Rastreio de Cozinha - 163
Eram 18:20 horas e eu estava pronto para sair de casa. Já havia colocado os fones nos ouvidos e, quando fui fechar a janela, notei os primeiros pingos de chuva. Em menos de um minuto, um temporal desabou, forte e para valer. Para lavar a cidade.
A chuva caiu sem hesitar. Desisti de sair. Pensei em esperar até o pior passar. De casa, vi pessoas e carros em profusão, tal qual a água. De novo, pensei que era melhor não me juntar aos pedestres e motoristas que começariam a enfrentar mais um momento de caos na cidade.
Porque São Paulo tem uma relação delicada com a chuva: bastou uma garoa e a cidade muda. Anuvia-se mais do que o céu e congestiona-se como se estivesse gripada. Muda a cidade e, com ela, o humor de todos que a habitamos. Não se anda, se rasteja. A pé ou não, São Paulo com chuva é ainda mais cruel.
Enquanto eu esperava, resolvi retornar uma ligação perdida no celular. Era de uma amiga que está de volta à cidade e que chegou justamente no meio do caos. Direto de Angola. Uma blogueira relapsa que ora está aqui, ora na África. Mas, teve a sorte de chegar no bairro (é minha vizinha) no momento preciso em que a tempestade finalmente desabava.
Liguei no celular da amiga e perguntei onde ela estava. No táxi, me disse. Brinquei e perguntei se, por acaso, o táxi era de cor branca (para quem não sabe, todos os táxis de São Paulo são brancos, exceto alguns especiais que ficam às portas dos hotéis, que são pretos). Ela riu e me disse mais ou menos onde estava.
Fui à janela da área de serviço, com ela ao telefone, e perguntei se, por acaso, ela estava no táxi branco de faixas azuis (do aeroporto de Cumbica). Sim, me disse, estou no farol tal. Eu pedi para ela olhar para cima e acenei. Vi, da minha janela, quando a pequena luz do celular cintilou dentro do táxi (a essa altura, a cidade já estava escura). E, sim, ela me viu. Impressionante o timing e a possibilidade de acenar para uma pessoa que passa dentro de um táxi da janela do apartamento (9º. andar). Nos despedimos.
Aguardei que a chuva arrefecesse. Sem sucesso. Já eram 19:30 horas e ainda chovia. Com o ponteiro na casa das 20:00 horas, desisti. Se eu fosse, chegaria, certamente, às 21 horas. Muito tarde, já que eu tinha que estar na faculdade às 19:30 horas, no máximo.
Quando eram quase 21 horas, decidi sair e encontrar com duas outras amigas. Respectivamente, a segunda e a terceira blogueiras do dia. A primeira era a do táxi. Havíamos marcado de nos encontrarmos quando eu saísse da faculdade. Como não fui, antecipei minha ida ao Veloso.
Já não chovia e resolvi ir de metrô para evitar o entorno da Paulista (e do shopping, supermercado etc. etc.). Na estação Brigadeiro, uma massa de pessoas aguardava impaciente. Esperei por 5 minutos o trem. Lotado! Acho que todo mundo esperou a chuva passar para sair às ruas.
Cheguei ao Veloso e me encontrei com as blogueiras. Dessa vez, não experimentei a maravilhosa coxinha-creme do boteco. Tomei alguns chopps, gentilmente oferecidos pela Andarilha e rimos, Patty Diphusa, Andarilha e eu. Muito. De tudo e sobretudo de nós mesmos.
As notas? Danem-se! Já soube que fomos todos mal na prova de Gestão Financeira (Custos) e que houve chamada e ato de desagravo do professor contra nós, que reclamamos dos termos da prova. Dane-se, again! Vi no portal que atingi e ultrapassei a média e, graças a isso, não terei problemas.
Finalmente, saíram várias notas - do TCC - que compõem a média final. Faltam, agora, apenas duas notas: a do próprio TCC e de Marketing. Amanhã, saberei as duas e ... fim!
1 Comentário:
Red,
Nessas horas de caos e estresse na cidade, nada melhor do que comer, beber e jogar conversa fora com os amigos, ne?
Beijo
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