Rastreio de Cozinha - 153
Tivemos, ao que parece, a última aula de Enologia e Enogastronomia. Escrevi "ao que parece" porque nossas aulas, oficialmente, se encerram no dia 12 de dezembro e, na semana de 8 a 12 de dezembro, além das provas de exame substitutivas (para quem ainda necessitar de um empurrãozinho), teremos aulas normas para a entrega das respectivas notas da P2 e, se houver quórum e interesse, podemos até mesmo ter aulas. Mas, eu duvido que isso ocorra.
Ao primeiro soar do sino que decretar o badalo do "aprovado" ou "retido", as pessoas debandam. É da natureza humana. Depois de dois anos, quem é que vai querer ter aula já nas bicas do Natal? Com dezembro inflacionado de gente, de correria, de cansaço. Eu mesmo quero pipocar assim que souber da minha vida acadêmica.
Mas, estou à frente. Nos quedemos por aqui mesmo, no presente, que ainda falta tempo suficiente para que muitas coisas ocorram nesse ínterim.
As aulas de Enologia e Enogastronomia foram sobre os vinhos portugueses. Calma! Engana-se quem acha que o vinho de Portugal não tem qualidade. Ao contrário, nos últimos 15 anos, Portugal deu uma salto qualitativa na produção de vinho e tem provado que, conforme a opinião do meu professor enólogo, os vinhos portugueses podem ser tão bons ou melhores do que os vinhos franceses.
Hoje nos concentramos nos TTO (tintos) e BCO (brancos) portugueses e, claro, nos famosos vinhos do Porto, únicos. Os TTO abordados foram os das castas Touriga Nacional (a casta mais nobre entre as tintas portuguesas), a Tinta Roriz, Castelã Francesa, Trincadeira e Periquita (sim, é uma uva, a Periquita). Os vinhos Periquita, tão famosos entre nós, são, na verdade, sinônimos dos vinhos produzidos a partir da casta Periquita.
Das uvas brancas (BCO), estudamos a Esgana Cão (que gera o vinho Madeira), a Arinto (que gera o vinho verde), a Serceal (vinho Madeira) e a Rabo de Ovelha. Esses nomes são verdadeiros, não fictícios. São os nomes das castas.
Já os famosos vinhos do Porto têm uma tradição fundada no fato de que, antigamente, os vinhos do Porto eram produzidos no Alto Douro e eram transportados em rabelos (barquinhos) até a cidade do Porto, e tonéis, onde eram engarrafados. Para ser um vinho do Porto, os vinhos com essa denominação somente poderiam ser produzidos, portanto, pela cidade do Porto.
Com as mudanças geo-políticas e do mundo, de forma geral, hoje não é assim que ocorre a produção do vinho do Porto. Os vinhos com essa denominação também podem ser engarrafados em outras regiões. Mas, note que os vinhos engarrafados na cidade do Porto, como se fazia no século XVIII, ainda são os mais caros e considerados os legítimos.
Os vinhos do Porto podem ser do tipo Ruby (mais frutado e mais doce) ou do tipo Tawny (castanho, mais elaborado, com gosto de especiarias como cravo e canela). Mas, a grande estrela do vinho do Porto é o Vintage, que é o único vinho do Porto que é safrado e é um dos mais caros nessa categoria. Para diferenciar o Vintage dos demais, basta procurar no rótulo pela sigla LBV (Late Bottled Vintage).
Tivemos a degustação correspondente do vinho do Porto (Tawny), acompanhada, pela primeira vez, de queijos (gorgonzola, gruyère e algo parecido com emental). De cara, o melhor queijo para acompanhar o vinho do Porto é o gorgonzola.
A seguir, tivemos mais duas aulas (as últimas) de Gestão de Pessoas e Qualidade, num arrastar de horas que serviu apenas para me segurar na faculdade ao invés de eu estar em casa no preparo do TCC. Sim, não me esqueço do TCC por um segundo sequer e até mesmo discuti hoje por conta disso. Conforme o prazo de entrega se aproxima, se aproxima também o limite da minha tolerância e da minha tensão em relação ao TCC e ao grupo que o forma. Que Baco me defenda de comportamentos violentos ou que o atice ainda mais.
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