Consumo sagrado
O consumo é sagrado, mais cultuado que religiões. Veja o caso do iPhone. Por contrato, a Apple somente pode vender, nos EUA, o iPhone com o chip da AT&T, por dois anos. A empresa de Steve Jobs está em fase de acordos com uma dezena de operadoras européias para levar o aparelho ao continente. Diferentes informações dão conta de que o iPhone estará disponível em novembro nas lojas da Europa. O Brasil sempre foi um país desprezado pela Apple. Assim como somos esquecidos pela Sony (PlayStation), outras empresas de tecnologia não acreditam que haja escala suficiente para lançar seus produtos por aqui. A prova disso é que os maravilhosos produtos Apple (tive um Macintosh em 1996!!!!!) custam muito, muito caro. Não, não é rasgação de seda. É que são simples. Com apenas três fios, o computador está ligado e em operação. Você não precisa entender nada. É só ligar e usar. Jobs conseguiu fazer o mesmo com o iPod. Somos o segundo ou terceiro país onde o tocador é o mais caro do mundo. Quanto ao Iphone, nem sei. Há uma febre por detrás do aparelho. Estão na briga a Claro, a Vivo e a TIM. Mas, enquanto o aparelho não chega, conheço mais de uma dezena de pessoas que comprou o aparelho e paga até R$ 600 para desbloqueá-lo. Agora, não seria mais fácil - e rentável - para a Apple fazer isso por conta própria? Dona Maça, venda o aparelho no site, sem bloqueio. Venderá horrores de aparelhos e ficaremos todos felizes. Venda seus iPods em dez vezes sem juros. Compraremos pencas de tocadores. Venda seus computadores em até dez vezes, como o Positivo e a HP. Assinaremos banda larga feito doidos! Pelo consumo, que é sagrado, quer dizer, pelo direito sagrado de consumir. Porque estamos todos profanados pelo consumo e não há santo que nos livre desse encosto.
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário