Folhinha
Antigamente, chama-se folhinha ao calendário que invariavelmente ficava pregado na porta da cozinha ou num móvel. Alguns o colocavam na porta do banheiro para, não sei bem porque, talvez lembrar-se de datas enquanto satisfazia as necessidades básicas que costumam se satisfazer no banheiro. Ou, ainda, durante a secagem pós-banho, olhar a folhinha e ver que banho após banho, as células enrugavam-se tal qual se aproximava o fim ou começo de mais um ano.
As folhinhas são mais raras e todo mundo tem um calendário no celular ou no talão de cheques. Raros são os que consultam os calendários de papel. A folhinha, como muitas outras coisas, está em extinção.
Talvez por isso, a empresa italiana Pirelli, que publica o famoso Calendário Pirelli, tenha mudado a folhinha de modelos nuas que estampavam, notadamente, as oficinas mecânicas e os bastidores dos postos de gasolina, e passou a dar tratamento de arte a um objeto que, por si mesmo, perdeu a função original. O calendário da Pirelli começou a ser produzido em 1964. Mas, somente a partir de 1985 é que começou a colocar top models nos meses. Depois disso, tornou-se cult. E, depois ainda, as mulheres passaram a dividir as páginas mensais com os homens.
Para a edição de 2011, que urge aí na porta, a Pirelli fez festa de estreia em Moscou. A 38ª. edição da folhinha mais luxuosa do mundo, "The Cal", como é chamado pela empresa, foi assinada pelo estilista Karl Lagerfeld. No estúdio que mantém em Paris, Lagerfeld criou o calendário "Mithology". São 36 imagens que retratam 24 temas de divindades, heróis e mitos. São 21 protagonistas (15 mulheres e 5 homens), entre os quais a atriz Julianne Moore e a modelo brasileira Isabeli Fontana. Abaixo, 12 imagens da edição 2011.
2 Comentários:
A disseminação deste tipo de calendários feitos com extremos cuidados e exibindo belos corpos de mulheres ou de homens, alguns deles com fins de beneficência, tem-se vindo a incrementar.
Uns melhores, outros mais propagandistas, são afinal uma evolução normal e sofisticada daqueles calendários com a Marilyn na capa, que abundavam nas casernas e nas barbearias de bairro.
Eu gosto muito dos "Dieux du Stade"!
Todo mundo agora resolveu posar nu para causas humanitárias, né? Eu também vou posar. O meu motivo? Pelo humanitarismo, puro e simples. Sendo eu humano, suponho, posso posar nu apenas pelo fato de tentar cooptar mais humanos para a causa do humano em si. Entendeu? Nem eu. É só uma desculpa como outra qualquer. Ainda assim, eu gosto desses calendários modernos. E, como você, eu também gosto muito dos Dieux du Stade. Beijo!
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