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sábado, 22 de dezembro de 2007

Quem matou Bambi?

O tédio é um horror. Enquanto faço hora para a hora H chegar, no entra e sai de sites e blogs me deparei com um blog que é muito a minha cara: cruel e macabro! É o Who Killed Bambi?, da Inglaterra. Impecável no quesito morbidez. Se você é do tipo meiguinho(a), nem acesse. Se for como eu, macabro(a), mórbido(a) e que adora cenas cruéis, acesse. As imagens são ótimas. A dica é do Tech & Games. Adorei! A foto acima é apenas uma amostra. Imagina o resto!

On the road

Até onde eu vi, o trânsito está normal. Mais ou menos, lá pelas 3 da manhã, pego a estrada. Castelo Branco inteira e mais a Castelinho. Essas vias levam o paulistano (e paulistas e brasileiros) ao Oeste Paulista, digo, Bauru, Marília e região. São quase 400 Km, umas 3 horas e meia a 4 horas de volante. Com direito a pausa para o cafezinho no excelente Rodoserv Star (claro!). Olhei nos sites das três concessionárias e parece que está tudo normal. Vamos lá! A foto que estampa o post é do trecho Osasco-Barueri. Eram 1:17 horas da manhã (agora são quase 2 da manhã). Não está muito nítida, mas, dá para ver que há pouco tráfego. Me deseje boa viagem. Se você também for viajar, lhe desejo o mesmo. Ainda hoje, lá pelas 7 da manhã, espero estar sentado na cozinha lá de casa e tomar o café que a minha mãe acabou de preparar. O que foi, gente? É feriado, o que equivale dizer que corremos para a família na primeira oportunidade. Até mais!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Tudo de bom para você em 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 ....... 2354!


Este é o logo do Google para as festas de final de ano. Como eu não tenho uma marca poderosa como essa e tampouco sou designer, tomo de copy & paste o selo comemorativo para estendê-lo ao leitor/amigo/bleader que esteve comigo até aqui, muitas, poucas ou raras vezes. Até o momento, quero dizer que foi realmente delicioso fazer este blog. Compartilhar com conhecidos, amigos, parentes e pessoas completamente diferentes de mim muito (quase tudo) do que eu penso a vida. Coloquei no blog mais de mim do que imaginava. Creio que os blogs funcionam como uma sessão de análise coletiva, com efeito catártico. E também como uma mesa de bar, uma cozinha do interior, uma sala de estar. É muita a casa e a cara da gente. Dá para receber visitas e também para viajar, passear, rir, ficar de mau humor. Estou, neste ano, bastante envolvido com a gastronomia. Cozinha, fogão, facas, panelas, calor, gente feliz, infeliz, colegas, novas pessoas. A princípio, blog e gastronomia, na minha vida, não têm muita associação. Mas, se eu avaliar bem, me alimento igualmente dos dois: um, de forma fisiológica, outro, emocional. São duas cozinhas, com produções mais fáceis e mais difíceis. Com trabalhos artesanais e industriais. Uma, a gastronomia, me ensina a servir uma comida de forma diferente, com respeito pelo alimento, pelas pessoas e com o objetivo de extrair da comida o que há de mais bonito. Outro, o blog, me ensina a me mostrar, a dividir minha satisfação ou insatisfação diante do mundo. Vozes pequenas, os blogs são apenas mais um meio na imensa massa de mídia global. Para mim, me deu a oportunidade de colocar no papel virtual muita coisa que já não dava para conter dentro de mim mesmo. Em 2008, quero alimentar as pessoas. Nasci para isso. Quero alimentar com comidas e com palavras. E também quero ser alimentado. Experimentar novos sabores, prazeres, feitos. É para isso que estamos aqui, não? Tudo de bom para você neste final de ano e melhor ainda nos próximos.

Milharal de mulheres

Na prática, as mulheres já sabem há muito tempo: há mais delas do que de nós, homens. Segundo dados do IBGE divulgados hoje, a proporção de mulheres para homens no Brasil está em 99,6 homens para cada 100 mulheres. Falta 0,4 homem para empatar (?!). O País chega a 2007 com 183.987.291 de habitantes (169.799.170 pessoas em 2000). Em 2000, a proporção entre o sexo masculino e o feminino era a mesma, de 100 mulheres para cada 100 homens. O Pará é o Estado que tem mais homens (107,3 para cada 100 mulheres) e a Paraíba é o que tem mais mulheres (100 para cada 94,6 homens). No Estado de São Paulo, são 6.681.557 homens e 6.693.364 mulheres, o que dá uma diferença de apenas 11.807 mulheres a mais. Vocês concordam, mulherada? Eu tenho a impressão que, só na cidade de São Paulo, tem pelo menos 1 milhão de mulheres a mais. É o que eu vejo nas ruas, nos bares, nas danceterias, no metrô. Em todo lugar. Não sei não, mas o IBGE pegou leve. Há um dado novo no levantamento do IBGE. Pela primeira vez, o instituto coletou dados sobre casais gays que vivem na mesma casa: segundo o levantamento, o Brasil tem pelo menos 17 mil casais homossexuais que vivem juntos. Isso corresponde a 0,02% dos homens e 0,01% das mulheres dos municípios contados. No entanto, esse levantamento específico foi feito em municípios com até 170 mil habitantes e em outras 21 cidades, localizadas em estados onde apenas um ou dois municípios excederam esse teto populacional. Por isso, ficaram de fora grandes cidades como Rio e São Paulo. Se a contagem fosse individual, também creio que o número bateria lá em cima. Em São Paulo, assim como as mulheres, os gays pipocam feito bolinhas de parque de diversão. Funny and gay! Bom, o fato é que é há muita gente e isso qualquer um de nós constata já na calçada de casa. É gente pra dedéu!!!! Parai de multiplicar-vos, povaréu! Quando Deus ordenou "crescei-vos e multiplicai-vos", Ele quis dizer isso apenas de forma metafórica, e não literal. Agora, acho que já chega. Deus, dá para virar o botão para a posição off?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Natal - viver, morrer, renascer - em São Paulo

Três minutos e dois quadros: esse é o resumo do assalto ao Masp. Uma tela de Picasso - "Retrato de Suzanne Bloch", de 1904; outra de Portinari - "O Lavrador de Café", de 1939. O assalto ocorreu de madrugada e foi registrado pelo circuito interno de TV. O valor dos quadros é considerado inestimável e, portanto, não foram divulgados os valores das obras. Hoje, 15 horas, agência do Bradesco na Avenida Paulista, próxima da Joaquim Eugênio de Lima, pertinho de casa. Fui à respectiva agência e havia quatro viaturas do GOE (Grupo de Operações Especiais). Maior tumulto, agência fechada. Na porta, o cartaz: "Agência fechada por motivo de assalto". Assim é São Paulo: tudo, aqui, agora. Vive-se, morre-se, renasce-se (segundo a concepção do Natal). E a vida - e o risco de viver perigosamente - continua. Ontem foi um dia de muita água na cidade: choveu 80% do previsto para o mês num único dia. Houve mais de 140 pontos de alagamento na cidade. Congestionamento monstro. À noite, vencida a água da natureza, outras águas rolaram. Foi no show da Sandy e do Júnior ou, como prefiro, da SandyJúnior. Histeria, desmaios, lágrimas. A dupla pop de maior sucesso de todos os tempos acabou, com a promessa (não, não, não!!!!!!) de que nada é definitivo. Digo para vocês, SandyJúnior: a morte é definitiva!

Play it again, Sam!

Ingrid Bergman e Humprey Bogart são os notáveis protagonistas de "Casablanca" e o título deste post, apesar de não ser a verdadeira frase dita no filme (é apenas "Play it"), tem o dom de levar o leitor/telespectador para a cena mais comentada do que vista e trazer à mente a referência. O "again" (novamente) da frase vem bem a calhar, já que este meme, recebido do caro Horseman (espero que você tenha reduzido a enxaqueca a pó, meu amigo!), é para falar das coisas que mais gostamos de postar nos nossos queridos blogs. Segundo o Horse, é o seguinte: você tem que resgatar três textos, copiar os links nesta postagem e passar para mais três blogs. Copio as intruções a seguir e agradeço o amigo por me indicar. Realmente, o blog é um work in progress e o fato das visitas flutuarem e nos deixar ora animados, ora abatidos, não tem nada a ver. Os blogs são assim mesmo. Vamos às instruções: "Bem simples. Você deverá escolher os três posts que você mais gostou no seu blog e linká-los devidamente. É uma oportunidade que os visitantes novos tem para ver o seu trabalho ou de resgatar aquele post que você adorou, mas ninguém mais viu porque seu blog tinha uma semana de vida e nem seu melhor amigo acessava. Você irá repassar para apenas três blogueiros, pois assim você não deixará seu coleguinha de cabelo em pé pra arranjar alguém que já não tenha recebido o meme. Você irá copiar esse parágrafo inteiro da forma original, para que não aconteça o efeito telefone-sem-fio e comecem a repassar o meme pra 20 parceiros simultaneamente." Bem, feito isso, vou aos links dos textos que mais gostei de postar por aqui. É difícil escolher apenas três porque sou tão autoral e tão cheio de mim que acho pouco me resumir (gente, é tão duro ser leonino, vocês não fazem idéia!). Vamos aos links, em ordem cronológica crescente (às vezes, sou extremamente metódico):

- Like no other: onde comento sobre o lugar em que eu nasci, o que me faz ser quem eu sou, para o bem e para o mal.
- Relaxa porque a suavidade é restrita: onde aceito que não se pode, nunca, levar-se muito a sério. Ria de si mesmo.
- O meu mundo perdeu continentes: uma hora você tem que admitir que foi derrotado. É só!
Esse negócio de escolher é complicado. Particularmente, não gosto de fazer listas, ainda mais de coisas minhas. Todas têm um relativo peso e dependem do contexto. Enfim! Repasso o meme para três amigos blogueiros e eles que se virem: Os quem, porque a Patty é rebelde e não responde a meus memes e por isso insisto; Perfume de Pequi, porque a Andarilha é real e eu gosto de ambas, a real e a virtual (aliás, o que aconteceu com seu blog, que está estranho?); e Ceila Santos, que pretende ser uma blogger séria (então, tá!).

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Mouth hole (buraco de boca)

No mundo gay, à prática de se colocar o pênis em um buraco na parede para outra pessoa fazer o blowjob (nem vou traduzir!), dá-se o nome de glory hole. Eu coloquei o nome de mouth hole para denominar a situação esdrúxula a que tem que se submeter uma pessoa fumante. Na Alemanha, o chef de cozinha (isso é suspeito e nada animador), Michael Windisch, construiu um sistema para driblar uma nova lei que proíbe o cigarro em locais fechados na região da Saxônia: é o 'Lugar do Fumante', que consiste em três buracos acolchoados na parede que permitem que o cliente fume seu cigarro com as pernas do lado de dentro e a cabeça e os braços do lado de fora. Para mim, qualquer que seja o sistema, há uma alta carga de conotação sexual nos tais buracos. Não é mais fácil sair para a rua? Não! O pior é que esse chef denigre a categoria. E se você tem um cabeção e fica entalado? E se alguém te pega por trás? Gente! Ou eu estou a ver taras onde não existem ou fumar é perigoso e escandalosamente sexual agora. Depois de anos de propagandas com forte apelo sexual, o cigarro chegou ao ponto máximo. Com isso, devo abandonar o vício ou, então, fumar ainda mais, de nervoso. Credo em cruz! Só para finalizar: na foto, olhe o detalhe da figura do cozinheiro com o garfo na mão e a linguinha para fora: ele está ou não pronto para o glory hole?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Mais louco é quem me diz

Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Dancing days

A pretexto de dançar, peguei lá na minha amiga Patty Diphusa esta coreografia. Não que eu esteja contaminado pelo espírito do Natal. Never! É porque eu gosto mesmo de dançar e, às vezes (muitas vezes), eu danço na frente do espelho para espantar cobras, lagartos e seres humanos que me chateiam. Então, Patty, com licença que vou fazer a minha dancinha. Você quer ver como é? Clique aqui! Você vai gostar, tenho certeza!

domingo, 16 de dezembro de 2007

Meu rugido dominical

"Perigo: evite morrer!". Este aviso foi eleito como vencedor do 11º. Concurso Anual de Avisos Bizarros, patrocinado pela Michigan Lawsuit Abuse Watch, grupo que atua contra o enorme volume de ações processuais exageradas e infundadas nos EUA. É engraçado e diz muita da efemeridade e da estupidez humana. Tente não morrer, a qualquer custo. Não saia de casa, não coma nada que o organismo rejeite. Não respire. Instale uma bolha que o isole do mundo. Mas, sobretudo, não morra. É velho o sonho da imortalidade. Se as pessoas já usam avisos para evitar a morte, é sinal que a vida anda mesmo por um fio, ou talvez por um sem fio, nessa época de wireless. E quem não sabe disso? Hoje mesmo, numa caminhada pela Avenida Paulista e Rua Augusta, percebi pessoas demais machucadas - braços e pernas engessados. Será que estavam nesta tentativa de evitar a senhora das sombras? Será que brigaram? Sofreram algum acidente? E tudo isso para quê? Ontem, da minha janela, vi uma batida. Algum bêbado deu um jeito de guinar o carro e bater num poste. Só ele. Sozinho. Uma pessoa, um carro e um poste. Pronto! Garanto que havia um aviso no parabrisas: evite a morte! Porque, a cada passo, não somente não a evitamos, como nos aproximamos dessa entidade. É inexorável. Procuramos (como eu), lidar com humor sobre esse assunto. Mas, como receber bem algo que nos tragará para uma escuridão que é desconhecida? Por que haveríamos de caminhar bovinamente para esse curral? Creio que o instinto de sobrevivência é forte o bastante para eriçar nossos pêlos, fazer tremer os olhos, atiçar as narinas, arrepiar toda a pele. Veja bem: são sinais primitivos, ancestrais. Que nos preparam e antecedem o perigo. Mas, há algum aviso de que a cortina final está ali, naquele palco, hora e local? Será que há? Evite a bandida! Olhe bem na cara dela, tire um barato da carranca. Se puder, arranhe a face, dispa-a. Enfrente. Como evitá-la? Viva. Viva dos sorrisos que recebe. Do obrigado por nada. Das pequenas gentilezas. De gestos ínfimos. Gargalhe para ativar a serotonina. Para contrair o rosto e ficar com uma expressão de raiva, usamos 74 músculos da face. Para sorrir, são apenas 12. Veja a disparidade. Não precisa nem ser matemático para calcular que o menor consumo de energia está mais perto do que longe. Abstraia, fantasie, viaje na maionese. Para que tanta seriedade? Para que tanto apreço pelo material? Evite morrer. Evite virar um morto-vivo. Vegetal. Viver pequeno, de lapso em lapso. Você e eu não somos um traço. Somos cabalas inteiras. Evite morrer. De indigestão. De congestão. De combustão instantânea. Pegue fogo para ativar o princípio ativo que o move. Evite morrer de desgosto. De tontura por temer a altura. Por temer o precipício. Voe feito um Ícaro e use uma cola moderna. Use protetor solar. Nada nos detêm. Evite a qualquer custo morrer. Saque o salvo-conduto, o passaporte, o ingresso, o que for. Não dê passe livre. Drible. Gingue! Dance, dancing days, dias melhores, os melhores anos de nossas vidas. Evite a cachorra. Baile funk nela. Seja punk com ela. Hable con ella! Dá um close nela. Dê close na vida. (e chega porque já é muita viagem).

sábado, 15 de dezembro de 2007

Dublinenses

Um ladrão roubou 450 barris de cerveja da Guinness, em Dublin, na Irlanda. É o maior roubo a uma cervejaria no país. Segundo a polícia, o homem entrou, engatou o caminhão a um trailer carregado de cerveja e foi embora. A fábrica tem 248 anos e nunca havia sofrido um assalto. Conforme a polícia dublinense (sempre quis usar essa palavra, desde que li James Joyce), foram levados 180 barris de cerveja escura Guinness, 180 barris da cerveja americana Budweiser e 90 barris da cerveja dinamarquesa Carlsberg. O valor total do furto é calculado em US$ 235 mil (R$ 420 mil). Desde que li "Ulisses", que é um dos livros mais difíceis que eu conheço (o outro é 'Os Sertões', de Euclides da Cunha), eu tenho uma Dublin registrada na minha cabeça. Se um dublinense (de novo!) consegue ser um clássico com um livro que retrata apenas um dia do personagem, por que outro dublinense não pode roubar cerveja como se o produto fosse acabar no dia seguinte? Em homenagem ao meu cunhado de São José dos Campos, ergo um brinde a esse irlandês, que teme que a cerveja acabe nos próximos dias (é o que a gente faz quando bebe, não é cunhado?). Joyce, a meu ver, deveria conhecer cada pub de Dublin. A literatura joyceana é universal e o escritor nunca precisou ficar longe de sua querida cidade para transpor as fronteiras da Irlanda. O outro clássico de James Joyce é "Finnegans Wake", do qual eu tenho a maravilhosa versão vertida para o português, o "Finnicius Revém", bilíngue, na cuidadosa e espantosa tradução de Donaldo Schüler (Ateliê Editorial). Infelizmente, não concluí a aquisição da obra (são oito livros imensos). Tenho apenas quatro, dos quais li apenas o livro 1 e estou no livro 2 desde 2002 (!!!!!). É isso mesmo! Num resumo bem curto, Finnicius Revém significa que o "homem vem", vem ao mundo, nasce, dá o grito primordial e povoa o mundo. É o mito do homem e de sua chegada ao mundo, com todos os desdobramentos. Não dá para descrever tudo isso sem desenvolver uma tese acadêmica. Então, para voltar à informação inicial deste post, creio que a cerveja roubada se insere no contexto do homem primal (ainda que o roubo tenha tido apenas o prosaico motivo de alguém querer faturar com a venda da cerveja roubada). É o homem que se esgoela (de cerveja e no grito), é o irlandês que vem e revém. A Irlanda sempre me fascina. Saúde!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

As irritações do Natal

De vez em quando, tem uns leitores que me visitam (amo vocês todos e falo isso com a intenção clara de aumentar a audiência e manter a fidelidade de vocês!!! Ahahahahaha!!!!). Aí na coluna do lado, à direita (veja a seta) >>>>, tem, lá embaixo (siga) ↓↓↓↓, um link para o BlogBlogs, que mostra os visitantes que têm cadastro naquele blog. O último deles foi um blogueiro de Portugal, o Afectado, do blog de mesmo nome. Fui ver quem era, dei uma passada no blog dele e, de link em link, caí no Aquela Cadela Virada pro Mar, de onde saquei as seguintes opiniões sobre o Natal, que me irrita tanto quanto ao Sam, do blog citado. Veja:


1. Os cartões postais eletrônicos de Natal: não há nada mais deprimente do que cartões postais eletrônicos de Natal com mensagens de paz e amor, desenhos de ursinhos ou outros bichinhos queridos rodeados de presentes e o ponto alto: uma músiquinha natalina em arquivo midi que se enfia nos nossos tímpanos e a qual não conseguimos desligar.
2. E-mails de boas festas que circulam dentro das empresas: possivelmente, a única coisa mais deprimente do que os postais eletrônicos de Natal (ver tópico anterior), vindos de colegas que não conhecemos, nem nunca quisemos conhecer, mas que tiveram a feliz idéia de enviar estas simpáticas mensagens de boas festas eletrônicas para o e-mail geral da empresa. Se eu fosse chefe, punha-os na rua antes do feriado de "Reis" (6 de janeiro). Acho que este tipo de coisa é motivo para demissão por justa causa. No mínimo.
3. Jantares de Natal: pessoas que não se conhecem muito bem, nem gostam particularmente umas das outras, encontram-se em jantares chatos, onde a única solução para o suplício é ficar bêbado meia hora antes. Imaginei porque não faço jantar de Natal com os meus amigos. Só com pessoas chatas. É porque não preciso. Janto com eles todos os fins de semana, todos os dias ou todos os anos. Quando me apetece. Não têm que ser jantares de Natal, nem de Carnaval, nem de Páscoa. Jantamos porque gostamos de jantar juntos. São "jantares de nada".
4. Jantares de Natal com trocas de presentes: muito piores do que os referidos no tópico anterior. Somos obrigados a comprar às pressas coisas inúteis para pessoas que nem conhecemos muito bem, e que nem vão saber quem lhes deu aquele belo artefato da loja dos chineses (
e eu que estive no Stand Center esses dias!!!!
) e que, por sua vez também, não queriam dar nem receber um presente.
5. Natal nas empresas: por reunir todos tópicos anteriores, adicionado o fato de estarem lá pessoas que trabalham conosco e que ainda temos que aturar no jantar. E, além disso, ainda vão os chefes. Não somos pagos para isso, caralho!
6. Pessoas que usam gorrinhos de Papai Noel na rua: os gorrinhos são ridículos. Se vão usar um gorrinho de Papai Noel, por que já não usar toda a roupa de Papai Noel? Porque é ridículo. Então, por que usar o gorrinho?
7. Os Papais Noéis dependurados nas fachadas: estão por todo o lado. De todos os tamanhos e feitios. Piores que as bandeiras portuguesas do Scholari (mal desenhadas, desbotadas e encardidas). Obs.: Adaptado ao Brasil: piores que as bandeiras do Corinthians em São Paulo, penduradas ou coladas nas janelas dos apartamentos. Por que, raios, é que o Papai Noel estaria dependurado numa sacada? Supõe-se que o Papai Noel desce pela chaminé na noite de Natal, e não que fique dependurado numa sacada 2 meses antes. Só me faz lembrar um amante que teve de fugir às pressas quando o marido chegou mais cedo em casa... No fundo, até está certo, realmente é o Papai Noel que traz os presentes. O que esqueceram de dizer às crianças é que o bom velhinho anda a 'papar' a mamãe e a 'f....' a vida do papai. A única razão para o Papai Noel tentar entrar (ou sair?) pela sacada é porque hoje em dia já não temos muitas casas com chaminés verdadeiras. E a chaminé de ventilação do ar-condicionado é um lugar nojento. Eu também não ia querer ficar preso naquela rede cheia de gordura seca e colada. O Papai Noel é um ordinário! Concordo com tudo isso e mais um pouco!

Tudo o que eu preciso

Existem algumas coisas que, ditas ou feitas, geram luz. Isso aconteceu comigo ontem e me fez perceber que meu ano, ao contrário do que imaginava, foi muito bem. Invariavelmente, chega o final do ano e, consciente ou não, faço um balanço do que ficou. Até então, estava com uma sensação de que o ano havia sido borrado por uma imensa nuvem. Mas, não! Foi apenas uma sombra passageira. Ouvi uma frase: "Você foi ótimo!", sobre algo que fiz e que resumiu muito de quanto vejo de mim mesmo diante do mundo. Tendo a subavaliar minha capacidade de lidar com situações e pessoas. Às vezes, fico com a sensação de ter fracassado em algumas coisas. Mas, volto a afirmar, não. Não é fracasso. É apenas um ângulo, um ponto de vista. Com a frase, me livrei de muitos fantasmas e garanto que consegui inverter muitos dos meus sentimentos em relação a este ano. Claro, obtive retornos que não esperava. Fiz o primeiro ano de uma nova faculdade, o que me acrescentou muito pessoalmente e também profissionalmente (embora nesse momento as perspectivas sejam apenas isso, perspectivas). Mas, quando, do nada, você recebe um retorno de algo que você fez quase que imperceptivelmente, é incrível o poder que isso tem de te dar uma nova dimensão. A ponto de eu olhar para mim mesmo e sem condescendência leonina, me dizer: "Sim, você foi ótimo!". Sei que fui, no final das contas. Tive tudo o que eu precisava para me recuperar de alguma névoa de isolamento que ainda rondava por aqui. Sei que é tudo muito enigmático, mas, acredite, eu precisava registrar aqui para ter certeza que poucos minutos puderam lançar tanta luz sobre o escuro que havia. Obrigado, é tudo o que tenho a dizer.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Burn everybody!

Corro o risco de ser monotemático, mas, volto aos bichos. Estreou a campanha para o Burn, energético da Coca Cola. O filme, "Cães e Gatos", mostra um grupo de homens com cabeça de cachorro que persegue um grupo de mulheres-gatas. Eu gostei. Mas, esses dias realmente têm sido dos bichos. Na Coréia do Sul, deram um jeito dos gatos serem fluorescentes. Já não chega existir naturalmente os "olhos de gato", agora os bichos podem ser vistos inteiros, laranjas ou verdes. À noite, nem os gatos serão pardos mais. Horror! Outra intervenção foi a do rato que não teme o gato. Vi na TV que cientistas do Japão conseguiram eliminar o DNA que permite ao rato sentir o cheiro do gato e fugir do bicho. Na cena a que assisti, o rato foi até o gato e poderia ter dependurado um guizo, uma coleira ou uma coroa no gato. Só não entendi porque o gato não atacou o rato. É isto a revolução dos bichos? Ou a invenção dos humanos? Somos ou não bestiais?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Formigas, elefantes e escorpiões

Particularmente, tenho horror à esta época de final de ano, seja em São Paulo ou em qualquer outro local. Transformamo-nos em bichos e assumimos diferentes espécies conforme o momento. Em grande parte, creio que somos formigas. Só que, ao contrário das originais, nosso imenso formigueiro carece de organização. Nossas antenas captam somente o individual, nunca o coletivo. Ficamos zonzos de tanto perambular ao redor de algo somente para constatar que o objeto em questão não é assim tão apetitoso. Ou seja, como formigas alucinadas, erramos e nos perdemos numa confusão de desejos e vontades que não são nada. Ontem mesmo fui ao Stand Center da Avenida Paulista, centro comercial que reproduz, em pequena escala, a 25 de Março, com direito a chineses, produtos falsificados e milhares de quinquilharias inúteis. Era quase 19 horas e aquilo fervilhava. Formigas que entravam e saiam das lojas, nós todos estávamos ali na crença de que havia uma necessidade premente (e importante) de comprar algo. Na verdade, essa latência consumista nos impele a sair de casa, entrar numa loja, escolher, abrir a carteira e esvaziá-la do peso de uma cédula ou de uma folha de cheque. Se analisarmos, não há muito sentido e aquilo que compramos nem era exatamente o que realmente queríamos (tenho, por experiência, que quase nunca é!). Não posso responder por você, leitor, mas, muitas vezes compro algo quando, de fato, queria outra coisa. Uma das poucas coisas que compro e tenho o maior prazer de desfrutar são os livros. O resto, quase tudo, é para cobrir eventuais necessidades. Sim, são coisas úteis. Mas, o prazer inerente de adquiri-las nunca está tão presente, para mim, quanto abrir um livro novo e começar a ler. Bem, o que constatei na visita à pequena 25 de Março na Paulista é que somos formigas, mas, também podemos ser elefantes (que passam, atropelam tudo e deixam atrás de si mortos e feridos) e escorpiões (que te matam por um nadica de nada se você ousar atravessar o caminho desses seres). Nessa fauna bestial, você sempre tem que passar por um rescaldo e juntar as cinzas que restam daquilo que um dia foi matéria-prima completa de um corpo e, quiçá, de uma alma. Formigas, elefantes e escorpiões digladiam-se na selva por nada. Depois que passa essa época, ficam as faturas e a sensação de mais vazio. Já que o contexto é animal, dá para fazer o que cada um desses bichos faz: se você for formiga (e provavelmente é a do tipo operária, que alimenta a rainha), morrerá de tanto trabalhar; se for elefante, terá que se retirar para o cemitério dos elefantes e morrerá sozinho(a); e, se for escorpião, ao esgotar seu veneno na alma desavisada que olhou para você, morrerá seco(a). Ao fim e ao cabo, a morte é certa. Calma! Falo de uma morte metafórica. Mas, a imagem é a mesma da real: no final, não tem nada. É isso que você quer desse final de ano?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Dica do Chef

Essa dica é gastro-intelecto-blogosférica! Juntou tudo o que eu gosto: blog, gastronomia e literatura. Em 2002, a secretária norte-americana Julie Powell criou um blog para contar como seria cada um dos processos de preparação das 524 receitas do livro "Mastering the Art of French Cook", de Julia Child. O livro é bastante popular nos EUA. O projeto durou um ano e, toda noite, Julie realizou as receitas de Julia em sua pequena cozinha, no apartamento onde mora, no Queens, em Nova York. A blogueira e cozinheira Julie teve tanto sucesso que as visitas ao blog aumentaram exponencialmente. Por fim, o trabalho empreendido pela blogueira/cozinheira - chamado "Julie/Julia Project" - virou livro, ora lançado no Brasil - Julie e Julia (Conrad, R$ 40) e será filmado também. A auto-didata em cozinha, "cozinho porque gosto de comer e alimentar os outros" (mesmo sentimento que tenho em relação à comida), virou autora de livro (o que é uma consequência cada vez mais frequente quando se trata de blogueiros), tornou-se amada por nós, bleaders, e, agora, verá seu livro transformar-se em filme, com a maravilhosa (sim, eu adoro ela) Meryl Streep (como personagem da autora do clássico, Julia Child). Ainda não li o livro e tampouco (a não ser para colocar o link) acessei o blog (julie-powell.blogspot.com). Mas, pode estar certo: será um dos livros a mais a ser adicionado na minha biblioteca gastronômica (este ano altamente enriquecida, sobre a qual ainda farei um post gustativo). Eu recomendo porque trata-se da junção de três assuntos que me são particularmente pertinentes. Parabéns, Julie! A matéria completa você lê na Folha e no comentário da Nina Horta. Copio a Folha e coloco aqui três blogs de gastronomia (não gosto do termo culinária): Come-se, Chucrute com Salsicha e Pé na Cozinha que, em breve, adicionarei no meu blogroll. E mais o Panelinha, da chef Rita Lobo, de lambuja!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A imprensa subiu no telhado

Realmente, o chamado quarto poder (a imprensa) não está com essa bola toda não. Pesquisa global divulgada pela rede de TV britânica BBC revela que 40% dos entrevistados consideram aceitável limitar a liberdade da imprensa de relatar as notícias de forma precisa. Para essas pessoas, a liberdade de imprensa é secundária, e é melhor manter a harmonia social e a paz do que permitir que a imprensa informe livremente. Entretanto, a maioria da população mundial (56%) diz que liberdade de imprensa é muito importante para uma sociedade livre. Foram ouvidas 11.344 pessoas em 14 países. Na maioria das nações, a liberdade de imprensa foi considerada mais importante do que a estabilidade social. O maior porcentual de apoio à liberdade de imprensa foi registrado nos países da América do Norte e da Europa Ocidental, com até 70% favoráveis à liberdade de imprensa em primeiro lugar. Com mais de 60%, aparecem três países mais conturbados: Venezuela, Quênia e África do Sul. Destaque para a Venezuela, que passa por uma série de restrições impostas pelo governo de Hugo Chávez às redes de TV e jornais contrários à sua política. Os países em que a população dá preferência à estabilidade social em detrimento da liberdade de imprensa são Rússia (onde há forte repressão da mídia), Índia e Cingapura. Nesses países, cerca de 48% disseram que preferem a estabilidade. Cerca de 40% disseram preferir uma mídia livre. O Brasil foi o terceiro colocado entre os países cujas populações consideram a imprensa "muito livre": 28% dos entrevistados acham isso, menos apenas que norte-americanos e venezuelanos, com 31%. Para 52% dos brasileiros, a liberdade de imprensa deve ser prioridade, enquanto 48% aceitam algumas restrições em nome da estabilidade social. Por outro lado, 43% dos entrevistados brasileiros avaliam que a atuação dos órgãos de imprensa públicos (como a Radiobrás, a nova TV Brasil, os Diários Oficiais etc.) é ruim. Foi o maior percentual entre todos. Fonte: Veja.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Para onde vai a música eletrônica?

Nos últimos meses, fui a três festivais da música eletrônica: TIM Festival, Motomix e Nokia Trends. Todos tiveram coisas boas e outras nem tanto. O TIM Festival (Anhembi, 28/10) teve, entre outros, Arctic Monkeys e The Killers. Mas, não o suficiente para me animar, como eu relatei em post aqui na madrugada em que saí de lá. O Motomix (25/11 a 1º. de dezembro, diversos lugares em São Paulo) foi mais abrangente. E o intimismo dos clubes ajuda, eu creio. Fui no Motomix (Club Royal, 29/11) e gostei muito do Mark Ronson (veja as fotos do fofo feitas pelo meu iPhone, by Patty Diphusa), que já trabalhou com Robbie Williams (de quem eu gosto muito! Aliás, ele disse que também gosta bastante de mim). Ronson abriu com Beatles e demonstrou estar antenado com o Brasil por "Águas de Março" e “Let's Make Love And Listen Death From Above”, do Cansei de Ser Sexy (CSS, para os íntimos, como eu). Finalmente, teve o Nokia Trends (Memorial da América Latina, 08/12). Gostei do Van She e do Underground Resistance. Depois, o que acabou foi minha resistência (às 4 horas da manhã) e não vi os demais. Gostei bastante da organização, bem diferente do TIM Festival, que estava uma zona (no Nokia, havia até uma van para levar as pessoas do estacionamento ao local do evento). Só faltou banheiro masculino (a fila estava quilométrica). De volta à música: para um festival que tinha como base o Sonar Sound de Barcelona, o Nokia Trends, que já trouxe Chemical Brothers, 2 Many DJs, Bravery e Ladytron, entre outros, estava com um line up meio fraquinho. Eu achei. Em resumo: dos três festivais, que quase se atropelaram uns aos outros, o que eu mais gostei foi do Ronson no Motomix. E acho que falta esforço das respectivas produções para trazer artistas que estão mais em evidência na Europa. Gente, que tal dar um rolê em Ibiza? Só para constar, nós já tivemos Laurent Garnier por aqui, em 2004, no Nokia Trends. Se você pegar qualquer top list de DJs internacionais, vai ver que nem os primeiros 20 estiveram por aqui (exceto pelo Ronson, volto a dizer). Queremos mais. A música eletrônica tem mais. E São Paulo é eletrônica, merece. De qualquer forma, ao contrário dos outros anos, me sinto mais atualizado. Valeu pela temporada (graças, em grande parte, a Patty!).

Meu rugido dominical

Uma das reportagens do programa "Fantástico" deste domingo, na Rede Globo, abordará o comportamento de uma tribo indígena na qual as mulheres ficam confinadas em ocas até que as famílias entendam que a menina já é adulta e possa ser livre para vagar pela tribo. É uma avaliação subjetiva e as meninas podem ficar mais ou menos tempo presas, o que depende, sempre, da ótica dos pais. Vi somente flashs da matéria, mas creio que as idades dessas meninas variam bastante, ou seja, não há uma média etária combinada segundo a qual elas adquirem o direito automático de perambular livremente. Visto do ângulo ocidental, nosso, parece um ato de extrema crueldade. Para os índios, é um processo cultural, ao qual estão atrelados há muito tempo. Tentarei assistir a reportagem para entender o significado. Mas, o que quero abordar aqui é quando devemos ser "libertados" e expostos ao mundo lá fora? Será que há uma idade cronológica para que isso aconteça ou não? Eu me "libertei" aos 19 anos e fui ao mundo. Creio que isso me fez amadurecer mais rapidamente do que se tivesse permanecido na minha "oca". Por outro lado, o conforto e a segurança da "oca" me fizeram refletir várias vezes sobre a validade do meu ato. Tive impulsos de voltar à tribo e não foi apenas uma vez. Atualmente, sabe-se que os filhos das tribos tendem a ficar cada vez mais em suas ocas. Ao contrário das décadas de 60, 70 e 80, quando a ordem era ser rebelde e sair de casa, hoje os filhos têm uma liberdade e liberalidade antes nunca acessível. Na Itália, homens de 40 anos preferem desfrutar as regalias que somente uma mamma italiana pode dar. No Brasil, não sei se o nível é o mesmo, mas, não é difícil verificar que homens e mulheres de 30, 35 anos, ainda moram com os pais. E sem grandes traumas por conta disso. Então, a questão passa por dois aspectos: é melhor ser independente, sair de casa, tornar-se maduro pela auto-educação da vida ou viver um terço da vida na casa dos pais? Acho que há vantagens e desvantagens para ambas as decisões. Mas, o melhor indicador disso, para mim, é a maturidade emocional. Essa, independe da idade. Ou você tem, ou não. E a independência está na cabeça (nem tanto no bolso, como acreditamos). Se você é livre mentalmente, você pode ser o que quiser, desde um rebelde sem causa até um quarentão que não dispensa os pequenos cuidados da oca. Índios ou não, todos buscamos respostas. Para os índios, a decisão cabe aos pais. Para nós, também, em alguma medida. Mas, ou permanecemos na oca até aprender a voar ou poderemos ficar com as asas atrofiadas se não tentarmos. A qual tribo você pertence?

sábado, 8 de dezembro de 2007

Extra! Extra! Descoberta nova espécie de iguana!

Em expedição aos extensos territórios da World Wide Web, ou simplesmente internet, eu, que não sou cientista e tampouco estou a procura de espécimes raros (a não ser que sejam de um interesse distinto, específico, ah! deixa para lá!), me deparei, assustado, com uma nova variação de uma divisão do reino animal que me parece em plena expansão: uma iguana gigante e agressiva. Cara Chefe das Iguanas, quantas espécies existem? Quem são? Onde estão? Como evitá-las? Se não puder evitá-las, como sabê-las? Como detê-las? Há alguma armadilha especial? Uma gaiola? Alguma ilha do Pacífico para concentrá-las? É um susto! Se eu sofresse do coração, pá pum! Já era! Faça alguma coisa. O universo está intranquilo. Ninguém mais dorme com essa falta de segurança e a sensação de que não estamos sós.

Antonio finca 'banderas' no Brasil

Ao contrário da Glória Maria, que mantém uma mansão na ilha de Ibiza, na Espanha, "para morar quando estiver aposentada", o ator espanhol Antonio Banderas e a esposa, também atriz, Melanie Griffith, terão uma casa de verão em Natal, no Rio Grande do Norte. Banderas é garoto-propaganda do grupo hoteleiro espanhol Sanchez (assim como o jogador de futebol Ronaldo). O grupo espanhol constrói no Rio Grande do Norte o Grand Natal Golf, empreendimento turístico e imobiliário, nas praias de Pitangui e Jacumã. Quando estiver pronto, o Grand Natal Golf terá 35 mil residências, 9 complexos hoteleiros, 5 campos de golfe, hospitais, clínicas e shoppings. Estima-se um investimento de 2 bilhões de euros, que deve ser o maior aporte de capital da América Latina neste segmento. A despeito da casa de verão do casal Banderas ser mais marketing promocional do que fato, o contrato de Antonio Banderas com o grupo Sanchez deve prever que uma das residências será do casal. Hoje, sábado, os atores visitam a área do Grand Natal Golf para conhecer o local onde será erguida a residência de verão da família. Também neste sábado, Banderas e Melanie visitaram o projeto social Escola das Dunas, no município de Pitangui. Eu já estive em Natal e, realmente, há uma invasão de investidores europeus em toda a região (sem falar no Ceará, meca de espanhóis e portugueses). Enquanto os provincianos daqui preocupam-se em montar apartamentos decadentes em Paris ou viver em ilhas paradisíacas na Espanha (a inveja mata, eu sei, mas eu queria estar no lugar da Glória porque é Ibiza, você entende?????), mais e mais europeus e norte-americanos migram para a ensolarada costa brasileira, para o deslumbrante Pantanal ou para a luxúria verde da Amazônia. Nós, reles plebeus, mal conseguimos pagar uma passagem de avião para o Nordeste.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Angelina é a mais sexy do mundo (concordo!)

Angelina Jolie foi eleita a estrela mais sexy do mundo por mais de 20 mil cinéfilos. A segunda na lista foi Natalie Portman (eu postei um vídeo de "Closer" com a fofa recentemente). E o famigerado Daniel Craig (atual 007) ficou em terceiro lugar, seguido por Johnny Depp e Brad Pitt. A votação envolvia tanto atrizes quanto atores e não fazia restrições a vivos e mortos. Portanto, também foram votados ídolos como Marilyn Monroe (14º. lugar), Clark Gable (50º. lugar) e Rita Hayworth (59º. lugar). Os britânicos apareceram de monte na lista: Keira Knightley, Christian Bale, Kate Winslet, Orlando Bloom, Kate Beckinsale, Clive Owen (também no vídeo de "Closer") e Daniel Radcliffe (que sempre está por aqui ...) ficaram entre os 25 mais sexies. Agora, vem a podrera: o casal 1.000 - Angelina e Brad - tem uma vocação humanitária que eu admiro: adotam crianças do mundo. Não sei se eles (ou seus agentes) passaram no Brasil em busca de crianças para serem adotadas, mas, se fosse o caso, eu ia me candidatar a ser adotado pelos dois. À noite, já com Angelina e Brad como pais, eu sempre teria medo de dormir sozinho e no escuro. E, com a cobertinha na mão, ia para o quarto dos dois e falaria: "quero dormir com vocês porque tenho medo de ficar sozinho". Já pensou? Acordar todo dia com esses pais? E ainda faria beicinho: "Dad, could you tell me a story? Mum, could you give me a kiss?" Ahhh! I´m crazy, man, I know that! (e olha como sou ordinário: me dei ao trabalho de buscar fotos de cada um dos eleitos citados para estampar o post; não que eu tenha achado ruim!).

Quem quiser falar com Deus(es) ...

Os humanos devem estar loucos! Na Índia, um juiz colocou anúncios em jornais para convocar dois deuses a comparecer à Corte pessoalmente para resolver uma disputa de terras que já dura 20 anos. O juiz já havia mandado cartas aos deuses Ram e Hanuman (foto) e disse que só colocou os anúncios porque as cartas não foram respondidas. O serviço de correio retornou as correspondências com um aviso de "endereço incompleto". A disputa envolve uma porção de terras que abriga dois templos religiosos, destinados à adoração das duas divindades. O chefe religioso dos templos reclama para si a posse da terra. Mas, a população diz que o lugar é de propriedade dos deuses. Há poucos anos atrás a disputa ficou a favor dos deuses, mas o chefe religioso recorreu à Corte novamente."Já que as terras estão em seus nomes, é necessário que eles apareçam para tomar parte no caso", afirmou o advogado do caso. Na Grécia antiga, de vez em quando, os deuses desciam do Olímpio e se envolviam diretamente com os humanos em disputas de sexo, poder e ódio. Não havia muita firula não. Simplesmente vinham ao mundo em sua forma de deus ou disfarçados. Todos os grandes mitos gregos envolvem relações entre deuses e humanos e, em muitos casos, houve miscigenação entre o divino e o humano porque até mesmo os deuses não conseguiram ficar imunes aos humanos. Não sei como é na mitologia indiana, mas, se eu fosse um dos deuses, também não atenderia nenhum chamado, fosse por carta ou anúncio de jornal. Acho que, como deus, me daria a prerrogativa de aparecer se eu quisesse, e não porque um reles mortal está a disputar terras. Depois, ainda dizem que os deuses devem estar loucos! Loucos estamos nós outros!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O meu mundo perdeu continentes

"Tinha perdido Clarisse. E não escondia de si mesmo: seu mundo tinha perdido um continente. Claro, Clarisse não era bem um continente; na verdade, na maior parte do tempo, fora a sua Atlântida. Só a conhecia através de miragens. Dali a alguns meses, não seria mais do que uma lembrança, sem cheiro nem espinhos. E outra mulher se transformaria, então, em sua Atlântida. Enquanto esperava, podia repousar nos quatro continentes de suas amizades. Zoé, Darius, Victor e Caldeira formavam a sua geografia íntima. Zoé era a Europa, tão próxima e familiar. Darius, a Ásia. Victor, a América industrializada e triunfante. Caldeira, a África. Seu mapa-múndi não desapareceria...'Clarisse não tem nada a ver com isso. Você salvou a vida dela. Durante seis anos você foi, mais do que enfermeiro, o próprio remédio dela. Agora que se curou, você não serve para mais nada. Acho totalmente compreensível que ela tenha ido embora'. Há uma diferença entre conhecer a verdade e ouvi-la da boca de alguém. Quando a conhecemos interiormente, damos carinho e a corrompemos com todas essas guloseimas produzidas dentro de nossas cabeças. Também a cantarolamos, pois ela não passa de uma canção que nos ajuda a lamentar o nosso próprio destino. Mas o melhor serviço que os nossos conhecidos podem nos prestar é mostrar-nos aquilo de que já sabemos."

"Elias acreditava que aquilo era amor, pois ninguém nunca lhe dissera que aquilo não era amor."
"Não vertia lágrimas por causa da ausência de Clarisse, mas porque se dava conta de que, na verdade, ela nunca estivera lá."
"O bicho não estava na maçã. Nunca houve maçã nenhuma no Paraíso, somente a casa do bicho."
"Não se vive no presente... Vivemos, na maior parte do tempo, em alguma saliência do passado. O hoje não existe na realidade. E o amanhã desaparece antes mesmo de nascer."
"O maior dos luxos não é o dinheiro ou o poder, são os meios que permitem conferir inocência a si próprio."
"Era uma hipocondríaca do amor."
"Nada melhor do que uma infecção para acalmar os golpes do coração ..."
"... o tempo é uma droga da qual só nos libertamos com a morte."
"É uma injustiça que as pessoas que nos fazem bem não sejam as mesmas que amamos e que nos amam."
"Os doentes é que deveriam fazer visitas aos sãos."
"A infidelidade é o melhor meio de salvar um casamento."

Os trechos e frases e pensamentos e conceitos são todos do escritor Martin Page e estão no maravilhoso livro "A gente se acostuma com o fim do mundo". Page também é autor de "Como me tornei estúpido", ótimo livro também. A reprodução de tudo isso aqui é porque é surpreendente constatar que um cara (Martin Page) feio, míope, de apenas 30 anos, tenha tanto a dizer e com tanta intensidade. Eu reproduzi trechos e frases porque Page foi muito feliz na definição de perda: "seu mundo tinha perdido um continente". Eu já perdi alguns continentes. Quer dizer, acho que países, pois continentes são somente cinco e eu tenho mais que isso de países na minha geografia (o plágio é inevitável). Sim, perdi países que, como a Portugal de Saramago em "A Jangada de Pedra", devem estar por aí, a vagar no meio dos oceanos. Minha amiga Patty fez um post sobre catarse e é isso que acabei de fazer aqui: tentei sedimentar a perda de alguns países. O livro somente veio a calhar (e agradeço ao In Sônia, porque foi lá que li sobre o livro - não sabia que havia sido lançado: comprei no sábado e terminei na terça-feira: devorei-o!). O sentimento estava em mim, não com estas palavras que, por mais suficientes do que as minhas, espremem-se entre as aspas deste post. Leia o livro. Eu amei. O último livro que me tirou do sério foram dois, na verdade: "Nas Tuas Mãos", de Inês Pedrosa, e "Quando Teresa Brigou com Deus", de Alejandro Jodorowsky. E mais não tenho a dizer porque não preciso.

A morte lhe cai bem

Os calendários da Pirelli são um verdadeiro cult. Existem há 41 anos e cada edição é tão esperada quanto uma edição nacional da Playboy. As modelos que estampam os calendários da Pirelli sabem que sua exposição num dos meses significa retorno imediato para suas carreiras. E os calendários de mulheres nuas são um dos mais autênticos itens kitsch de borracharias, oficinas e outros locais essencialmente masculinos. Assim, uma outra empresa italiana, a funerária CofaniFunebri, sem medo de ser feliz, resolveu apelar para mulheres seminuas para vender caixões. A morte, no caso, cai bem. Não tenho nada contra. Os caixões são mercadoria. São apenas camas eternas para nós. Por que então não vendê-los da mesma forma que se vendem tantos outros produtos? A estratégia da empresa consiste em colocar em cada mês um caixão, uma (ou mais) mulher e tentar se fixar na cabeça do consumidor com isso. O calendário custa R$ 25, se você quiser comprar. Os caixões? E alguém lá quer saber o preço disso? Deixa para quem ficar vivo! Se me enterrarem num caixãozinho de madeira compensada, eu juro que faço como a Uma Thurman em Kill Bill: arranho até sair da terra e volto para a vingança! Se você tiver um pouquinho de tendências mórbidas como eu tenho, acessa o site da CofaniFunebri: tem um esqueletinho que é tudo de bom! O bom humor é fundamental, inclusive para lidar com a morte.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

U2 in SL

De vez em quando, o blog tem que fazer jus ao nome.

Ordinariazinhas


Me ajude a resolver uma dúvida cruel: se eu bebo meias garrafas de vinho, sou apenas meio bêbado? É isso mesmo? Ótimo!

Ordinariazinhas

Se você já tem iPod, você tem, então, metade do iPhone. Para chegar ao iPhone, você precisará: de um telefone fixo (com ou sem fio) que está aí, em algum canto de sua casa, jogado; e de um elástico, daquele maço de dinheiro que você trouxe do banco ou daquele que você costuma roubar do escritório. Pronto! Não precisa mais ficar com inveja de mim, que tenho um autêntico. Agora, você também tem um iPhone para chamar de seu.

No meio do caminho havia, que engraçado, uma bunda

Poeira, a primeira poesia é uma homenagem a você, que aparou na testa a força do mineral. Se você leva literalmente na mente a pedrada, agradeça-me. Sim! Porque você se tornou uma pessoa melhor com a pedra, não foi? A pedra te incutiu outras possibilidades e se algum sangue esvaiu, foi para dar espaço para idéias. Gostou desse argumento? Não responde. É, porque, muita gente que não levou pedra na cabeça ficou até hoje a ver estrelas. Ou poeira das estrelas. E, convenhamos, é melhor o mineral do que o vazio do espaço sideral. Vai, compreende. Eu sei que você entende. Bem, a segunda poesia é porque, Poeira, é inexorável e mais forte do que eu. Algum acréscimo picante tem que sair de um cara que quer ser chef de cozinha. Nem que for da anatomia humana. Pensa bem: cozinha, comida, calor, anatomia, pia - tá tudo ali já! OK, OK, forcei um pouquinho. Mas, é que eu queria fazer caber a outra poesia aqui. Além do que, não preciso dar explicações: sou dono do blog e coloco e pronto! Olha a pedra, hein!


No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


A Bunda, que Engraçada

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda,
redunda

by Carlos Drummond de Andrade

Através dos olhos de Bette Davis eu vi o mundo

Os olhos de Bette Davis e a música da Kim Karnes estão na minha cabeça desde quando eu tinha 13 ou 14 anos e ouvia as rádios Sentinela e Itaipu de Ourinhos numa camionete que o meu pai tinha. Essa música tocava sem parar e eu nunca enjoei de ouvi-la. Tenho certeza que, primeiro a música e a voz rouca da Kim, e, depois, a presença e os olhos de Bette Davis forjaram em mim uma estética que eu nunca mais perdi. O legal é que eu ouvia escondido porque tinha medo de descarregar a bateria da camionete. Mas, da Bette Davis, eu nunca tive medo nenhum.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Closer, but not so much

Porque a Natalie Portman é linda! Porque a Patty adora o Jude Law? Porque ambos gostamos do Clive Owen (não é?)! E porque ainda tem a Julia Roberts, claro. Além da música, bonitinha. (Patty, eu não fiz nada de errado nem quero pedir nada com toda essa bajulação. É só associação de idéias mesmo).

Desert Rose

Em homenagem a Patty Diphusa, que irá ao Rio especialmente para vê-lo e ouvi-lo. Com um deserto desses, Patty, a areia pode entrar por todo lado, não é não?

Direito de escolha

Olha só a minha região: uma cabeleireira de Marília (a 100 Km da minha cidade natal) deve ser o primeiro transexual da cidade a conseguir, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), uma cirurgia para mudar de sexo. O procedimento está em fase de autorização e inclui um longo acompanhamento médico e psicológico. Em setembro deste ano, o Ministério da Saúde incluiu na tabela do SUS os procedimentos cirúrgicos para a mudança de sexo. A medida atende uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) que determinou a realização das cirurgias em hospitais credenciados pelo SUS. Para ser aprovado, o candidato tem que passar por uma série de exames e entrevistas feitas por uma equipe de médicos, psicólogos e assistentes sociais. O processo pode demorar até dois anos. O responsável pela operação, o urologista Carlos Cury, explica que o procedimento é complicado. A operação será realizada no Hospital de Bsse de São José do Rio Preto, que é o único da região capaz de realizar esse tipo de procedimento. A cirurgia ainda não tem data marcada, mas, a demora não desanima a paciente de Marília. (Fonte: Athos GLS). Me recordo que na minha cidade havia um caso semelhante de uma pessoa que queria muito fazer isso. Pena que não pode, por motivos diversos. Só tenho a aplaudir a decisão do TRF e a facilitação desse tipo de intervenção pelo Estado que, em primeira instância, tem que garantir ao cidadão o direito de ser quem ele quiser e da forma que escolher. Isso é liberdade de escolha. Isso me faz acreditar.

Auto de fé

- Acredito que se desejar bastante, as coisas boas prevalecem
- Acredito que quando você se sente só, basta pensar nas pessoas da tua vida para se confortar
- Acredito que se as calorias engordam é porque têm motivo
- Acredito que o riso lava, sim, a alma
- Acredito que o sorriso filtra muito de nós
- Acredito em mim mesmo quando me olho no espelho
- Acredito que tudo o que passamos é porque escolhemos
- Acredito que temos escolhas e as fazemos
- Acredito que dá para melhorar, mesmo que à base de perdas e danos
- Acredito mais no positivo do que no negativo
- Acredito, contraditoriamente, que acreditar me leva à frente
- Acredito que há mais do que menos ao final
- Acredito que não há conspiração a favor ou contra
- Acredito que pedras, pregos e alfinetes são como água, canudinhos e almofadas: só coisas
- Acredito que a uma queda se segue a dor e depois a risada
- Acredito que ser cruel não é de todo ruim se for para provocar
- Acredito que às perdas se seguem os ganhos, ainda que não pareça tão evidente
- Acredito que sentir que se ama alguém é pior do que amar efetivamente
- Acredito em mim
- Acredito no outro, mesmo quando o outro não se acredita
- Acredito mais do que desacredito
- Creio que nada é tão água ou tão sol
- Creio que radicalizar é bom, só às vezes
- Creio que renunciar dói, mas compensa depois
- Creio que dizer sim é mais fácil que não
- Creio que ouvir não não é fácil
- Creio que ouvir sim, sempre, cansa
- Creio que há mais saídas do que entradas
- Acredito que as entradas são imensas e as saídas estreitas
Sou cético, declaro-me ateu, agnóstico, o que for. Mas, acredito mais do que gostaria nas pessoas. Porque, se não for assim, também me desacreditarei. Não sou político, sou um animal mais para filosófico. Que ri de si (é importante não se levar tão a sério, nunca!). Que lê um e-mail de cobrança de trabalho, coloca o iPod no ouvido e dança sozinho na frente do espelho. Dá para ser infeliz assim? Que chega em casa à meia-noite, compra um peixe (filé Saint Peter, amigos, tudo de bom), faz uma pasta rapidinho e celebra tudo como se fosse um jantar de gala com vinho (das meias garrafas, tudo de bom também). Sou assim. Me entristeço, me emociono, me descubro, me descobrem, me chateiam, me machucam, machuco também. Não sou perfeito. Ninguém é. Sou como você, como todo mundo. Só estou mais propenso à humanidade hoje. Amanhã, posso odiar todo mundo. Sou volúvel, instável. É do humano ser assim, ser humano e desumano simultaneamente. Amar/odiar. Sem dó. Com piedade. Sou o mundo, concentro o mundo, concentro tudo ao mesmo tempo agora. Fui!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Celular fisiológico

A subprefeitura de Westminster (regiões de Oxford Street, West End e o Parlamento de Londres), lançou uma nova aplicação para celular, o "SatLav", que trata-se de um serviço de busca de banheiros para usuários de telefone celular. As pessoas que passam pela região de Westminter agora poderão digitar a palavra "toilet" no celular e receber de volta uma mensagem de texto com o endereço do banheiro público mais perto do local em que está. O sistema tem 40 banheiros cadastrados, que identifica a localização do usuário conforme a intensidade do sinal. O serviço custa US$ 0,52 por mensagem. O objetivo do serviço é reduzir a incidência de pessoas que fazem das ruas seus próprios banheiros. Segundo cálculos, os mijões produzem 45 mil litros de urina por ano nas ruas de Londres. Nos EUA, há serviço equivalente. Em São Paulo, não existe nada similar. Mas, tampouco existem banheiros públicos para as pessoas. Dê uma volta na região da Avenida Paulista e da 25 de Março para você comprovar isso. Banheiros, somente de bares, restaurantes e de shoppings. Um absurdo. Uma das coisas que caracterizam a região da 25 de Março é o odor nauseabundo de urina. Agora, entre nós: o que dá para inventar de serviços desse tipo não é brincadeira! Eu, do meu lado, pensei num monte de aplicações de sacanagem porque realmente eu só penso nisso. Não vou reproduzir aqui porque este blog pode ser lido por crianças e vou me dar mal. Mas, que dá para lançar localizadores como "fuja das iguanas", "prestação de serviços com hora e local agendados" (!!!), "I'm ready" (???) e outros, todos com conotações nocivas, ah! isso dá! Se eu fosse uma operadora, ia promover misérias com meus serviços.

Sem limites

Raimunda Nonata, de 82 anos, prestou vestibular para uma vaga de serviço social numa universidade particular de Santarém, no Pará. Raimunda concluiu o ensino médio apenas dois dias antes de prestar o vestibular. Sem perder tempo, tentará agora o ensino superior. A idéia de prestar vestibular partiu da própria Raimunda, que teve o apoio de toda a família. A filha e a neta de dona Raimunda aguardaram com expectativa a vestibulanda entregar a prova. A caloura de vestibular ficou duas horas e meia na sala de aula para fazer a prova e disse que estava nervosa e com frio por todo o corpo. Conheço pessoas próximas de mim, não com tanta idade, mas, com a família inteira a ser criada, que voltaram para os bancos das escolas e hoje são o que são por esse ato heróico. Porque, estudar, no Brasil, e principalmente em cursos superiores, é um heroísmo. No ano passado, depois de mais de dez anos, voltei a prestar vestibular. Já se passou um ano e concluo agora o 1º. ano de gastronomia. No meio deste ano, prestei o ENEM (fiquei com média 72, o que acho muito bom). Na minha classe, há uma senhora que voltou a estudar depois de muitos anos. A educação formal não é apenas o caminho para se obter um papel timbrado. É uma saída. É um gesto de mudança. Parabéns para essa senhora e para tantas outras (principalmente mulheres) que não temem mais nada, a não ser o fato de não poder aprender mais e mais. Para a educação, nunca há um limite. Muito menos a idade. Uma leitora comentou que adorou o nome deste blog. Pois é, Sônia, essa senhora e muitas outras estão a caminho de construir uma vida menos ordinária. Eu acho o máximo!

Comunidade blogueira da língua portuguesa


O pessoal do obvious me convidou para fazer parte da comunidade de blogs de língua portuguesa. Mais do que um simples atrativo para o blog, é uma possibilidade de disseminar ainda mais o alcance de nossos blogs para mais sete países, além do Brasil: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Concordo e apóio com todas as iniciativas que envolvam a língua portuguesa: é a 5a. língua mais falada no mundo, com mais de 210 milhões de pessoas que usam o português. Então, os movimentos para enriquecer ainda mais o idioma têm meu total apoio. Com este post, divulgo o selo para adesão aos blogs de língua portuguesa. Estendo o convite a todos os visitantes blogueiros para expandir a língua, os blogs e, sobretudo, a informação, seja qual for o tema, o lema, o objetivo ou a forma de expressão. A língua é livre.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Origem da espécie




O lugar define a pessoa? Acho que sim. Estas fotos são de onde eu vim. É, você pode dizer que há um componente bem animal. E há mesmo. Rural, mato, verde, bichos. Eu vim daqui. Das pedras, dessa grama, desses horizontes. E tenho voltado frequentemente. Algumas coisas não mudaram. E há um certo conforto nisso. Não gostamos de mudanças. Nos deixam inseguros. Mas, há que se seguir em frente. O lugar faz a pessoa? Ou você redefine o lugar de acordo com a sua própria evolução? Não sei. É tudo secular, na verdade. O lugar fica, nós é que passamos.


Meu rugido dominical

Sabe o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que mede os níveis de educação, de renda e de saúde dos países e ao qual o Brasil foi alçado à posição de número 70? Pois bem, vou criar um IDH próprio para mim, o Índice de Dispêndio do Humor, para tentar quantificar o quão é difícil tentar ser feliz numa cidade como São Paulo. Ontem, sábado, fui ao aniversário de uma amiga. Moro nas proximidades da Avenida Paulista e o encontro era na Vila Madalena. São dois lugares próximos. Bem, mais ou menos. Minha rua é ponto de ligação da região central com a zona sul. Parece que São Paulo inteira passa por aqui, seja nos dias úteis ou não. Para avançar três quadras da minha rua, demorei cerca de 20 minutos. Daí, mais adiante, parei por mais 15 minutos em novo congestionamento. Li hoje que as breguices de Natal da Avenida Paulista congestionam toda a região. Pode ter certeza que sim. Odeio a época, os enfeites e as pessoas que vêm à Paulista para ver isso. Cafonice total! Hoje, a propósito, serão inauguradas seis árvores imensas na cidade e uma delas é a do Ibirapuera. Olha só o provincianismo: todos os dias, durante dez minutos, haverá uma neve artificial no entorno desta árvore. Não dá para acreditar. O hemisfério norte é aqui! Bem, volto ao tema principal. Depois que saí da região da Paulista, o trânsito fluiu melhor. Mas, quando cheguei na Vila Madalena, já na rua onde era o encontro, o trânsito estava ainda pior. Eram mais de 22 horas. Demorei cerca de 30 minutos para vencer mais três quadras. No fim, desisti. Estacionei meu carro há duas quadras e meia do local e fui a pé. Ainda tive a "sorte" de desembolar R$ 15 pelo estacionamento, e não R$ 20, porque meu carro foi classificado de "pequeno". Pequeno é que o carro não é, definitivamente. Agora, é assim: além de pagar caro, você paga pelo tamanho (será que é pela marca?) do seu carro. Enfim, levei mais de uma hora para chegar de um ponto ao outro. Quando cheguei, muito mais atrasado do que o convencional atraso de 15 minutos, as pessoas não estavam nada dóceis. Eu também não estaria. Até aí, tudo bem! Lembre-se: era sábado. A maior parte dos meus amigos, quando chegou por volta da meia-noite, começou a mostrar sinais de cansaço. Antes da 1 da manhã, tínhamos encerrado a conta. Agora, veja se tenho ou não razão: pelo meu IDH (Índice de Dispêndio de Humor), eu saí de casa com 0,950 (nível ótimo, como os EUA e Espanha). Nas três primeiras quadras, perdi uns 0,200 pontos. Meu coração acelerou, proferi palavrões, fumei uns três cigarros e odiei a cidade umas 30 vezes. No segundo congestionamento, quis bater na traseira de outros carros e não deixei alguns passarem à minha frente: menos 0,150 pontos. Já lá na Vila Madalena, havia um carro à minha frente com duas iguanas que paqueravam a rua inteira. Elas paravam e os demais carros da outra fila tomavam a sua frente. Tive ódio mortal e uma sensação de que, se eu tivesse bolas de fogo nas mãos, elas seriam reduzidas a brilhantes brasas para compor luzinhas de Natal. Perdi, aí, pelo menos mais 0,200 pontos do IDH. Até aqui, foram 0,550 pontos a menos, o que me colocou no nível de países como Ruanda e Angola, abaixo, portanto do Brasil, que, este ano, obteve classificação de 0,800 do IDH oficial e ficou na 70ª. posição mundial. A esta altura, estou com IDH 0,450. Ao chegar ao restaurante, apesar do início constrangedor, tudo melhorou depois. Mas, com o cansaço das pessoas, senti meu IDH levantar asas e se debater feito morcego com a luz. Quando cheguei em casa, medi meu IDH e o podre índice estava com míseros 0,250 pontos, o que deixa abaixo de Burkina Faso e Serra Lea, últimos países do ranking das Nações Unidas, respectivamente, em 176º. e 177º. lugares na classificação geral. A boa notícia é que, a despeito do nível de dispêndio de humor ir ladeira abaixo em poucas horas, a recuperação sempre vem de forma direta e rápida. Hoje, ao contrário do que possa parecer com este rugido, estou de bom humor. Peguei meu aparelhinho, me auto-medi e constatei que estou ao nível dos nórdicos novamente, com o meu IDH que oscila entre 0,956 (Suécia) e 0,968 (Islândia). Bom, né! Creio que a solução é morar em Helsinque (Finlândia, 0,952, 11ºo. lugar), cidade aprazível, sem trânsito e com o metrô vazio. Até que tenho traços vikings, se você quer saber (pelo menos, no branco dos olhos).

sábado, 1 de dezembro de 2007

Nip/Tuck (*)

Vou fechar minha boca. Vou costurá-la. Em boca fechada não entram insetos e tampouco comida. Me disseram que engordei. E alguém por acaso perguntou? Por que te olham e falam isso? Ouvi na TV que não adianta fazer dieta, perder 10 quilos e depois engordar 15. Já fiz coisas radicais como perder 14 Kg em 14 dias. Engordei quase 20. Horror! Faço gastronomia. Dá para ser feliz assim? Acabou de sair um livro que defende a livre ingestão de comida porque o mundo está tão chato que só podemos comer brócolis. Viramos vegetais: não pode comer, não pode beber e tampouco fazer sexo: vegetamos. Brócolis, é o que somos. Recebo e-mail sobre a crueldade para obter foie gras (fígado de ganso). Gente! Sou um futuro chef. Crueldade pior é abater pessoas de fome. Vou costurar minha boca. Assim, paro de falar. Paro de comer. Vou fazer a dieta da água. Beber água durante 28 dias e morrer. Serei leve, no final. Ditadura da estética. Tenho que usar calças que caem, que deixam metade da cueca exposta. Se não for assim, estou passado. Ouvi de monte o quanto eu sou gostoso outro dia (sem detalhes, please). Até agora não sei se era sobre mim ou sobre as gorduras extras. Talvez a pessoa que me disse isso tenha uma vocação antropofágica e precise de gordura (by the way, a pessoa era bem magra). Seja do jeito que for, eu odeio tudo o que se refere a exercício físico (caminhar, fazer ginástica, correr na esteira feito ratinho de laboratório, levantar peso etc. etc.) Só gosto mesmo é de nadar. Mas, como sou water man, qualquer movimento brusco e eu já transpiro. Quando nado na piscina, se medir antes e depois, você verá que houve acréscimo de água. Fui eu! É um horror! Agora mesmo, neste momento, estou aqui a pensar em um restaurante para almoçar (não comi até agora!). Tá vendo? Não dá para ser feliz! Não quero alface e um frango branco. Quero uma picanha vermelha, fritas que estralam na boca e uma cerveja ou então uma boa pasta e vinho. Mais calorias. Dizem que, quando morremos, imediatamente perdemos pelo menos 1 Kg. É o líquido do corpo. No fim, há uma luz, uma compensação. Talvez seja uma reserva para que você, eu e todos entremos no paraíso um pouquinho mais esbeltos porque senão, não haverão asas que suportem nossos pesos. (*) Nip/Tuck significa, mais ou menos, costura e corta.

Alta indefinição

Quer uma dica sobre a TV digital que começa a funcionar amanhã, domingo, a partir das 20:30 horas? Não invista tempo e dinheiro. Você precisará de um conversor (de R$ 499 a R$ 1,1 mil), uma antena UHF (em média, de R$ 80 a R$ 100) e de um cabo HDMI (R$ 200, se não vier embutido no conversor). Tudo isso para a definição padrão (SD - standard definition) que ainda não é a alta definição (HD - high definition ou full HD). Se você quiser a HD, terá que comprar também uma televisão HD (de LCD ou plasma), cujos preços começam nos R$ 3 mil e vão a astrônomicos R$ 23 mil. Conselho pessoal de quem acompanhou este assunto de perto: não invista nada na TV digital, pelo menos até dezembro do ano que vem. Há muito pouco conteúdo digital produzido e os preços de aparelhos de TV e conversores tendem a cair conforme o sistema for implantado e tiver a tal da massa crítica (ou escala), o que derruba os preços. Para você entender melhor: O Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) começa por São Paulo, capital, e depois será implantado no Rio de Janeiro, Brasília (no ano que vem), depois Belo Horizonte e assim por diante, em todas as capitais. De amanhã até dezembro de 2016, serão dez anos para que o atual sistema analógico da TV aberta seja substituído pelo SBTVD. Ou seja, você terá muito tempo para decidir e comprar. Além do que, as maiores novidades do SBTVD deverão, efetivamente, acontecer em apenas um ano: a portabilidade (TV aberta e gratuita no celular) e interatividade (compra direta pela TV, por exemplo, como o comércio eletrônico da internet). Para que esses dois itens funcionem, o conversor (ou o aparelho de TV) tem quer ter o software Ginga (espécie de sistema operacional para a TV digital, assim como o Windows o é para computadores), que é o que faz funcionar a interatividade. Então, não faça nada. Não seja como este que vos escreve que é um early adopter (erlidópolis, em piada de jornalistas) e compra tudo o que vê pela frente e depois se dá mal. Exemplos: Windows Vista (perdi 500 fotos da Espanha), iPhone (cujo sistema operacional trava) e outros que não merecem nem ser citados por aqui. Estamos na pré-TV digital a partir de amanhã. Nos EUA, cujo sistema está em implantação desde o início deste ano, ainda há muita indefinição, sem trocadilhos. A não ser que você tenha muito dinheiro, não vale a pena. Compensa até mesmo assinar a TV paga, se for o caso, para ter o sinal melhor, ao invés de investir nesta TV digital capenga que serve apenas de marketing para o governo federal. Tenha um bom sábado!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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