ou evento de grandes proporções.


Dos acima relacionados, fui apenas ao show do Black Eyed Peas, que aconteceu na última quinta-feira, 4, no Estádio do Morumbi, em SP.


O show começava às 21 horas, com a participação do DJ David Guetta e do rapper Akon, com palhinha da musa do Black Eyed Peas, Fergie. Pois conseguimos entrar no estádio apenas às 21:45 horas. O Black Eyed Peas começou a tocar pontualmente às 22 horas. Antes de chegar ao estádio, um calvário: trânsito entupido, motorista do microonibus desinformado e perdido e confusão sobre qual o portão correto a que teríamos acesso ao estádio. Não fosse a providência gentil das centenas de organizadores, eu teria que ter saído e tentado entrar por outro local. Pessoas simpáticas e prestativas me conduziram prontamente para a pista. Mas, isso apenas aconteceu porque o meu ingresso me dava acesso a local privilegiado. Se não fosse por isso, tenho certeza que teria que procurar por mim mesmo e talvez tivesse perdido uns 30 minutos.


Depois, para sair, levamos mais de uma hora entre a saída e a chegada na ponto de encontro de onde havíamos partido. Ao redor do estádio, uma completa desorganização, muita desinformação e, a despeito de não ter tido problema, tenho certeza que muitos por ali tiveram transtornos com a falta de segurança. Engraçado que, para entrar, a polícia é mais do que eficiente: eu portava uma mochila cheia de canetas e cadernos de notas, já que fui direto da redação. O policial que me revistou ficou intrigado com tanta caneta e caderno e me questionou várias vezes sobre o conteúdo. Sossegou apenas quando lhe mostrei meu crachá de jornalista. Na saída, não vi a menor pegada de policiais.


No SWU, que se queria um festival, sobretudo, de sustentabilidade e, portanto, com forte apelo ecológico, tudo o que se viu, segundo amigos, foram montanhas de lixo para todo lado, poeira e lama, alternadamente, já que o local onde o evento se realizou foi uma fazenda. Claro que é um local adaptado nas coxas para receber milhares de pessoas.


Outro local que abriga shows internacionais em São Paulo é a Chácara do Jóquei, zona oeste da cidade. Lama e poeira se alternam no local, que já recebeu, inclusive, o meu queridinho Radiohead. E quem quiser que coma pó ou se lambuze com a lama porque, até chegar ao local, há que se empreender uma verdadeira trilha quase rural no meio do nada.


Finalmente, na sexta-feira, 5, o Eminem fez show em São Paulo, no Jockey Club da cidade, que fica na zona sul, na beira da Marginal Pinheiros, local dos mais inóspitos quando se trata de trânsito de São Paulo e, notadamente, numa sexta-feira. Eminem estava no set do F1 Rocks, novo evento musical atrelado à Fórmula 1, que aconteceu neste domingo na cidade. Desde manhã, a marginal Pinheiros esteve congestionada. Passei duas vezes pelo local, por força do trabalho, e vi apenas congestionamentos sem trégua.


Ontem, sábado, houve desdobramentos ainda do F1 Rocks e do treino para a própria F1. Claro que a confusão se estendeu. Ontem também aconteceu a primeira fase do Enem (Exame Nacional do Ensimo Médio), com 4,6 milhões de alunos inscritos em todo o País este ano. Em São Paulo, a confluência de eventos fez com que muitos alunos, presos por 4 horas no trânsito, perdessem a prova e, com isso, um ano de estudos: a nota obtida no Enem é obrigatória para os que prestarão vestibular para as universidades de todo o Brasil.


Todos esses fatos acima relatados são para comprovar, para mim mesmo, que a cidade de São Paulo não está preparada, em absoluto, para receber eventos de grande magnitude. Especialmente um evento como a Copa do Mundo, da qual São Paulo será uma das doze cidades-sede. Pior: São Paulo, muito provavelmente, fará a abertura e o encerramento da Copa do Mundo.


Se não damos (a prefeitura, o Estado, a iniciativa privada) conta de shows com 60 mil pessoas, o que dizer de uma Copa do Mundo, com milhares de visitantes estrangeiros, caóticos congestionamentos, absoluta falta de transporte coletivo e um deficiente sistema de táxis que não são capazes de escoar o público?


Pode parecer birra minha, eu que, desde o princípio, fui contra o Brasil (e não apenas São Paulo, note) sediar uma Copa do Mundo. Não estamos preparados. E nem estaremos, estou certo disso. E se você passa por São Paulo ou vive por aqui, sabe muito bem disso: para ir da zona sul (Berrini, Nações Unidas etc.) para o aeroporto de Cumbica (Guarulhos), em pleno horário de pico (17 e 18 horas) é bom que o seu voo seja a partir das 21 horas. Do contrário, você perde o avião, a paciência e um pouco (ou muito) da razão. São Paulo torna-se, por vezes, um círculo do inferno no qual você roda, roda e roda e não sai do lugar.

4 Comentários:

Anônimo disse...

Red,

Vc esqueceu de mencionar um piloto de F1, cujo nome nao me ocorre agora, que sofreu uma tentativa de assalto nas proximidades de Interlagos, onde aconteceu a corrida. Nao fosse o fato de o carro ser blindado e o piloto estar escoltado por profissionais bem treinados oferecidos por sua equipe, o episodio poderia ter terminado em tragedia.
Adoro Sao Paulo, minha cidade querida, mas se nao damos conta nem de nos mesmos, que vivemos nela, o que dizer de abrigar eventos dessa envergadura??? Realmente, nao da!

Beijo
La V.

João Roque disse...

É um problema sério esse, sim.
Olha, aqui, está tudo atrapalhado com o próximo fim de semana, pois é em Lisboa a cimeira da NATO, com o Obama e os chefes de Governo todos e ainda mais o presidente da Rússia, convidado especial.
A segurança é máxima, a cidade vai ficar em parte interditada e até o governo deu tolerância de ponto na sexta feira...
Vamos ver se há manifestações contra?

Redneck disse...

La V, melhor nem entrar em detalhes. A despeito de isso acontecer, acho que, mais do que a violência do Brasil, é uma fatalidade que pode acontecer em qualquer lugar. Conheço pessoas que foram assaltadas em Nova York e em Paris. Beijo!

Redneck disse...

João, o problema é que, em São Paulo, isso é praticamente uma rotina e irrita. Se fosse uma vez ou outra, dava para tolerar. E até 2014, eu lhe asseguro que o problema estará agravado com pelo menos mais 1 milhão de carros na rua, somados aos quase 5 milhões que já temos por aqui. Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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