Dia do Solteiro
Atiçado pela Andarilha, vamos lá! Hoje, 15 de agosto, é Dia do Solteiro. Desse (eu, talvez você) ser que adora dizer "antes só do que mal acompanhado" e, assim que vê uma oportunidade, é capaz de se atirar na primeira pessoa que ousar olhar para o seu lado. Ah! Não é assim? Tá! Uma pesquisa do Datafolha constatou que 36% das pessoas acima de 16 anos no Brasil são solteiras. É muita gente sozinha. Conforme essa proporção, somente a cidade de São Paulo tem cerca de 4 milhões de seres sozinhos, sem más companhias (do total de 11 milhões de moradores). É muita gente, não?
Então, como é possível permanecer solteiro nessa cidade? Tenho cá comigo algumas hipóteses. Uma delas é a de que a sua (minha) cara-metade, pelas condições geográficas da cidade, nunca está no mesmo lugar onde você (eu) se encontra. Há um grande deus dos solteiros que se diverte em nos mover de lá para cá, tal qual marionetes, para que nunca nos encontremos. Enquanto você (eu) está na zona sul, eu (você) estou na zona norte. Se você (eu) está no trânsito, eu (você) estou no metrô. Por vezes, no extremo, estamos, ambos, no céu. Eu, de avião, você, de helicóptero. Nunca estamos a 10 metros um do outro. É um xadrez cujas peças nunca conseguem se ver. Somos peões separados por cavalos, bispos, torres (a minha), rainhas (algumas vezes, drags) e reis.
Outra hipótese é a de que já nos encontramos. Mas, não nos conhecemos. Uma mesma força elementar colocou entre nós uma terceira pessoa que faz de tudo para acabar com qualquer vestígio de contato, seja uma troca de telefone, um sorriso, uma corrida a um cantinho reservado. Pode reparar: às vezes, de um lado e de outro, acendem-se pequenas tochas de tesão e, no meio, um verdadeiro hidrante de bombeiro (hum!) de pronto apaga qualquer calor. É sempre um amigo ou amiga que, ou se faz de besta ou, de fato, não percebe a faísca que me (te) liga a ti (mim).
Numa terceira alternativa para explicar tanto desencontro, finalmente, nos conhecemos. Não há deuses fanfarrões e tampouco amigos(as) para atrapalhar a paquera/flerte/pegação. Daí vamos (os dois), prontos para cair no abismo coletivo, que tanto pode ser o inferno quanto o paraíso. Seja lá qual for nosso destino, ao menos tentaremos. Mas, por obra seja lá do que for, ainda que tal encontro se concretize, não damos (ambos) importância ao momento. Avaliamos (ambos) que o outro (eu ou você) se sentirá preso, não está a fim, queria apenas uma noite, não gostou do cabelo, do corpo, da conversa. Um monte de pequenos obstáculos para explicar o inexplicável. Até nos encontraremos posteriormente e nos trataremos friamente, como se fossemos um e outro completos estranhos.
Porque, segundo outra pesquisa, quando nos encontramos, em geral à noite, regados pelo álcool e sob luzes de pêssego (amarelas, laranjas, azuis etc. etc), parecemos lindos aos olhos uns dos outros. Quando amanhece, é um susto! E você (e eu) quer esquecer. Quer ser a Cinderela à noite e a Bela Adormecida durante o dia. Para ter a mágica e não ver o truque.
Essas são as minhas teorias. Na vida real, aqueles que vivem sozinhos "por opção" (ahahahaha!!!) andam a se unir em grupos para um "desencalhe em massa" conforme matéria publicada hoje na Folha. Se funciona? Aparentemente, não. Os solteiros (eu, você) somos como soldados que vão para o front e, depois da guerra ganha, voltam feridos e loucos. Passamos a viver feito lunáticos em cafés, livrarias, bares, botecos, baladas e a caminhar incessantemente, com um leve sorriso nos lábios (alguns de nós riem sozinhos). Uns, tomam o avião e partem para longe. Outros, adquirem a Síndrome do Pânico para explicar o sumiço. E uns terceiros, mais frequentes e autênticos, começam tudo de novo na semana que vem (siga este link).
2 Comentários:
Red Red, só vc mesmo!!! rs
Acabei de ler um livro fraquinho mas que me fez rir pra caramba: Feliz sem Marido...rs
Dia do Solteiro e vc ainda nos direciona ao PP? rs
Blog com serviço de utilidade pública!!! rs
Encontros, alma gêmea, dia seguinte?
A situação tá preta!!! rs
bjs querido e.... nossa luta continua!!
Mara
Mara, eu, ainda que brasileiro, não desisto nunca. Ainda serei declarado o Michael Phelps das raias da loucura. Beijo!
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