Rastreio de Cozinha - 91
Não houve aula. O professor alegou sei lá que motivo e dispensou todo mundo. Eu, que não me apressei para chegar (esperei 12 trens no Paraíso para poder embarcar), não me irritei nem nada. Mas, alguns colegas praguejaram, com razão. Nos fazem sair às pressas de casa ou do trabalho, enfrentar o santo trânsito de sexta-feira para chegar lá e nada. Se for o contrário, somos penalizados por faltas. Que punição deve sofrer um professor por nos fazer ir à toa?
O pior é que hoje, quinto dia de aula, teríamos o primeiro dia da única disciplina prática, que é de Cozinha Oriental. Tudo bem que a aula de hoje seria introdutória, sem prática de cozinha. Mas, de qualquer forma, é bem desagradável. A disciplina de Cozinha Oriental deve abranger as principais cozinhas asiáticas: Japão, China, Índia, Tailândia, Camboja, Vietnan e outros países. É o que imagino.
No primeiro semestre deste ano (terceiro módulo), tivemos Cozinha Ocidental Internacional (Europa, alguma coisa das Américas, Escandinávia, Oriente Médio e África). Esta disciplina de Cozinha Oriental quebra o choque das demais matérias, quase todas voltadas para o gerenciamento e, consequentemente, atreladas ao TCC. Exceto pelas disciplinas de Eventos e Banquetes, Sala e Bar e Enologia e Enogastronomia, as demais cinco disciplinas são, essencialmente, teóricas e aborrecidas.
Nesta primeira semana, muita coisa aconteceu: mudamos (meu grupo de TCC) de classe, da A3 para a A2; tivemos o primeiro contato com seis novos professores (dois já nos deram aula); fizemos as irritantes apresentações de nós mesmos (pela quarta vez em dois anos) para toda a classe (creio que esse método está mais do que ultrapassado, mas, ao mesmo tempo, não me importei de conhecer os novos colegas e de me dar a conhecer a eles, que sou dado); aprendemos que teremos um semestre bastante rígido e, sobretudo, da minha parte, entendi que não gosto de quase nada deste último módulo.
De qualquer forma, resolvi liberar meu espírito como se libera o espírito de um vinho e fazer o que deve ser feito. Estou na faculdade para isso e pretendo concluí-la ipsis literis. Já começo a pensar em termos de final de curso. São quase dois anos e, desde que resolvi fazer gastronomia, em outubro de 2006, muita coisa mudou na minha vida. Não exatamente em função da gastronomia, mas, justamente por conta desse movimento a que me impus. Estou contente por ter chegado até aqui e me sinto pronto para o último módulo.
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