Meu rugido dominical
Existe um conceito chamado "amizade" que, na escala de importância na vida, em minha opinião, perde apenas para aqueles que nos fecundaram e nos deram a própria vida. Amigos nós formamos, feito uma árvore. Que pode ser frondosa ou secar, conforme o trato que se dá a essa árvore ao longo da vida.
Durante esse processo de viver, alguns galhos ficam fortes e criam vínculos profundos que nenhuma tempestade é capaz de podá-los. Outros, mais raquíticos, às vezes caem, se quebram, trincam ou apenas secam e se descolam. É natural, exatamente como ocorre com as árvores.
Ontem, sábado, e hoje, domingo, ouvi de duas amigas que são galhos fortes duas coisas sobre mim mesmo: a primeira disse que sou ouro a ser descoberto. A segunda, que brilho.
Pela centésima vez, antes de tudo, deixa eu contextualizar: sou leonino. Tais predicados, no entanto, longe de me envaidecer e fazer eriçar a juba, apenas me fizeram pensar. E, ao pensar, resolvi interiorizar essas reluzentes opiniões a meu respeito.
Minha amiga que comentou sobre o brilho disse mais. Que temos, ela e eu, esse brilho. E que, se as pessoas que nos interessam são incapazes de perceber tal brilho, devemos passar reto, ir brilhar em outra freguesia. "Porque não temos mais idade para isso", me alertou. Concordo. A grosso modo, temos, ela e eu, urgência. Que a vida urge, rápida, e não há tempo em consumir a chama (ou o brilho) com potenciais velas voláteis, ainda que as velas e chamas sejam, por princípio, voláteis em si mesmas.
O que quero dizer é que entendi perfeitamente o recado de ambas e não estou (e não é de agora) mais disposto a brilhar feito um vagalume perdido no meio do mato. Aliás, nem mesmo o vagalume emite luz sem razão: o inseto o faz para atrair a parceira e, até onde eu entendo do reino dos vagalumes, são bem-sucedidos com seus brilhos.
Então é isso: vou assumir que valho ouro e que brilho. Tanta riqueza assim deve ser desfrutada por quem o mereça. Não, não vou aqui me colocar em um pedestal. Tampouco vou rastejar por migalhas. Quero o que me cabe. Nem mais nem menos. Quero o que mereço. Pelo que sou, pelo que valho. E valho muito. Eu sei. Aproveito para colocar um vídeo que reproduz essa sensação que sinto neste momento:
4 Comentários:
O mais importante é termos a exacta noção do que valemos: nem de mais, nem de menos.
Assim sabemos o que podemos contar sobre nós mesmos, do que conseguimos alcançar e das nossas limitações.
Aproveito para dizer que adoro os REM.
Que bom, Red. Entao, vai, brilhe!!!!
Bjo
La V.
João, você expõe com sabedoria o que eu quis dizer. Adoro o teu comentário. Beijo!
La V, o brilho se manifesta pelas minhas palavras e não pretendo mais me calar, conforme nos falamos ainda ontem (domingo). Beijo!
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