HOT/NOT do Brasil
Foi divulgada nesta sexta-feira, 14, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2006, do IBGE. Há boas (Hot) e más (Not) notícias. Vamos às boas:
Hot: a população chegou a 187,2 milhões, crescimento de apenas 1,42% em relação a 2005. O número de computadores residenciais cresceu para 22,4% (18,6% em 2005), o que significa maior acesso à internet. As linhas telefônicas fixas estão presentes em 74,5% das casas (71,6% em 2005), o que confirma que o brasileiro tem mais possibilidade de se conectar à internet. Os telefones móveis chegam a 27,7% das residências (23,5% em 2005). O número de pessoas com carteira assinada está em 30,1 milhões, ante 28,8 milhões de 2005. A participação da mulher no mercado de trabalho atingiu 31,4% (30,6% em 2005). E, hot hot, nos últimos dez anos, o percentual de crianças de 7 a 14 anos fora da escola caiu de 8,7% para 2,3%, ou seja, 97,7% das crianças nessa faixa etária estão matriculadas. Os velhos dilemas de sempre aparecem para lembrar que o decantado "espetáculo do crescimento" não passa de fogo de palha. Se o consumo de bens aumentou, o "consumo social" está coberto por teia de aranha, "imexível" nas palavras daquele outro:
Not: o prazer vem e vai num flash: também nos últimos 10 anos, o rendimento médio mensal do brasileiro caiu 9,4%, para R$ 883 (R$ 975 em 1996). A média nacional de alfabetização é de 90,4%, mas quase 20% dos nordestinos não saber ler ou escrever. Se a educação é um fator preponderante para a conquista no mercado de trabalho, há uma inversão aqui: a taxa de desocupação entre as pessoas com 11 anos de escolaridade ou mais foi de 8,3%, ante 4,1% com pessoas com menos de um ano de instrução formal. A rede de esgoto, requisito básico de melhoria de qualidade de vida, inexiste em 29,4% dos domicílios brasileiros. E a coleta do lixo é apenas um sonho para mais de 7 milhões de pessoas. O índice de Gini (padrão internacional para medir a desigualdade dos países) caiu de 0,543 em 2005 para 0,540 em 2006. É uma redução minúscula da distribuição de renda, fator apontado como um dos principais entraves à evolução de qualquer país. Se as mulheres estão em alta, bem-feito para nós: o ano passado foi pior para os homens do que há dez anos. Em 2006, 68% dos homens estavam ocupados (sei, sei!). Essa taxa era de 69% em 1996. No caso das mulheres, 46,8% delas estavam ocupadas (ahãn!) em 2006, em comparação com 41,9% em 1996. E, finalmente, um indicativo que deveria estar no Hot, mas coloco aqui como forma de protesto: em 2006, cresceu 1,1% o número de trabalhadores de 40 anos ou mais ocupados no mercado. Eu, que estou nesta faixa (argh!!!), queria era parar e, como Ele, descansar ao final do 7.777º. dia. Nada feito!
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário