Unplugged
A convergência foi apregoada durante muito tempo como uma nova maravilha no mundo digital. Você teria os benefícios de uma única operadora na TV paga, telefone e internet de banda larga, com uma única conta e todos os serviços disponíveis nos botões do modem. Demorou para acontecer, mas chegou. E chegou como os pacotes de dados às vezes chegam: em pedaços, com falhas aqui e ali. Assino o triple play da Net: TV paga, Vírtua e Net Fone. Começa que são duas contas: uma para telefone e outra para TV paga e banda larga. A conta de telefone é confusa e até hoje não entendi. O serviço é caro: são R$ 229 somente de TV paga e banda larga. Mais a conta de telefone, que pode variar de R$ 40 (felicidade) a R$ 150 (tristeza), de acordo com o uso. Durante ontem (11) e hoje (12), a Net me mostrou como ficar totalmente unplugged (desconectado) numa cidade como São Paulo. Fiquei isolado, apenas com o telefone móvel em funcionamento. Acabou a TV, a internet e o telefone fixo. Liguei para o serviço de atendimento e me garantiram que o serviço voltaria exatamente às 23:59 horas. Não, não era à meia-noite, me informou a atendente, e sim às 23:59 horas. Claro (né, Slim!) que isso não ocorreu. Lá pelas 2 horas da manhã, silêncio total. O modem dava indicações de que as luzes da pequena cidade convergente que tenho em casa estavam em desacordo com a órbita dos satélites que movem a tecnologia. O detalhe é que o serviço de atendimento da Net funciona entre 6 da manhã e 0:00. Depois disso, te deixam, triste usuário, sem opções. Assim, sem mais nem menos, fiquei sem tudo: TV para assistir, internet para ver meus e-mails e alimentar o Tomagochi/blog e sem telefone fixo. Migrei para a Net como forma de protesto isolado contra a Telefônica, por preços abusivos e ofertas limitadas de pacotes. Saí dos cabos de cobre, centenários, e vim para a rede digital da Net/Vírtua/Net Fone/Embratel (tudo do Slim). Achei que fiz um bom negócio, na ocasião. Já não acho mais. Ressarcimento pela desconexão??? Nem pensar! O que vi, da janela do meu apartamento (o problema ocorreu na região inteira), é que as luzes dos apartamentos estavam apagadas. Há um apart-hotel em frente ao meu prédio que, certamente, é servido pela Net. Estava, à 1 da manhã, totalmente escuro. É, a história que a TV reduziu a reprodução da espécie pode, enfim, ter algum fundo de verdade. Eu poderia fazer uma reclamação formal à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Mas, adianta???? Duvido! Acho que vou eu mesmo me auto-migrar para a zona rural, sem luz, sem telefone, sem contato com essa modernidade que não funciona. Minha TV aberta serão as estrelas, grilos e o som do gado no pasto. Minha internet será o fogão de lenha que crepita. E meu telefone fixo serão os gritos que os vizinhos (de até 1 Km) trocam entre si para se comunicar. Porque, a permanecer refém da tecnologia, prefiro ser um carmelita descalço na terra vermelha do interiorzão paulista. A única convergência que ficou evidente para mim foi a sintonia das empresas Telmex/América Móvil (donas da Claro, Embratel, Net e Vírtua). Primeiro, a Claro me fez percorrer um calvário. Agora, a Net. Dank, Slim, dank!
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