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sábado, 18 de abril de 2009

O estado da arte

"O estado da arte", em tecnologia, refere-se a sistemas de última geração, de vanguarda. Mas, e a arte de vanguarda, qual é? O que é arte contemporânea? A arte reproduz o cotidiano, brinca com a vida, polemiza, ataca e contra-ataca. Em três séries, o estado em que a arte se encontra:

1. Escultura: o artista plástico britânico Barnaby Barford fez estatuetas de porcelana para retratar o cotidiano de jovens delinquentes do Reino Unido. Barford subverte as figuras e cenas pastorais tradicionais na coleção "The Good, The Bad, The Belle" (O Bom, O Mau, O Belo). Uma das esculturas mostra o "happy slapping", prática que consiste em agressão inesperada contra uma vítima aleatória em escolas londrinas. Outras peças mostram vândalos num parque, uma pichação e um garoto que come um lanche do McDonald's.


2. Escultura e fotografia: na Coreia do Sul, o artista Gwon Osang criou esculturas a partir de fotografias. A técnica consiste em fotografar diferentes partes da anatomia de uma pessoa, imprimir as imagens e sobrepô-las em manequim de gesso em tamanho real. A banda inglesa Keane convidou o artista para ilustrar seu último álbum, "Perfect Symmetry".


3. Fotografia: o fotógrafo norte-americano Alan Sailer fez uma série de imagens que retratam o momento exato em que um projétil acerta objetos. Para capturar o efeito provocado pelos tiros, Sailer fez ajustes no flash e no obturador da câmera Nikon D40. Nas fotos, entre outras, uma bala atravessa um enfeite de Natal e um morango.


sexta-feira, 17 de abril de 2009

A aura de David Terminator Beckham

David Beckham é Terminator no novo anúncio da Motorola. Metade homem, metade robô, com um olho vermelho, é assim que Beckham estrela a propaganda do celular Aura. O filme foi rodado em Milão, na Itália. Atualmente, Beckham está emprestado ao Milan e participa do Campeonato Europeu.


No filme (vídeo abaixo), que usa a técnica de pós-produção de cutting-edge, Beckham ou Becks, aparece sob uma luz diferente, vermelha, que lhe dá uma espécie de aura. À medida que Becks ergue o celular, a imagem revela as costelas, músculos e artérias como uma espécie de Raio-X que expõe o jogador. O anúncio deve estrear mundialmente até o final deste mês.


Beckham joga na Europa até o final do campeonato, em junho, e depois retorna aos EUA para o time que é proprietário do seu passe, o Los Angeles Galaxy.

O primeiro milionário a gente nunca esquece

Eu nunca tinha visto nada em tamanha dimensão: nas últimas 24 horas, @aplusk, aka Ashton Kutcher,  juntou milhares de seguidores e, antes da meia-noite de ontem (16/04), havia encostado na @cnnbrk, aka CNN - 982.478 seguidores versus 982.477 seguidores.



Depois, houve oscilações, com ultrapassagens entre um e outro e, após 1 da manhã (horário de Brasília), @aplusk manteve distância segura. Tratava-se do desafio proposto por Ashton, e aceito pela CNN, para ver quem chegava primeiro ao primeiro milhão de seguidores no microblog.


Exatamente às 3:15 da manhã (horário de Brasília), Ashton cravou 1.000.023 seguidores ante 998.313 seguidores da CNN. Foi uma torcida e tanto, com a tweetsfera a seguir, ao vivo, cada segundo. Com contadores, fãs e quem mais quisesse, inclusive com vários posts de brasileiros, como o do @rodrigoscarpa, aka Vesgo do CQC, que suplicou ao Ashton para que @mrskutcher, aka Demi Moore, fizesse um striptease para os brasileiros. Claro que Demi Moore estava ao lado de Ashton. Demi chegou a falar para o público no streaming de vídeo. Abaixo, um dos vários vídeos em streaming do @aplusk.

É o primeiro milionário que eu vejo formar-se ao vivo, em cadeia mundial. E hoje, 17/04, tem o @ev, aka Evan Williams, um dos fundadores do Twitter em cadeia nacional nos EUA na Oprah e aqui no Brasil, pelo GNT, a partir das 20 horas. A baleia do Twitter afundará de vez.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Lula e a participação especial em South Park

Depois de ser chamado de "O Cara" por Barack Obama, Lula acaba de ganhar participação especial no episódio de ontem (quarta-feira, 15) do desenho "South Park". O episódio da temporada norte-americana, de número 13, tem 21:33 minutos de duração e pode ser visto neste link, ainda sem tradução em português.


O episódio - "Pinewood Derby" - ainda tem como coadjuvantes outros líderes mundiais como o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e outros políticos, da África ao Japão.


No programa, o protagonista Stan mata um alienígena tido como perigoso e a polícia espacial chega na cidade atrás do ET. O pai de Stan aparece ao telefone com diversos líderes mundiais - Lula entre eles -, numa espécie de teleconferência global, e questiona se algum deles viu o alienígena. A polícia espacial explica que o ET é procurado por roubar milhões em dinheiro (encontrado pelos personagens, que mentem sobre o paradeiro da grana).


E a história se desenvolve, com a aniquilação da Finlândia e a participação especial de Lula que, em algum momento, diz: "Sem mudanças", sobre o destino do alienígena e do dinheiro. Assista. É divertido. Se o Brasil queria estar entre as lideranças mundiais, já conseguiu. E nem foi preciso que a diplomacia brasileira trabalhasse para isso. "South Park" fez melhor.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

New sensation: Susan Boyle

New angelic sensation - a nova sensação angelical é a expressão que pode definir o novo hit do YouTube, com mais de 12 milhões de acessos (somados as diversas postagens), é a inglesa Susan Boyle. No sábado passado, a candidata do programa "Britain's Got Talent" apresentou-se aos jurados e surpreendeu plateia e jurados - entre eles, o temível Simon Cowell, de American Idol - com a voz e a afinação.

Rapidamente, o vídeo ganhou as paradas do YouTube e foi, inclusive, retirado pelos administradores para compartilhamentos em outros blogs e sites.

Susan Boyle tem 47 anos e cantou "I Dreamed a Dream", que é uma canção do musical "Os Miseráveis". O programa britânico, em fase eliminatória, elegeu Susan por unanimidade - três contundentes 'sim' dos jurados - e a plateia aplaudiu a cantora de pé. Susan lidera as apostas para vencer o programa.

A candidata está desempregada e trabalha como voluntária em uma igreja e também faz trabalhos comunitários. Na região em que vive - West Lothian, uma das 32 áreas da Escócia, próxima de Edimburgo - Susan é conhecida em função de apresentações em karaokês locais.

Além da exuberante apresentação no programa de TV, Susan ganhou adeptos como @aplusk (o ator Ashton Kutcher, que quer ser o primeiro usuário a atingir 1 milhão de seguidores no Twitter) e sua esposa, @mrskutcher (Demi Moore). "Me fez ganhar a noite", twitou Ashton. "Fiquei com lágrimas nos olhos", postou Demi. Abaixo, o vídeo:



terça-feira, 14 de abril de 2009

As mais belas do mundo

A revista norte-americana Vanity Fair publicou nesta terça-feira a lista das mulheres mais bonitas do mundo. A votação é feita pelos leitores da publicação. Em primeiro lugar, disparada, a atriz Angelina Jolie, com 58% dos votos. Na segunda posição, a brasileira Gisele Bündchen, com 9% dos votos. As outras eleitas pelo público foram: as atrizes Halle Berry (4%), Jennifer Connelly, Penélope Cruz e Scarlett Johansson, a top model israelense Bar Refaeli e a rainha da Jordânia, Rania al-Abdullah (todas com 3% cada).


Confira nas fotos abaixo cada uma dessas beldades e me diga em quem você votaria. Eu voto na Halle! A lista completa, com 19 mulheres apenas, inclui ainda a cantora Beyoncé, as atrizes Cate Blanchett, Catherine Deneuve, Freida Pinto, Natalia Vodianova e Ziyi Zang (com 2%) e Carla Bruni, Elle MacPherson, Kate Moss, Gwyneth Paltrow e Kerry Washington (com 1%). Na sequência, por ordem de mais votada, as oito primeiras colocadas.

(1. A atriz norte-americana Angelina Jolie)


(2. A top model brasileira Gisele Bündchen)


(3. A atriz norte-americana Halle Berry)


(4. A atriz norte-americana Jennifer Connelly)


(5. A atriz espanhola Penélope Cruz)


(6. A atriz norte-americana Scarlett Johansson)


(7. A top model de Israel, Bar Refaeli)


(8. A rainha da Jordânia, Rania al-Abdullah)

Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais

O título acima é o refrão de uma música infantil de autoria desconhecida. E agora virou manchete na mídia da Polônia. Tudo porque o zoológico da cidade de Poznan comprou Ninio, um elefante que, até prova em contrário, gosta mesmo é de companheiros machos e corre feito elefante que viu um ratinho quando em companhia feminina.

Claro que estou a cometer uma hipérbole, mas, ao que parece, Ninio não gosta do sexo oposto e, portanto, não tem chance nenhuma de procriar, como era a intenção dos administradores do zoológico ao comprá-lo.


"Não pagamos US$ 11 milhões pelo maior abrigo de elefantes da Europa para ter um elefante gay ali", afirmou, cheio de preconceitos, o político Michal Grzes, do partido conservador (surpresa!) da cidade de Poznan. "A intenção era que os animais procriassem, mas se Ninio prefere elefantes machos, como deixará descendentes?", questiona, estarrecido, o conservador.

Bem, primeiro, observa-se que Grzes, o político, não quer saber de diversidade na cidade dos elefantes. Depois, presume-se que siga à risca o mandamento "crescei-vos e multiplicai-vos". Eu proponho que o pobre Ninio, na impossibilidade de gerar um filho, plante uma árvore e escreva um livro. Melhor: poste num blog como é ser diferente numa sociedade elefantina. A bem da verdade, no entanto, reconheço que Ninio tem demonstrado traços de rebeldia. Não é de hoje que o pobrezinho causa polêmicas.


Ocorre que esta não é a primeira vez de Ninio no zoológico de Poznan. Sem explicações, o animal foi mandado para o zoológico de Varsóvia, onde viveu por três anos. Lá, mostrou um comportamento agressivo, o que fez com que os responsáveis o transferissem para Budapeste, na Hungria. Não se sabe o que aconteceu em Budapeste, mas Ninio teve que voltar para Poznan.

O fato parece ter similaridades ao que acontece recentemente, com Ninio tendo problemas na convivência com elefantes fêmeas. Inclusive, sendo bastante claro ao empurrá-las para as piscinas. No mundo dos elefantes machos, essa atitude é definida como "terna, carinhosa". No mundo dos humanos machos, creio que seria definida como "afetada".


"Ele gosta somente de seus 'brothers' e dá cutucadas nas fêmeas com sua trompa. Tem sido completamente desrespeitoso, de forma geral", reclamou o deputado. A opinião do político não é compartilhada pela maioria das pessoas. Os especialistas afirmam que os elefantes machos costumam 'encoxar' e 'montar' os companheiros de mesmo sexo e que essa atitude está relacionada à troca afetiva, como um beijo ou afago de trompas.

Os elefantes machos, que vivem em separado do restante da manada - fêmeas e filhotes - sempre formam uma espécie de 'fraternidade', uma relação fraternal entre um macho mais velho e um ou dois mais jovens, cujos comportamentos homossexuais são vistos como uma parte importante da dinâmica social. Hummm ... Como os gregos antigos, tipo assim.


Envolvido por uma série de escândalos, Ninio, porém, não está sozinho. O chefe do zoológico da cidade disse que o animal, com 10 anos de idades, ainda é muito novo para decidir suas preferências sexuais. Para que se desfaçam os insistentes rumores, no entanto, uma firangi (fêmea estrangeira) será especialmente trazida da Holanda e tentará copular com Ninio.

Espera-se que Ninio atinja a maturidade sexual somente por volta dos 14 anos. Quando, enfim, decide se quer ser gay na vida ou casar, ter filhos e manter uma vida paralela, com casos homossexuais em escuros e sombrios becos do zoológico. Ninio, te desejo tudo de bom! Qualquer coisa, beijo, me liga!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ordinariazinhas

A baleia se arrasta no mar de dados. Over, pesada, incapaz ante a capacidade ilimitada de tanta gente que quer falar e falar e falar.



(esta é a mensagem de capacidade esgotada do Twitter)

Dia do beijo

Eu quero beijar muuuuiiiittooo! Quem não se lembra do refrão que a atriz Cláudia Rodrigues popularizou no programa de sábado da Globo? Pois é! Todo mundo quer beijar e muito. E hoje, 13 de abril, mais do que nunca, é dia de beijar. Porque é bom e porque celebra-se nesta segunda-feira, no Brasil, o Dia do Beijo.


O beijo, forma de carinho das mais íntimas e com vários significados, é relativamente novo na espécie humana. Os registros históricos apontam os beijos das paredes dos templos de Khajuraho, na Índia, como os mais antigos sinais dessa manifestação do homem, há 2,5 mil anos.

Durante a prática do beijo - profundo, cheio de tesão e erotismo, com troca de saliva - as duas pessoas envolvidas movimentam 29 músculos (dos quais 17 são da língua); os batimentos cardíacos vão de 60 para 150 e, se caprichado, consome 12 calorias. Há médicos que afirmam que beijar combate a depressão.


Os tipos de beijo variam conforme a intimidade e a intenção. Podem ser:

- Esquimó: que não passa de um esfrega de nariz entre os parceiros
- Borboleta: 'troca' de toque de cílios
- Francês: beijo de língua, o melhor
- Selinho: toque de lábios, sem maiores consequências
- Cinematográfico: beijo de cinema, técnico, que, na teoria, não envolve emoção
- Arrepio: beijo na orelha, que provoca de um tudo
- Titanic: beijo aquoso, no qual ocorre uma intensa troca de saliva
- Conde Drácula: começa na boca e se estende pescoço afora
- Amigo: é o mesmo selinho, trocado entre amigos, em que uma das partes sempre quer aprofundar e evoluir o gesto

O beijo é a principal manifestação de carinho da humanidade, na maior parte das culturas, tanto ocidentais quanto orientais. O beijo ativa a liberação de endorfina no cérebro, que é a substância ligada às sensações de prazer e, por isso, combate uma série de males, entre os quais, dar vazão a desejos explícitos ou não.


A palavra beijo vem do latim basium, que significa o toque dos lábios em qualquer coisa, inclusive pessoas (por exemplo, beijar o chão, a aba de uma imagem considerada sagrada, uma fotografia etc.).

Os romanos classificavam o beijo em basium (entre conhecidos), osculum (entre amigos íntimos) e suavium (entre amantes). Na antiga Mesopotâmia (atual Iraque), as pessoas enviavam beijos aos deuses. Na Antiguidade, os guerreiros gregos e romanos trocavam beijos entre si no retorno das batalhas como uma forma de reconhecimento.


Mas foram os romanos que difundiram a prática do beijo. Os imperadores permitiam que os nobres beijassem seus lábios. Os nobres de segundo escalão podiam lhes beijar apenas as mãos e os plebeus, apenas os pés. Na Escócia, os padres beijavam o lábios da noiva ao final do casamento como uma forma de benção. Depois, durante a festa, a noiva deveria beijar todos os homens presentes na boca, em troca de dinheiro. Na Rússia, quem fosse beijado pelo czar, teria reconhecimento oficial. Já no século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher. Ao contrário da Itália onde, se um homem beijasse uma donzela em público, deveria se casar com ela.

O beijo tem vários significados. É sinal de reverência, quando se beija o anel de membros da alta hierarquia da igreja ou a mão de um entre querido. No Brasil, o rei de Portugal, D. João VI, instituiu a cerimônia do beija-mão: todos, nobres e plebeus, podiam lhe beijar as mãos durante as reivindicações. O costume foi mantido tanto por Dom Pedro I quanto por Dom Pedro II.


Beijar significa quase que um ato de antropofagia, no qual você se entrega e busca o outro. O ato de beijar é tão profundo que perde apenas em equivalência (às vezes, não) para o próprio ato sexual. Beijar é possuir e ser despossuído. É troca de fluidos, de sensações, sentimentos e linguagem direta, sem trocadilhos.

Então, beija, me liga! Me liga e me dá um beijo. Me beija e deixe que eu te beijo. Beija aqui, beija ali, beija acolá. Me beije por inteiro, sem respeito, sem cerimônia. Porque beijar faz bem. Um beijo, vários, para você.

domingo, 12 de abril de 2009

Meu rugido dominical


O livro "Man the Hunted: Primates, Predators and Human Evolution" (Homem, a Caça: Primatas, Predadores e a Evolução Humana), dos primatólogos norte-americanos Donna Hart e Robert W. Sussman, faz uma abordagem da vida humana na história evolutiva e constata que, por milhares de anos, fomos caça e apenas passamos à condição de caçadores bem mais recentemente do que se imaginava.

Ou seja, não nascemos de berço como astutos e argutos caçadores. Ao contrário, na contagem dos anos que nos é permitido retroceder em nossa linha evolutiva, mais fugimos do que encurralamos, mais nos defendemos do que atacamos.

Para chegar a essa conclusão, os autores analisaram fósseis e artefatos, tanto de primatas quanto de predadores. Outrora, se pensava que os primatas (inclusive macacos), por conta de uma 'inteligência' mais avançada, estavam a salvo dos predadores.

Nós, hominídeos, ainda, éramos alvo de um número imenso de predadores: falcões, águias, corujas, felinos, lobos, chacais, ursos, hienas, guaxinins, gambás, jacarés, crocodilos, cobras, lagartos e tucanos. Muitos desses bichos são, atualmente, completamente ignorados por nós como potenciais predadores.

A defesa humana contra o ataque da bicharada somente teria aparecido tardiamente: há 400 mil anos, quando há os primeiros registros de lanças. Os grandes animais herbívoros somente começaram a ser caçados há 40 mil anos, pelo neandertal. E isso se consolidou somente com a passagem do neandertal para o Homo erectus, há 'recentíssimos' 40 mil anos.

Desde os os primeiros registros da pesquisa - 6 milhões de anos atrás - até o domínio da caça como forma de subsistência e defesa, foram mais de 5,5 milhões de anos, computadas todas as espécies de humanídeos que povoam esse período. Por longos 5,6 milhões de anos fomos, portanto, comida.

Mas, assim que passamos da condição de caça a predadores, tornamo-nos imediatamente eretos, eriçados, altos em nossa posição de animal racional. E não há, então, fera ou animal selvagem que não possa, com os devidos mecanismos, ser caçado, dominado e morto pelo homem.

Imagino que, com isso, simultaneamente, passamos da condição de eterna vigilância e passividade ante às criaturas selvagens para uma situação de controle da cadeia natural, segundo a qual somos extremamente capazes de fazer valer a nossa vontade.

Transformamo-nos em primatas selvagens, violentos, vigorosos, escudados que estamos por detrás de nossas armas letais. Não se trata mais de um embate face-a-face com as feras. Agora, dispomos de proteção, de meios de se atingir o bicho sem que ao menos os animais nos pressintam. Somos traiçoeiros na posição de caçadores.

Dificilmente nos expomos em mata aberta. Não! Em absoluto! Tememos as feras ainda. Mas as matamos. Cometemos sacrifícios sob o signo da segurança, do medo, da glória que vem com o troféu. De prato cheio de animais selvagens passamos a refinados dândis que se comprazem em exibir peles, marfins e cabeças empaladas na sala de visitas para que o outro macho-homem se admire e nos inveje.

Fomos o caldo apenas, um dia. Fomos o pasto e repasto dos bichos por longos e duradouros milhões de anos e talvez isso tenha criado em nós a consistência de pedra da mais dura matéria. Pois que nos transformamos em aço armado, braço armado que ataca sem fome e joga fora o animal que não se serve como comida. Temos nossas próprias comidas. Caçar é diversão, não é subsistência.

De ração para a subsistência dos bichos primitivos, viramos arpões, astutos rifles que ousam, assim, disparar em direção aos bichos. Claro está que a partir de posições seguras, sem ameaça de contra-ataque.

Me espanta que, dentro da escala evolutiva, tenhamos, em 'apenas' 400 mil anos, saltado no tempo em tão largas passadas para que a situação se invertesse por completo. Embora eu me admire da capacidade humana criativa em inúmeras áreas, advinda do conhecimento, em igual proporção me surpreende que em poucos milhares de anos tenhamos sido alçados à condição de predadores.

Talvez - e como muitas teorias, essa também essa fantasiosa - se ainda fossemos potenciais almoços e jantares de animais selvagens, poderíamos ser mais afáveis, não? Quer dizer, mais propensos a pensar duas vezes sobre o valor da vida. Mais cautelosos, silenciosos, cheios de precauções, de cuidados, de passos contritos. Sobre o que se pode fazer quando se pensa. Sobre o quão pequenos somos na poeira inefável do tempo.

Mas, quer saber? A essa altura, não dá nem tempo de pensar sobre isso porque tempo é aquilo que alegamos nunca termos. Imagina se o gastássemos em conjecturas como essas! Melhor engolir depressa a comida e esquecer que outrora fomos mastigados. Que fomos fontes de proteína para a sobrevivência de outras espécies. Qual o quê! Que perda de tempo ...

(parte de algumas informações deste post foram extraídas de artigo lido no portal G1)

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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