400 vacas, 4 anos, 1 homem
Ao longo dos últimos quatro anos, cerca de 400 vacas foram abatidas - de forma literal e figurativa - por um faxineiro do interior de Goiás. Ele admitiu para a polícia que fez sexo com os animais e os matou depois. Um abelho-rei. O faxineiro disse, em depoimento, que faz sexo com outros animais - éguas e cavalos - desde os 13 anos, quando, segundo ele mesmo, foi abusado sexualmente por um homem.
O delegado responsável diz que, depois disso, o homem nunca mais conseguiu ter ereções em relações sexuais com as pessoas. O próprio goiano confessou também que matava as vacas após o ato sexual.
Não sei se isso é planeta animal ou se cabe a definição de que "o homem é o lobo do homem". De qualquer forma, há algo muito errado no reino humano quando um de seus elementos elege vacas como parceiras sexuais e as assassina, num ato solitário de matar aquilo que o consome por dentro.
Não sei se a explicação dada - abuso sexual - procede. Mas, isso não importa. Eu costumo denominar "vacas" mulheres de todos os tipos: das que me causam alguma contrariedade ou raiva às mais próximas, quando estou com inveja de algum comportamento ou de alguma história bem-sucedida.
Outro dia, nominei quatro amigas de Vaca 1, Vaca 2, Vaca 3 e Vaca 4. Fui jantar com elas. As Vaca 1 e Vaca 2 não conheciam as Vaca 3 e Vaca 4. Enviei e-mail coletivo, dei nome às "vacas" e as descrevi uma às outras.
Sempre brinquei com o termo. Também virou sinônimo de xingamento, principalmente quando uma mulher me corta no trânsito, me atende mal ou não me entende de forma alguma ao telefone. Tudo vira vaca.
Até aqui, neste espaço, tem um blog na minha blogroll, onde, aparentemente, elas se conformam com a condição bovina: Somos Todas Umas Vacas.
Quando li a informação acima, lamentei pelas 400 reses assassinadas a frio, vítimas de um louco que não tem ereções nem com prostitutas - transou com uma e não gostou. Lamentei também o fato de eleger, ao dar nome, as muitas vacas humanas (as do mal, porque as há as do bem, em maior número dentro do rebanho) que encontrei por aí.
Depois disso, me basta fazer um mea culpa e admitir que alguns homens não pertencem sequer à categoria do reino animal irracional. Este faxineiro, objeto do post, é um daqueles lobisomens de agosto. De vez em quando, eles são pegos. E, ao contrário do que se admite em público - loucura, doença etc. etc. - tenho para mim que são, estes homens, outros tipos de seres, selvagens e antigos.
Quanto às mulheres, embora o episódio tenha levado à consumação e consumição de 400 vacas, ainda assim as continuarei definir por analogia a esses bichos. Tanto para o bem quanto para o mal. Na Índia, se são sagradas, aqui, podem ser putas. Na cadeia alimentar, fornecem, as originais, o couro para o sapato e bolsa das cópias. Na cadeia de palavrões, definem muito bem criaturas - originais e cópias - que, enfezadas, abaixam a cabeça e chifram com vontade, até deixar qualquer um amassado, furado, ferido.
Faço coro (mugido) às vacas atacadas sexualmente - e mortas - pelo faxineiro de Goiás. Contudo, berro também pelas vacas que vagam nas pastagens urbanas e que, vez ou outra, são capazes de nos pisotear - homens e mulheres - sem dó ou piedade, num abuso que, se não se configura sexual, pode acabar com a ereção de qualquer um (homens, óbvio) quando em contato com essas "vacas".
Para finalizar, deixo claro que achei um horror o ato cometido pelo faxineiro. Que as vacas mereciam melhor destino - picanhas nas churrascarias, por exemplo. E que a minha analogia deve-se, exclusivamente, ao fato de algumas mulheres terem, de forma bastante gratuita, me tratado como se eu fosse um boi de piranha.
3 Comentários:
Red,
Vaca 1,2,3 e 4? O que eh isso?????
Bjo
Me inclua entre as sagradas, por favor.
La Voyageuse, você só fica indignada porque não estava no meio. Tá bo, tá bom, te nomeio como Vaca 5. Beijo!
Andarilha, vocé é a Vaca 6. Beijo!
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