A ver o peso (*)
O Pará está na minha vida há anos (perto de 20, acho), desde que o meu tio, minha tia e meus dois primos migraram para Tomé-Açu (197 Km de Belém). Como eles, outras pessoas da minha cidade natal foram para lá (alguns voltaram, meus parentes permaneceram e fixaram raízes).
Ainda outro dia, a Andarilha esteve por lá e trouxe uma poçãozinha mágica que promete fazer milagres (você nem acredita o que tem de gente que anda a chorar nos meus pés!!!).
Pois este fim de semana, no sábado, mais uma vez, entrei em contato com o Pará. Tenho uma prima que tem uma prima, a quem eu também chamo de prima (volte ao início e leia de novo), cujo marido é do Pará.
Frequentemente, ele passa por Belém e acabou de trazer da cidade alguns produtos da terra, ou, em bom gastronomês, produtos terroir: caranquejo (carne e patinhas), cupuaçu e bacuri (frutas).
(Sopa de Caranquejo - foto iPhone)
Não há nada melhor, na minha opinião, do que unir as pessoas ao redor de uma mesa para conversar e comer e beber. Comer, beber e viver, com atritos, divergências, convergências. Seja lá do jeito que for, sempre que se juntam as pessoas ao redor de uma mesa, repete-se um ritual de comunhão (não o dogmático, e sim o pragmático). Comungar no sentido de alimentar-se, física e espiritualmente.
(Creme de Bacuri - foto iPhone)
Foi isso que fizemos no último sábado. Boa comida, boa (e muita) bebida e conversas despretensiosas, expectativas, experiências. Da minha parte, reencontros com pessoas que não via há mais de cinco anos.
(Creme de Cupuaçu - foto iPhone)
Se as mesas têm algum poder, declaro que é esse: o de unir em torno de si tão diferentes espécimes da mesma espécie e de demarcar, em anos, o que fizemos (ou não) de nossas vidas. O resultado está tanto nos nossos corpos (cabelos brancos, rugas, cinturas mais largas) quanto nos sinais exteriores (filhos maiores do que os pais, atitudes mais ou menos adultas).
A comida é pretexto, pode até ser. Mas, continua, na nossa e nas demais culturas, a ser um catalisador poderoso para juntar pessoas. Seja por meio da cozinha regional do Pará ou dos sabores diferentes do México, é sempre uma festa, para o corpo e para a alma.
(Chilli - foto iPhone)
O México está aqui no post porque me juntei a Patty e a um amigo comum num restaurante mexicano - No Quintal Bar - para comer burritos, chilli e beber morritos.
Não importa se o sabor é do Pará ou do México. O que me uniu a tão diferentes culturas, em dois dias, foram as pessoas. E é esse o encanto da comida.
P.S. Hoje, segunda-feira, 11, retomo a faculdade (acho!). O quarto e derradeiro módulo da faculdade de gastronomia recomeça, com final previsto para meados de dezembro. De hoje em diante, voltam os posts das aulas. Até mais tarde!
(*) Depois de toda a comilança, teremos todos que, literalmente, ver (e livrarmo-nos do) o peso excedente.
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