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terça-feira, 26 de julho de 2011

Universo líquido e imperfeito

A Terra é azul? A Lua tem um dragão? Há vida em Marte? Existem outros planetas habitados/habitáveis? Quem somos? Estamos só? Tanta incerteza ante a infinitude que paira acima de nossas pequenas e infinitesimais cabeças... Quer ler uma boa notícia a respeito dessas e de outras questões que nos corroem por séculos? Há um quasar (foto abaixo) com um reservatório de água, em forma de vapor, que guarda, feito um poço do Universo, o equivalente a 140 trilhões de vezes a água de todos os oceanos da Terra! Não é incrível?




A má notícia (e é claro que as notícias andam juntas, caboclas que são, más e boas, unidas para contar depressa as novidades): o quasar fica a mais de 12 bilhões de anos-luz do alfinete em que nos acotovelamos, os mais de 7 bilhões de seres (razoavelmente) humanos.


A descoberta foi feita por cientistas e astrônomos. Um quasar é um objeto extremamente brilhante que emite enormes quantidades de radiação e os cientistas acreditam que quasares são alimentados por buracos negros supermassivos. Essa condensação que envolve o quasar tem 4 mil vezes mais água do que a galáxia Via Láctea, que nos contêm, ao Sol, à Lua, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Vulcão e outros planetas e outras estrelas e outras constelações e outras conspirações.


A má notícia pode se tornar ainda pior vista sob a perspectiva do Universo: segundo o conceito de ano-luz, as imagens vistas pelos astrônomos são de muito, mas muito mesmo, tempo atrás, quando o universo era um jovenzinho convulso e tinha apenas 1,6 bilhão de anos. Atualmente, o Universo tem 14 bilhões de anos (veja foto de representação gráfica dessa idade abaixo), conforme a contagem etérea feita por gente inteligente. A descoberta dessa água antiguíssima confirma que para nos dar forma (e ao Universo), foi preciso a massa e a água, enfim, que originou a argamassa de que somos feitos.




Como sou mais portador de más do que boas notícias, lá vai mais uma: para atravessar apenas a Via Láctea, território que nos é mais familiar, seriam necessários 100 mil anos humanos. Um ano-luz equivale a 10 trilhões de quilômetros. Imagine percorrer 12 bilhões de anos-luz. Não faço a conta porque me declaro incapaz de fazê-la. Ou seja, toda aquela água que, teoricamente, seria suficiente para dar irrigar a alma do Universo, além de provavelmente não existir mais, já que a enxergamos bilhões de anos depois, também estaria, de qualquer forma, completamente fora do nosso alcance.


Ou evoluímos tecnologicamente e enviamos naves a velocidade de ano-luz ao passado ou evoluímos efetivamente como humanos e passemos imediatamente a viver, pelo menos, em milhões de anos humanos. De resto, somos apenas, uma vez mais, repito, poeira do Universo. Sem água.

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