Rastreio de Cozinha - 145
De agora em diante, você e eu nos fartaremos à larga com as letrinhas que não são sopa: TCC. Não se fala mais nada, a não ser sobre um amontoado de informações que, ao final, pressupõe-se, dará a forma e conteúdo ao Trabalho de Conclusão de Curso.
Agora, ao menos, as coisas estão mais claras para todos nós. São seis professores envolvidos com o TCC e cada um fala uma língua própria, particular, um dialeto que não tem em comum nem a raiz da língua, quanto mais as informações.
Profissionalmente, tudo o que escrevo esbarra, em algum momento, numa palavrinha bem ao gosto da globalização: convergência. Tudo se converge, menos você. Entende? Parece que tudo e todos chegarão a um determinado objetivo, comum, feliz, cheio de graça e luz. Menos você. Ao que parece, você perdeu o bonde (melhor TGV) da história e divergiu, ao invés de convergir.
Pois é assim que se opera o nosso TCC: divergiu, babelizou-se, dissolveu-se em línguas e tribos estranhas umas às outras. Nós, índios de terceiro escalão, seguimos caciques que, em reunião na taba, debatem, fumam cachimbos conciliatórios e depois soltam baforadas cheias de sarcasmo e satisfação dignos de carrascos medievais.
Bem, como índios, nos resta seguir a tribo ou promover motins. Como o motim está fora de cogitação, o que se vê é uma dança da chuva desencontrada que provoca, inclusive, tempestades que amarram a cidade de São Paulo.
Por isso, se a chuva insistir em cair sobre a cidade, entenda que temos algum grau de responsabilidade nisso tudo. Não espontaneamente, dado que somos apenas índios desgovernados, e sim por conta da ausência de uma figura clássica de um cacique que conduza a tribo em segurança por entre as armadilhas de um TCC/pinguela que insiste em tremular feito uma teia de aranha e nos deixar a todos como insetos à mercê de caranguejeiras.
Hoje, por exemplo, tivemos quatro aulas exclusivamente destinadas a resoluções sobre o TCC. As de Marketing, para revisar o que já foi entregue e, se necessário, fazer as devidas alterações e adições, que sempre as há. As duas aulas seguintes foram justamente de Projetos II, que são, em tese, o fio condutor da teia. Também nada. Apenas lamentos de nós outros, índios, sobre os demais caciques. Como na nossa taba nada se resolve que antes não passe pelo conselho consultivo dos velhos pajés de pêlo branco, ficamos como estávamos: entramos nus e saímos pelados das tendas. Sem uma única pintura à base de urucum. Que indigno!!!
2 Comentários:
não entendo nada... mas não é suposto, certo? aliás, cada vez menos entendo seja o que for, falta-me a convergência na língua,,,
Anónimo, dado o suposto que você e eu não entendemos nada, é certo que houve alguma convergência por aqui, enfim. Abraço!
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