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domingo, 18 de novembro de 2007

Meu rugido dominical

O que é o barulho? E o silêncio? Pode o silêncio ser mais ensurdecedor do que o barulho? Estou a quase 400 Km de São Paulo. Há cigarras. Há pássaros. Ouço vacas que mugem, languidamente, com o sol da tarde. Raro, passa um carro. No campo, somente o barulho do vento que verga tudo e todos sem parar. Ruídos da natureza, por todo lado. Não há barulho da civilização. Não há alarmes de ambulâncias, de polícia. Não há buzinas de motoristas que fazem da buzina uma extensão de suas prepotências. Não há um mundaréu de gente nas calçadas e ruas. Que competem pelo espaço com os automóveis, com os camelôs, com as máquinas britadeiras que furam as cidades. Não há poluição visual. Nem prédios que fecham a minha visão. Não há poluição nenhuma de fato. Somente ar fresco. Sem cheiro. Muito verde. Tons sem fim de verde. Faixas de terra recém-aradas. Ao longe, um homem ara a terra com uma mula que puxa o arado. Visão antiga. Vejo lacraias. Sapos coaxam. Burburinho de passarinhos. Um bezerro rejeitado pela vaca é alimentado por mamadeira e segue meu irmão como um cachorro. Um dos cachorros é de raça, treinado para conduzir rebanhos de carneiros e vacas sozinho. Entende os comandos em inglês. "Sit down", "come here", "stop". E lá vai o cão e traz de volta o rebanho, apenas comandado por assovios. A outra cachorra finge que entende os comandos em inglês. Vai atrás. Não é nobre como o cão de origem inglesa. Mas, como muitos de nós, finge que entende inglês e faz o serviço certinho. Imaginações minhas? Não, realidades que me cercam. Hoje, ao contrário de meus rugidos anteriores, estou em comunhão com a paz do ambiente. Não quero criticar, reclamar ou rugir. Quase que num balido, celebro a paz do interior. Em contraposição a tanta natureza, recarrego as baterias (numa linguagem que soa pós-moderna e tecnológica) para enfrentar a selva paulistana. Selva disputada por mais de 10 milhões, todos os dias. Que desconhecem os espaços amplos da linha do horizonte. Que não sentem o contato da grama nos próprios pés. Que não sabem ou se esqueceram do cheiro da terra revolvida. Do barulho do eucalipto que se contorce com a ventania. Do silêncio que somente esse barulho é capaz de proporcionar. Etâ barulhinho bom!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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