Meu rugido dominical
"Quando eu morrer, quero que na minha lápide conste que eu também fui um ser humano". Ouvi a frase num filme.
Eu também quero ser - em vida - um ser humano.
Quero ser amado.
Quero amar.
Quero ser o guardião d'alma de outrem.
Quero dar a alguém minh'alma.
Quero colocar o meu coração na mente e nas mãos de outra pessoa.
Quero ter um coração para chamar de meu.
Quero sentir asas crescerem nas minhas costas.
Quero sentir o frio na espinha.
Quero ouvir o estalido do coração acelerado.
Quero ter taquicardia.
Quero ser um ser humano em vida.
Quero deixar de ser invisível.
Quero deixar de padecer.
Quero não ter receio de acordar.
Quero dormir naturalmente, e não mais de exaustão.
Quero que sejam excluídas todas as regras que me detêm.
Quero que os contratos que eu não assinei e que me regem sejam rompidos.
Quero reger mais sinfonias.
Quero que me toquem e extraiam de mim sons, e não mais barulhos.
Quero desobstruir as veias entupidas de tanta lucidez.
Quero calor.
Quero sol.
Quero a luz do dia, e não apenas a artificial.
Quero publicar um édito que me libere de todas as prisões, impostas e auto-impostas.
Quero ser rei.
Quero ter noite de rei.
Quero galopar feito um potro selvagem.
E estacar.
E ouvir.
E respirar.
E sentir.
Quero ser um ser humano em vida.
E não desejar que inscrevam em minha lápide que fui, eu também, um ser humano.
2 Comentários:
O que escreveste é simplesmente a definição de humanidade...continua a ser esse ser humano e conseguirás tudo isso...
beijo
Ana
Ana, continuarei, sim, mas continuo com todos aqueles quereres, neste e nos próximos anos. Beijo!
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