Blog Action Day 2008
Até agora, EUA, Europa e países asiáticos já liberaram recursos de US$ 2,850 trilhões para conter a crise financeira mundial que começou com o setor de hipotecas norte-americano. Somente como referência, o custo da guerra do Iraque (2003-atualmente), para os EUA, é de US$ 3 trilhões.
Observe, a seguir, segundo fontes como Jeffrey Sachs, Worldwatch Institute e ONU, que recursos bem mais modestos do que os acima citados poderiam ser usados para outras causas:
- US$ 135 bilhões ao ano (e US$ 195 bilhões ao ano a partir de 2015): eliminariam a extrema pobreza em todo o mundo;
- US$ 5 bilhões ao ano: acabariam com o analfabetismo universal.
- US$ 1,3 bilhão ao ano: imunizariam cada criança no mundo contra doenças fatais.
- US$ 15 bilhões ao ano: garantiriam a cada país em desenvolvimento dinheiro suficiente para combater a AIDS.
Hoje, 15 de outubro, é dia do Blog Action Day (Dia de Ação nos Blogs), iniciativa que propõe que blogs do mundo inteiro se unam numa corrente virtual para postar artigos sobre um determinado tema. O assunto deste ano é a pobreza. Por conta disso, levantei os dados acima. Mas, nem tudo são más notícias no cenário mundial e, especificamente no Brasil, em que, em geral, o tom negativo soa mais alto do que o positivo, há, sim, novidades, e das boas.
Entre 1990 e 2008, o Índice Global da Fome (GHI) brasileiro se reduziu à metade - 45,6% -, o que faz com o que o Brasil saia do grupo de países com problemas alimentares "graves" para figurar na categoria onde o problema da fome é considerado "baixo". Os dados que levam a essa conclusão foram divulgados pelo Instituto de Pesquisas sobre Políticas Alimentares (IFPRI).
O GHI deste ano, calculado para mais de 120 países (exceto os industrializados) considerou o número de pessoas com deficiência alimentar entre 2002 e 2004, a taxa de mortalidade infantil de 2006 e a desnutrição infantil entre 2001 e 2006. Em todo o mundo, o índice GHI registrou uma redução de 20% entre 1998 e 2008.
De acordo com o IFPRI, a melhora do GHI em todo o mundo deve-se, sobretudo, pelo progresso da nutrição infantil. Mas, o problema da fome permanece sério, principalmente nos países africanos em que os conflitos civis se sobrepõem à crise alimentar.
Por conta disso e de acordo com as diferenças regionais, o GHI caiu 40% na América Latina e 30% no Sudeste Asiático nos últimos 20 anos, mas, na África Subsaariana a queda foi de apenas 11% no mesmo período.
A redução segundo os critérios do GHI coloca o Brasil como o nono melhor desempenho entre os dez países que registraram queda no índice nas duas últimas décadas. Entre esses dez países, o Kuwait lidera, com 72,4% de redução. Na década de 90, o Kuwait apresentou um aumento considerável no índice devido à invasão pelo Iraque.
Na América Latina, o Peru, segundo na lista, saiu de um GHI de 19,5 pontos para 5,6 pontos e o México (queda de 50,8%), ficou em quinto lugar. O desempenho do Brasil é semelhante ao do Vietnã (queda de 47,2%) e da Tailândia (queda de 45,9%).
Os piores GHI estão no continente africano: República Democrática do Congo (GHI de 42,7 pontos, 67% a mais do que em 1990), Eritréia (GHI de 39 pontos) e Burundi (GHI de 38,3 pontos).
Para se contrapor a esses números, contudo, recentemente a ONG Care International divulgou que o número de pessoas no mundo que vivem "à beira da emergência" dobrou, nos dois últimos anos, para 220 milhões. Segundo a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentos (FAO), o número de pessoas que sofrem de fome aguda em todo o mundo chega a 925 milhões.
Coincidentemente ao post, amanhã, 16, celebra-se o Dia Mundial da Alimentação, que é comemorado em mais de 150 países. A campanha deste ano tem como tema "Fortalecer a Agricultura para Garantir a Segurança Alimentar".
(Este post foi feito com base em dados de matérias publicadas na BBC Brasil)
4 Comentários:
emm. good thread :))
Anonymous, I think so too. ;))
I congratulate, you were visited with simply brilliant idea
Adorei o blog
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