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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Rastreio de Cozinha - 141


Direto de Ribeirão Preto (SP) - Bem, se estou aqui, há 318 Km de São Paulo, claro que eu não estava lá, na faculdade. Perdi a aula prática do Camboja ou do Laos, certamente, e lamento. Mas, não havia nada que eu pudesse fazer. Também, se me daria quase igual se eu houvesse ido para a faculdade: consegui sair de casa para cá apenas às 22:45 horas. Finalmente, cheguei no hotel às 3:00 horas. Tanta demora tem explicação.



Hoje foi um dia mais do que corrido, como eu disse ontem. Coube mais ou menos tudo nas 24 horas. O que não coube ficou feito aquelas sacolas que você acaba por carregar fora da mala. Fiz quase tudo que planejei: carro (lavagem e abastecimento), salão (cabelo), shopping (umas coisinhas de que eu precisava e outras que me ocorreram no embalo), trabalho (despachei algumas matérias para o especial - não todas como eu gostaria, mas, já adiantei alguma coisa).

Arrumei minha mala e saí de casa. Peguei a Rebouças cheia, lenta, feito uma sucuri que acabou de engolir um bezerro: de difícel digestão, a avenida flutuava, lânguida. Quase 30 minutos da Rebouças para a Marginal Pinheiros. Na alça de acesso à Avenida dos Bandeirantes, dei uma de mala sem alça: passei direto, talvez convencido de que a Dutra era melhor.


Claro que isso significa uma redefinição de caminhos. Voltei por onde pude, fiz todos os retornos e acessei a Bandeirantes. Infelizmente, não disponho de um Google Maps na minha cabeça que me guie de forma rápida e prática.

Parei três vezes na Bandeirantes: uma para comer (acho que no Km 78 ou 79), outra para verificar porque o motor soltava fumaça, conforme me alertou a gentil atendente do pedágio (parei em frente ao pedágio, abri o capô e olhei abismado para a caverna negra que é um motor de carro para mim). Percebi a fumaça (claro, estava na minha cara!), olhei, fingi que mexi em alguma coisa, agradeci a atendente e toquei para a estrada, apavorado com a possibilidade de pegar fogo junto com o carro.

Parei no posto no Km 125, falei com o frentista (fino, educado, simpático, inesperado de todas as formas num posto de beira de estrada). Eu comentei que o motor do carro foi lavado e ele suspirou aliviado: disse que era apenas o óleo que o lava-rápido usa para deixar o motor impermeável. Grato pela grata surpresa de atendimento tão fofo, gratifiquei o frentista na hora.



No mesmo posto, aliviado, tomei mais um café (o segundo da estrada). Tomei um suco também. E mais não conto porque passarei por glutão. Tive que parar uns 50 Km depois para fazer da beira da estrada meu banheiro. Sorry! A fisiologia do corpo é fraca feita a carne de que o dito cujo é feito. Ah! Perguntei ao simpático quanto faltava para chegar em Ribeirão. Me disse, de forma suave (fiquei encantado, admito, e deve ser por conta do post anterior, no qual eu estava possuído por um espírito antigo catalão): só mais 190 Km. Só????, berrei de volta. De vez em quando, sou tosco feito um pau de limpar tripa.

Prossegui a viagem e fiquei espantado com a velocidade de alguns colegas motoristas: se, em alguns momentos, atingi velocidades altas, condenáveis e geradoras de multas, ainda assim fui ultrapassado. Devo dizer que os carros que por mim passaram deveriam estar acima dos 200 Km/hora.

E aí uma constatação óbvia: a falta de educação no trânsito. O motorista está um quilômetro atrás de você e começa a dar sinal de luz. Quando isso acontece, demoro para dar passagem. Para um desses apressadinhos, calculei a ultrapassagem, saí para a outra pista, atrás de um monte de caminhões. Calculei mal e o infeliz não me ultrapassou, mesmo depois de sinalizar. Aí, se arrependeu e deu sinal para eu voltar à sua frente. Freei até os 20 Km/hora e xinguei a besta.



Para antecipar o final deste post, cheguei em Ribeirão Preto, que eu não conhecia até então, exatamente às 2:15 horas. Exatas 3:30 horas depois de sair de São Paulo. Claro que desenvolvi velocidade de cruzeiro para perfazer o percurso entre uma cidade e outra. De São Paulo até aqui, trânsito constante e, em alguns lugares, bastante intenso.

Tanta habilidade não deu em nada: passei 45 minutos atrás do hotel, que fica no Shopping Ribeirão Preto. Fiquei completamente perdido e, quanto mais eu perguntava, mais errava. Quase abandonei o carro e tomei um táxi. Era mais fácil. Finalmente, intuí que o shopping (o qual não se vê à noite) ficava numa série de ruazinhas. Cometi várias infrações possíveis e cheguei ao hotel, depois de circular todo o shopping. Está tudo em reforma e o acesso ao hotel está bastante confuso. Por enquanto, tenho uma reclamação com a cidade de Ribeirão: a sinalização é fraca. Somente achei o shopping ao seguir as placas sobre os nomes das ruas que o hotel e o supermercado usam para indicar o local do shopping. E o motorista de Ribeirão é bem descuidado, até onde eu percebi.

Finalmente, estou instalado. Antes, porém, devorei um filé mignon artificial, bebi uma cerveja de trigo (pensei que era de cevada) e comi chocolate. Eu não sou glutão!!! É apenas o stress da viagem. Bem, preciso dormir. Com ou sem possessões diabólicas.

2 Comentários:

Anônimo disse...

Mas, ta fazendo o que ai?

Redneck disse...

La Voyageuse, como você é curiosa! Vim comprar uma fazenda! E algumas coisinhas mais!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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