Êta nóis!
O etanol é celebrado mundialmente como o combustível verde e alternativo que pode colocar o Brasil no topo pela batalha mundial na busca de soluções paralelas ao petróleo. O programa do álcool, diariamente, corre o mundo e é uma das peças de resistência do governo Lula. Um verdadeiro cartão de visitas, assim como o é a recém-descoberta das reservas de Tupi. Mas, no Brasil, nos bastidores, nós sempre temos um trunfo na manga, sem mágica nenhuma. Em Brasilândia, Mato Grosso do Sul, a fiscalização encontrou 820 índios em condições de trabalho escravo na usina Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool/Agrisul (grupo J.Pessoa). Os índios - guaranis, caiuás e terenas - ficavam em alojamentos superlotados, sem armários, com lixo no chão, restos de comida e esgoto a céu aberto. Nada muito diferente das condições de muitos brasileiros. Porém, são trabalhadores de um grupo que ganha milhões para exportar o afamado combustível. O Ministério do Trabalho autuará a empresa e alguns índios já voltaram para suas aldeias. O problema é histórico: mostram-se espelhos e os índios são atraídos, inexoravelmente, por um brilho que, na verdade, não existe. Deslocados, já não sabem onde se situar e acabam por vender mão-de-obra em troca de toscos cristais, agora não mais de espelhos, e sim de açúcar. Parabéns, usineiros!
1 Comentário:
Horror! Li recentemente, em um jornal da região, que um cortador de cana teve as duas pernas decepadas por uma máquina colheitadeira. Um horror! Sem contar os que morrem de trabalhar em função da excessiva carga de trabalho. Têm que cortar toneladas de cana por dia para ganhar míseros R$ 25,00.
O que o Partido dos Trabalhadores tem a dizer sobre isso, ainda mais agora, ocupando o cargo máximo do Poder da República?
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