Meu rugido dominical
Uma das reportagens do programa "Fantástico" deste domingo, na Rede Globo, abordará o comportamento de uma tribo indígena na qual as mulheres ficam confinadas em ocas até que as famílias entendam que a menina já é adulta e possa ser livre para vagar pela tribo. É uma avaliação subjetiva e as meninas podem ficar mais ou menos tempo presas, o que depende, sempre, da ótica dos pais. Vi somente flashs da matéria, mas creio que as idades dessas meninas variam bastante, ou seja, não há uma média etária combinada segundo a qual elas adquirem o direito automático de perambular livremente. Visto do ângulo ocidental, nosso, parece um ato de extrema crueldade. Para os índios, é um processo cultural, ao qual estão atrelados há muito tempo. Tentarei assistir a reportagem para entender o significado. Mas, o que quero abordar aqui é quando devemos ser "libertados" e expostos ao mundo lá fora? Será que há uma idade cronológica para que isso aconteça ou não? Eu me "libertei" aos 19 anos e fui ao mundo. Creio que isso me fez amadurecer mais rapidamente do que se tivesse permanecido na minha "oca". Por outro lado, o conforto e a segurança da "oca" me fizeram refletir várias vezes sobre a validade do meu ato. Tive impulsos de voltar à tribo e não foi apenas uma vez. Atualmente, sabe-se que os filhos das tribos tendem a ficar cada vez mais em suas ocas. Ao contrário das décadas de 60, 70 e 80, quando a ordem era ser rebelde e sair de casa, hoje os filhos têm uma liberdade e liberalidade antes nunca acessível. Na Itália, homens de 40 anos preferem desfrutar as regalias que somente uma mamma italiana pode dar. No Brasil, não sei se o nível é o mesmo, mas, não é difícil verificar que homens e mulheres de 30, 35 anos, ainda moram com os pais. E sem grandes traumas por conta disso. Então, a questão passa por dois aspectos: é melhor ser independente, sair de casa, tornar-se maduro pela auto-educação da vida ou viver um terço da vida na casa dos pais? Acho que há vantagens e desvantagens para ambas as decisões. Mas, o melhor indicador disso, para mim, é a maturidade emocional. Essa, independe da idade. Ou você tem, ou não. E a independência está na cabeça (nem tanto no bolso, como acreditamos). Se você é livre mentalmente, você pode ser o que quiser, desde um rebelde sem causa até um quarentão que não dispensa os pequenos cuidados da oca. Índios ou não, todos buscamos respostas. Para os índios, a decisão cabe aos pais. Para nós, também, em alguma medida. Mas, ou permanecemos na oca até aprender a voar ou poderemos ficar com as asas atrofiadas se não tentarmos. A qual tribo você pertence?
1 Comentário:
Eu faço parte da tribo daqueles que precisavam exercitar as asas a qualquer custo, iniciar o vôo solo, a fim de descobrir como era o mundo além-oca. Aprendi que viver pelos olhos e mentes dos outros, por mais que eles se preocupem com você, não é uma boa escolha. Sempre acreditei que, o único modo de aprender a jogar é jogando, e não assistindo aos outros jogarem. Também saí cedo, mas visitava a oca ás vezes. Hoje, é minha mãe que visita minha oca e confesso que faria tudo de novo.
Abraços, meu velho !
Luz e Paz
HorseMan
P.S: Deixei um meme pra você lá no blog !
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