Venha para Teerã, Caroline!
Você é dessas pessoas que quando te olham (um olhar comum, sem intenção nenhuma, até mesmo porque você está na linha de visada da pessoa) diz para si: olhou, levou! Se este é o seu caso, de desespero em causa própria, mude-se para o Irã. Numa reportagem bastante ampla, Adriana Carranca, para o Estadão, nos traz vários relatos sobre a vida atual no Irã. Lá, segundo a repórter, não existe o conceito de "ficar". Ou você casa ou não. Não há meio termo. Há uma série de restrições: carinhos não podem ser trocados em público e eu acho difícil você conhecer alguém e começar a namorar do nada. Então, como não há esse dilema - café, cinema, na minha casa ou na sua, você aceita um café - as coisas têm que acontecer de forma mais rápida. Ou você casa de vez e desencalha, ou fica para uma grandissíssima tiazona iraniana, assim como você já deve ser no Brasil. A repórter diz que, ao cair da tarde, o movimento de carros é intenso na Rua Jordan e seus arredores, em Valiasr, o bairro mais chique de Teerã, capital do Irã. Jovens sobem e descem as ladeiras, devagarinho, e trocam rapidamente números de celular (ai que invenção bendita para qualquer cultura!) para paquerar por mensagens, longe do olhar da polícia. Alguns estacionam e trocam recadinhos a poucos metros de distância. Até para os gays, a situação é diferente. O jovem iraniano Mehrshad, de 20 anos, vai se casar. No mês passado, ele procurou o consultório do médico Bahram Mir-djalali para fazer a operação de mudança de sexo que o transformará em Maryan e permitirá a união com Al, seu noivo há dois anos. Como não há sexo antes do casamento, o noivo não sabe do pequeno (ou falta do) detalhe. Assim, o jovenzinho se casará perfeitamente. Gente! Recomendo os vôos que partem para Teerã já. Reserve porque ouvi dizer que há uma fila - de homens e mulheres - prontos para voar nos tapetes mágicos orientais. Oh gente pervertida (e carente)!
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