Rastreio de Cozinha - 146
Bastou pular a aula semanal de Cozinha Oriental e, zapt!, perdi Camboja e Laos! Na sexta-feira passada, tivemos aulas práticas dessas gastronomias e eu faltei. Nunca comi nada do Laos e tampouco do Camboja e continuo totalmente leigo no que refere aos pratos dos respectivos países.
Em compensação, hoje tivemos aulas da gastronomia das Filipinas. No geral, a comida filipina não tem a exuberância picante da China ou o colorido da Tailândia. Também não tem nada que ver com a ourivesaria do Japão, com elaborações equilibradas que, antes mesmo de nos acomodar os estômagos, nos confortam o olhar.
Achei a comida filipina algo insípida, clara, sem um sabor que a defina e a caracterize. É altamente influenciada pelos países vizinhos, mas, ao se trasladar para o território filipino, creio que algo se perdeu. Ficou meio insosso.
Claro que há tipicidade, assim como ocorre em qualquer país do planeta. Mas, ainda assim, senti falta de uma cor e sabor que me saltasse aos olhos e, em seguida, ao paladar para que pudesse destacar, de imediato: é um prato filipino.
As Filipinas são um arquipélago, com fronteiras ponteadas por vários mares: Mar das Filipinas, Mar das Calebes, Mar de Suli e Mar da China Meridional. De vizinhos, o país tem a Malásia, Taiwan e Indonésia.
O país foi colônia espanhola em 1564 e o nome Filipinas surgiu com homenagem ao imperador espanhol Felipe II. Mas, apesar disso ou por conta exatamente disso, a gastronomia filipina não se curvou à influência da Espanha. As comidas típicas são várias: Sinigang, Adobo, Relyeno, Pakesin e são, na verdade, uma grande mistura de receitas de origem espanhola, malaia, chinesa e norte-americana. Com a proximidade dos mares, consequentemente, os frutos do mar são amplamente usados na gastronomia filipina.
Os pratos são delicados e não têm a condimentação comum das cozinhas asiáticas. Isso se deve, ao que parece, à qualidade da terra e do mar, que fornecem produtos puros. O Adobo - carne de galinha com porco, cozida com alho, molho de soja, vinagrete e molho de louro - é um dos principais pratos das Filipinas, assim como Sinigang - sopa de legumes, carne, camarões ou peixes. O Kare-kare é um outro prato típico, feito com carne cozida e legumes em molho de nozes. E, finalmente, para as ocasiões festivas, é servido o Lechon, porco inteiro recheado com folhas e tostado no fogo. Claro que o arroz predomina no dia-a-dia do filipino, assim como ocorre em toda a Ásia.
Na aula de hoje, fizemos quatro pratos. Como já ocorreu em outras ocasiões, eu não estava com as fichas técnicas e, portanto, não sei dizer de memória - que anda sobrecarregada - quais foram as produções.
Sei dizer apenas que fizemos o Adobo e o Rolinho Primavera, com uma pequena variação em relação ao Rolinho Primavera da China. De todas as quatro produções feitas pelas três bancadas - estávamos bastante desfalcados em virtude da chuva que cobriu São Paulo entre 18 e 19 horas -, creio que o Rolinho Primavera foi o mais apetitoso.
O Rolinho é recheado com broto de feijão e bambu - antecipadamente salteados rapidamente -, alface cortado, camarão, também previamente salteado, nozes e coentro. Depois, fecha-se o recheio com a massa específica para Rolinho Primavera, deixa-se os rolinhos para descansar - e secar - por alguns instantes e frita-se, em óleo de soja fervente.
E isso foi tudo o que se me ficou registrado quanto às Filipinas. As demais produções - Adobo, macarrão e um quarto prato do qual não me lembro de ter visto sequer o vapor - foram relativamente insossas ante a comida asiática até aqui feita.
Nas próximas aulas de Cozinha Oriental, abordaremos duas novas culturas: a Índia, com toda a riqueza miscigenada de curries, e a Coréia. Quanto à comida indiana, tenho certeza, não me decepcionarei. Veremos o que me reserva a comida coreana, a qual desconheço por completo.
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário