Rastreio de Cozinha - 138
Tive que faltar, mais uma vez, em função do trabalho. Por mais que você se programe, nem todos os relógios, obviamente, se orientam pelos mesmos ponteiros. Eu tinha entrevistas agendadas para as 16, 17 e 17:30, mais ou menos, com alguma margem para mais ou para menos, exatamente como o fazem as pesquisas eleitorais.
Segundo essa agenda, teria tempo suficiente para terminar tudo e ir para a faculdade. Nada disso aconteceu. A entrevista das 16 foi para as 17, a das 17 não aconteceu na hora e a das 17:30 foi tomada pela primeira entrevista.
Daí que foi uma sucessão de chamadas não-atendidas. Enquanto eu entrevistava uma das fontes, a outra insistia no segundo telefone. Terminei a primeira (das 17:30 horas, que aconteceu quase às 18 horas), fui para a segunda (que era a primeira, das 16 horas) e encerrei com a das 17 horas praticamente às 19 horas.
Um atropelo, uma confluência de ligações, um trem sobre o outro e todos como aviões na pista de manobras, cada um mais impaciente do que o outro para decolar de vez. É mais ou menos assim: você, jornalista, pode aguardar. Mas, a fonte, além de atrasar, jamais pode esperar por você. No final, sempre esperam porque o interesse das empresas pela mídia se sobrepõe a qualquer outro.
Consegui fazer as três entrevistas programadas com duas horas de atraso e, portanto, quando realmente finalizei tudo - entrevistas, recados no celular e no fixo, retorno de e-mails e novas ligações para fechar detalhes com as respectivas assessorias - eram 19:30 horas.
A primeira aula, de Enologia e Enogastronomia, já havia ido pelo ralo. Se eu saísse imediatamente, talvez chegasse na faculdade às 20:15 horas. Mas, claro que eu não estava pronto. Calculei o tempo, percebi que chegaria, numa conta otimista, às 20:40 horas. Desisti.
Minhas aulas começam às 18:40 horas e terminam às 20:45. Impossível cumprir a distância em tempo recorde. Assim, perdi as aulas de Enologia e de Enogastronomia, das quais aprecio sobretudo o momento de degustação de vinhos. Perdi também as aulas de Gestão de Processos e, admito, não senti muito por isso.
Soube depois que a classe (com 33 alunos) estava reduzida a um terço de pessoas. Quase ninguém apareceu. Sorte de quem foi: foram degustadas oito garrafas de vinho, ou seja, quase uma garrafa per capita. Chega dói saber disso!
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