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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A gravidade é democrática

Esta eu não poderia deixar passar e foi insight de uma amiga antiga (não velha, observe!) que me disse a seguinte frase: "A gravidade é a coisa mais democrática que existe". E não é? Pela lei da gravidade, todos nós, homens e mulheres, despencaremos em pelancas, cedo (para uns) ou tarde (para outros mais afortunados). O fato é que nada, nem um andaime, nem fios de ouro ou guindastes inteiros vão deter o avanço do corpo em direção à decadência. A pele é o maior órgão do corpo humano e é um verdadeiro pergaminho do que cada um fez com seu corpo: manchas, cicatrizes, rugas, pés de galinha, tatuagens, furos. Está tudo lá e, caso algum arqueólogo resolva escavar, encontrará informações suficientes para defender tese. Mas, o bom é que realmente a gravidade (ou a falta de, já que tudo despenca) nos iguala, ao fim e ao cabo, e restaremos peles, pelancas e ossos fracos. Voto na gravidade, então, por ser tão democrática. Porque a velhice, amiga Tereh, pode ser até nobre, desde que seja a do vizinho ou do inimigo. Porque conviver com e enfrentar o nosso próprio envelhecimento nos torna, às vezes, hostis e vis. Olha só a piadinha sem graça a respeito disso: "Os cabelos embranquecem. A vista escurece. Os ouvidos emouquecem. Os dentes apodrecem. A barriga cresce. O reumatismo aparece. A bunda amolece. Os ovos descem. As mulheres oferecem. Eles agradecem. E vão para a fila do INSS." E sabemos que não será diferente. Eu chamarei Caroline para a luz, no momento apropriado.

1 Comentário:

Anônimo disse...

Meu velho amigo:
Mais do que pergaminho: toda nossa existência -- o corpo inclusive -- é um palimpsesto.
Te