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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Filhos da paz

No dia 14 de novembro, um domingo, por volta de 6:30 horas da manhã, a cerca de quatro quadras de onde moro, na estação Brigadeiro do Metrô, avenida Paulista, cinco jovens - um maior, de 19 anos, e os demais menores, entre 16 e 17 anos -, agrediram covardemente pelo menos cinco outros jovens (quatro na região da Paulista e um em Moema). O grupo dos cinco agressores, como você pode ver pelo vídeo abaixo, ataca, com uma lâmpada fluorescente, de forma totalmente gratuita, um dos passantes. Depois, na parte que não aparece no vídeo, os demais chutam e espancam um deles.





A polícia agiu rapidamente e conseguiu identificar os agressores, que ficaram retidos. Mas, por conta de juízes talvez, eles mesmos, eivados de preconceito, os cinco foram soltos. Depois, o vídeo acima e testemunhas confirmaram a gratuidade do ataque e a Justiça determinou que os quatro menores fossem recolhidos à Fundação Casa, que abriga menores infratores no Estado de São Paulo. O quinto agressor deve ser detido porque a polícia pediu sua prisão preventiva.


Por ora, os quatro menores estão detidos. O maior, único que permanece em liberdade, aguarda julgamento do pedido de prisão preventiva. Ontem, domingo, li a entrevista que um dos pais de um dos menores deu a um jornal. E me saltou aos olhos uma das frases: "Meu filho é da paz". Dois outros pais disseram o mesmo de seus filhos, em outras palavras.


Em resumo, são todos da paz, pacíficos, verdadeiras unidades pacificadoras civis, que andam como vândalos pelas ruas e atacam todos os que lhe parecerem "viados", "bichas", "frutinhas" e que ousarem lhes olhar na rua. Foi o que alegaram, aliás: que haviam sido paquerados pelos agredidos.


Fiquei tão indignado ao ler a entrevista desse pai (que tem 43 anos) e é identificado como ator e diretor que me recusei a escrever sobre o tema no meu Rugido. Me calei. A indignação foi tamanha que não coube na expressão das palavras. Achei por bem destilar o ódio noite adentro e deixar de instilar, com isso, mais ódio ao caso.


Não importa o motivo alegado pelos agressores. O que importa é o que um caso desses representa: a mais completa intolerância contra quem age diferente. Fala-se muito no termo "tolerância". Tolerar significa aceitar com indulgência. Percebe a sutileza do "com indulgência"? Indulgência é indulto, perdão e vem do arcabouço teológico católico. Portanto, é um códex cristão, baseado na moral da igreja romana. Sou contrário ao termo tolerância. Sou contrário ao seu verdadeiro significado. Prefiro aceitação. Por favor, não me tolere. Não sou ovelha de rebanho cristão para ser tolerado ou não e muito menos me submeto aos cânones da igreja para ser por ela avaliado e perdoado ou não.


É como se, numa transliteração, me falassem: "perdoai-os (aos agressores), eles não sabem o que fazem". De forma alguma. Sabem e foram cultivados dentro do seio familiar com esse ódio, esse rancor. De algum lugar veio essa completa aversão ao diferente. Se não foi exatamente dos pais, foi da escola, dos amigos, dos pais dos amigos e, por consequência, com a aprovação latente dos pais.


O termo correto é aceitação. Me aceitem ou não. Não me tolerem. E não me agridam com palavras que soam deslocadas nesse contexto. Como uma pessoa que acaba de quebrar lâmpadas na cabeça alheia pode ser da paz? Como um chute em um corpo caído pode vir de um ser da paz? Que incongruência!
Me aceitem ou não. Se não querem me aceitar, danem-se. Tampouco preciso da aceitação alheia. Mas, se eu passar a não aceitar você, você e você, isso não me dá o direito de agredi-los. Não! Olho para você na rua, um(a) estranho(a) e te agrido porque, eventualmente, vi no seu olhar um brilho de cobiça? Que ridículo!


Esse mesmo pai que chama da "paz" a criatura que legou ao mundo afirma que o filho "homenzarrão" (por certo, o pai não sabe o sentido nato dessa palavra), não para de chorar e tem sofrido. Oras! Duas das vítimas ficaram bastante machucadas. Com o rosto e o corpo cheios de hematomas. Desconheço iniciativa de quaisquer um desses pais "da paz" de procurar as vítimas e lhes pedir desculpas. E de reconhecer que quem tem sofrido, no corpo, literalmente, são as vítimas. Não os agressores.


O episódio, por enquanto, criou alguns manifestos e fez com que o Senado Federal, pressionado por entidades ligadas à Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT), liberasse verba de R$ 300 milhões para ações de combate à homofobia.


Em um momento que o Rio de Janeiro combate a violência de forma avassaladora, o episódio da avenida mais famosa da América Latina tem que ser avaliado pelo que significa: é dessas demonstrações de ódio dos "filhos da paz" que se fomentam a grande violência que, de uma forma ou de outra, compõe todo o quadro violento deste País. A tal "tolerância" não existe, estou certo disso. Existe condescendência, numa tentativa velada de esconder o preconceito que, ao primeiro movimento, se expõe da forma mais crua possível.


Os "filhos da paz" são uma alegoria. Gays não têm paz. E por mais que me afirmem o contrário, insisto em que não evoluímos. Se jovens de 16 a 18 anos se acham no direito de bater em gays gratuitamente, isso significa que a geração Y, tão moderna e plugada, não passa de um bando de brutamontes que mantêm ranços medievais tal qual seus pais, avós,  bisavós e demais antecedentes? Espero que não. Filho da paz sou eu que nunca levantei a mão para ninguém na minha vida. Me respeitem!


P.S. Pela lei brasileira, menores não podem ser identificados pela mídia. Mas, na internet, circulam todos os dados dos agressores. Vou chamá-los aqui de A, B, C e D. A mora na Vila Mariana. B mora na Bela Vista (aqui atrás de casa) e o pai dele foi preso no ano passado pela Interpol. C também mora na Vila Mariana, pratica musculação, muay thai e jiu tisu. D mora no Itaim Bibi. O maior, de 19 anos, é Jonathan Lauton Rodrigues, da Vila Mariana, e é instrutor de jiu jitsu. Os bairros são de classe média (alta, eu diria) da cidade de São Paulo e, portanto, não se pode nem argumentar que veem de periferias abandonadas, como é comum alegar nesses casos.

sábado, 27 de novembro de 2010

Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós

Uma moradora, singelamente, se aproximou da repórter e lhe entregou uma caixa de fósforos. Não quis se identificar e saiu rapidamente. A repórter abriu a caixa de fósforos e dentro havia uma carta de agradecimento aos oficiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro e da Marinha e passagens do samba-enredo do Carnaval de 1989 da escola de samba Imperatriz Leopoldinense (veja vídeo da música abaixo).





Esse é o trecho, entre tantos, que destaco da ocupação das favelas cariocas pela polícia e Forças Armadas, ou seja, pelo Estado. Porque foi o Estado que deixou isso acontecer e agora precisa agir como se fossemos uma representação de Israel e Palestina, com ocupações de territórios e intifadas.


As pessoas, como a moradora acima, comemoram, agradecem, rezam e acreditam que, agora, o Rio de Janeiro estará livre da pestilência do narcotráfico. Em ação cinematográfica que já dura dias, a ação policial e militar tem sido chamada de "Tropa de Elite 3", como se fosse a continuação do filme que alça a polícia carioca - e o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) - a patamares inimagináveis. O filme, aliás, consagra o comandante do Bope como um verdadeiro herói.


E herói foi uma das palavras escritas pela moradora no bilhete da caixa de fósforos. Mas, por que heróis, se são apenas agentes desde sempre destinados a nos proteger? E por que o Estado deixou a situação da cidade mais linda do Brasil (e quiçá do mundo) chegar neste estado?


Não vejo como heróicos os avanços no Rio de Janeiro. A imagem mais significativa até agora foi a da debandada de bandidos da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão (que reúne 15 favelas): tudo registrado pelas câmeras da TV (vídeo abaixo). Os bandidos, longe de se constrangerem, acenavam com as armas para mostrar o eventual poder de fogo que têm.





A explicação para o estado de abandono em que se converteram as favelas do Rio (e de São Paulo, do Recife, Salvador, Fortaleza, Manaus...) é uma só: aonde o Estado não exerce o papel de Estado, outros o farão. No Rio, além dos bandidos do narcotráfico, as pessoas ainda convivem com as milícias, que, na minha opinião, não diferem em grau algum dos bandidos. Pois que milícias não são um poder constituído. São ilegais e, portanto, estão à margem do Estado de direito, assim como estão os marginais.


Não, não celebro ao ver a transmissão em tempo real dessa peculiar Guerra do Golfo brasileira. Me entristeço. Porque estamos a celebrar como se fosse um salvo-conduto para um novo mundo. Obviamente, isso não ocorrerá porque a raiz continua podre. A superfície pode até parecer limpa. Mas, se o subterrâneo que alimenta a raiz não for eliminado, nada mudará. Será apenas o clamor desta operação. Porque o fundamento tem raízes profundas em toda a estrutura desta que se quer uma Nação, que se quer um ator global, com influência no mundo civilizado.


Trabalho ao lado de um outro complexo de favelas em São Paulo. São as favelas do Jaguaré - Rocinha, Moinho, Diogo Pires, Nova Jaguaré (considerada a maior de São Paulo) e outras que nem se sabe ao certo os nomes. É o Complexo do Jaguaré. Eventualmente, à tarde, ouve-se o pipocar de fogos na região das favelas. No Brasil, qualquer um de nós sabe que é o sinal para avisar que novos carregamentos de drogas chegaram. Isso acontece em qualquer lugar do País, inclusive na minha cidade natal que tem, ela própria, a rua do narcotráfico.


Não importa para onde se olhe, portanto, a capilaridade da violência é superior a qualquer outro sistema no Brasil. A violência - drogas, armas, roubos, assassinatos - tem densidade mais alta do que a água, a luz, o telefone, os esgotos. É o maior feito desse País: a inclusão social pela violência. É apenas nesse nível que, verdadeiramente, somos, classes A, B, C, D e E, todos iguais, enfim, sob as asas que se querem da liberdade, mas são, verdadeiramente, da violência.

domingo, 21 de novembro de 2010

Meu rugido dominical



Existe um conceito chamado "amizade" que, na escala de importância na vida, em minha opinião, perde apenas para aqueles que nos fecundaram e nos deram a própria vida. Amigos nós formamos, feito uma árvore. Que pode ser frondosa ou secar, conforme o trato que se dá a essa árvore ao longo da vida.


Durante esse processo de viver, alguns galhos ficam fortes e criam vínculos profundos que nenhuma tempestade é capaz de podá-los. Outros, mais raquíticos, às vezes caem, se quebram, trincam ou apenas secam e se descolam. É natural, exatamente como ocorre com as árvores.


Ontem, sábado, e hoje, domingo, ouvi de duas amigas que são galhos fortes duas coisas sobre mim mesmo: a primeira disse que sou ouro a ser descoberto. A segunda, que brilho.


Pela centésima vez, antes de tudo, deixa eu contextualizar: sou leonino. Tais predicados, no entanto, longe de me envaidecer e fazer eriçar a juba, apenas me fizeram pensar. E, ao pensar, resolvi interiorizar essas reluzentes opiniões a meu respeito.


Minha amiga que comentou sobre o brilho disse mais. Que temos, ela e eu, esse brilho. E que, se as pessoas que nos interessam são incapazes de perceber tal brilho, devemos passar reto, ir brilhar em outra freguesia. "Porque não temos mais idade para isso", me alertou. Concordo. A grosso modo, temos, ela e eu, urgência. Que a vida urge, rápida, e não há tempo em consumir a chama (ou o brilho) com potenciais velas voláteis, ainda que as velas e chamas sejam, por princípio, voláteis em si mesmas.


O que quero dizer é que entendi perfeitamente o recado de ambas e não estou (e não é de agora) mais disposto a brilhar feito um vagalume perdido no meio do mato. Aliás, nem mesmo o vagalume emite luz sem razão: o inseto o faz para atrair a parceira e, até onde eu entendo do reino dos vagalumes, são bem-sucedidos com seus brilhos.


Então é isso: vou assumir que valho ouro e que brilho. Tanta riqueza assim deve ser desfrutada por quem o mereça. Não, não vou aqui me colocar em um pedestal. Tampouco vou rastejar por migalhas. Quero o que me cabe. Nem mais nem menos. Quero o que mereço. Pelo que sou, pelo que valho. E valho muito. Eu sei. Aproveito para colocar um vídeo que reproduz essa sensação que sinto neste momento:





sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Simples assim

Um curta made in Taiwan para amansar a tensão desta semana e para começar o sábado com algo leve. O curta tem pouco mais de cinco minutos e vale a pena.



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Os novos queridinhos da América (e meus também)

Embora eu já tenho mais que evidenciado minhas pretensões de ser adotado pelo exuberante casal Angelina Jolie & Brad Pitt, e prometido me comportar decentemente com ambos enquanto filho, devo dizer que é difícil, mas, volúvel e instável, meu coração (e corpo) pende para o novo casal queridinho da América.


Os eleitos da vez (e espero com urgência que ambos tenham pendores humanitários quanto à adoção de brasileiros carentes) são os gatíssimos Scarlett Johansson & Ryan Reynolds, casados na vida real. Ela foi eleita a "gata do ano" pela revista GQ. Ele ganhou o título de o homem mais sexy do mundo pela revista People. Ela eu já amo desde "Lost and Translation". Ele, desde que mostrou o bumbum em "Quando a Vaca Vai para o Brejo". Hummmm... A vaca foi e eu continuo na lama, tstststststs!!!




Como o meu interesse não é nenhum outro a não ser afetivo, cedo aos encantos do casal e me coloco prontamente pronto para a adoção que, espero, ocorra em seguida. Affeeee!!!!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ordinariazinhas

A vida é assim: algumas vezes você está por cima, outras, por baixo. De vez em quando, você é caça. Depois, torna-se caçador(a). E, o melhor de tudo, se pode ser flexível o bastante para ludibriar eventuais inimigos(as).


A foto abaixo é autêntica e foi feita nesta terça-feira, 16, pelo fotógrafo Vadim Ghirda, da Associated Press (AP), em Bucareste, capital da Romênia. No cartaz, em romeno, a inscrição: "cuidado: cão bravo!". Olha a cara de medo do felino!


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Young Blood

O young blood (sangue jovem) do título deveria ser burning blood (sangue ardente) porque é o que sinto, por vezes, dentro de mim. Um sangue latejante, como se as veias pudessem, todas, saltar do controle que a pele e a epiderme as mantêm.


Sim, cronologicamente, a idade passa. Mas, duvido que o sangue envelheça. Duvido. Porque o meu ferve, oh! Ferve feito um erupção subcutânea, um vulcão prestes a saltar das profundas.


P.S. Você, frequente por aqui, deve ter notado que nem tive a audácia suficiente para postar o Rugido de ontem. Estava tão febril no sangue que achei melhor poupar o(a) leitor(a) de pensamentos delirantes por demais.


by The Naked and Famous




sábado, 13 de novembro de 2010

Você tem pressa do quê?

Sabe aquela lenda da construção do mundo em seis dias? Algo similar, logicamente em proporções completamente diferentes, aconteceu na China. A cidade de Changsha, na China, construiu um hotel de 15 andares em seis dias!


Foram dois dias para erguer a estrutura e mais quatro para o acabamento. O processo todo foi filmado e postado no YouTube, conforme você pode ver abaixo. O hotel de seis dias foi feito com material pré-fabricado, suporta terremotos de magnitude 9, é à prova de som e tem isolamento térmico.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O que vem do Coração

Dizem que o que vem de coração é sempre uma coisa boa, ligada à pureza, a bons sentimentos, bons fluidos, desejos salutares e autênticos. Mas, será que aquilo que vem do Coração reflete essa percepção? Um olhar mais apurado, melhor, um aprofundamento no coração (e na mente) das pessoas revela que o coração não está nem aí para esses estereótipos, esses maniqueísmos de bom-ruim. Ou, dito de forma mais apropriada, o Coração mostra que é autêntico mesmo, ainda que cruel.




Por Coração, entenda-se Hospital do Coração, o HCor, de São Paulo. A entidade acabou de divulgar uma pesquisa estarrecedora quando se trata do que vai no coração alheio: metade dos paulistanos e dos cariocas afirmaram que não se casariam com uma pessoa obesa. Paradoxalmente, 49% da população brasileira estão acima do peso, conforme indicam dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Esse dado inclui tanto quem está cima do peso quanto quem é, de fato, obeso.


Os homens são os que mais rejeitam a ideia de se casar com uma pessoa gorda: 54% responderam que não se casariam, ante 46% das mulheres. E é aqui que já começa o descompasso, com 8% do público feminino em desvantagem. E quanto mais instruído, maior é o preconceito: 66% dos homens da classe A, 44% da classe B e 51% da classe C se disseram refratários ao casamento com mulheres com sobrepeso. Para o total de entrevistados, 81% afirmam que o excesso de peso interfere no sucesso profissional.


Para 51% dos homens, a obesidade é uma doença. E para 73% das mulheres também. A obesidade interfere diretamente nas relações sociais. Para 78% dos homens e mulheres, a obesidade interfere no casamento. Para 77%, prejudica a escolha do transporte público (?!). E para outros 77%, dificulta a prática de esportes. E a pesquisa avança: 66% dos respondentes disseram que a obesidade é um obstáculo para a escolha do veículo para aquisição e outros 57% relacionaram a obesidade à dificuldade de se estabelecer roteiros de viagem (acessos a locais complicados, por exemplo).


A Catho, que é uma empresa de recrutamento profissional, demonstrou em estudo que a obesidade é a terceira causa de objeção do empregador na hora de contratar as pessoas. A obesidade fica atrás apenas da inconstância (mudança de emprego contínua) e do tabagismo.


E a morbidez da obesidade, aliada à morbidez do preconceito, faz ainda mais mal para quem está cima do peso ou está gordo: especialistas relatam que o preconceito em relação aos obesos é tão nocivo quanto os problemas de saúde atrelados à própria obesidade. Isso pode deixar os obesos mais doentes. E, para finalizar esse descarrego do Coração sobre os corações acima do peso, a mulher sofre ainda mais preconceito do que o homem quando se trata de sobrepeso ou obesidade. E, portanto, são também as maiores vítimas da anorexia. Tem coisas que coração algum suporta, com ou sem sobrepeso.

domingo, 7 de novembro de 2010

Meu rugido dominical



Paul McCartney, Eminem, Black Eyed Peas, Jonas Brothers, Lou Reed, Starts With You (SWU), Ultra Music Festival (UMF), Planeta Terra e até a Fórmula 1 (F1). Esses eventos e shows aconteceram ou acontecem por esses dias em São Paulo e não teve um, nenhum sequer, que acontecesse sem que houvesse problemas, fosse de transporte, de infraestrutura ou de organização.


E afirmo isso com propriedade: amigos que foram a um ou mais eventos ou eu mesmo pudemos constatar a total precariedade da cidade e mesmo do Estado (no caso do SWU, que aconteceu em Itu, interior de SP) quando se trata de (des)organizar um show ou evento de grandes proporções.


Dos acima relacionados, fui apenas ao show do Black Eyed Peas, que aconteceu na última quinta-feira, 4, no Estádio do Morumbi, em SP.


O show começava às 21 horas, com a participação do DJ David Guetta e do rapper Akon, com palhinha da musa do Black Eyed Peas, Fergie. Pois conseguimos entrar no estádio apenas às 21:45 horas. O Black Eyed Peas começou a tocar pontualmente às 22 horas. Antes de chegar ao estádio, um calvário: trânsito entupido, motorista do microonibus desinformado e perdido e confusão sobre qual o portão correto a que teríamos acesso ao estádio. Não fosse a providência gentil das centenas de organizadores, eu teria que ter saído e tentado entrar por outro local. Pessoas simpáticas e prestativas me conduziram prontamente para a pista. Mas, isso apenas aconteceu porque o meu ingresso me dava acesso a local privilegiado. Se não fosse por isso, tenho certeza que teria que procurar por mim mesmo e talvez tivesse perdido uns 30 minutos.


Depois, para sair, levamos mais de uma hora entre a saída e a chegada na ponto de encontro de onde havíamos partido. Ao redor do estádio, uma completa desorganização, muita desinformação e, a despeito de não ter tido problema, tenho certeza que muitos por ali tiveram transtornos com a falta de segurança. Engraçado que, para entrar, a polícia é mais do que eficiente: eu portava uma mochila cheia de canetas e cadernos de notas, já que fui direto da redação. O policial que me revistou ficou intrigado com tanta caneta e caderno e me questionou várias vezes sobre o conteúdo. Sossegou apenas quando lhe mostrei meu crachá de jornalista. Na saída, não vi a menor pegada de policiais.


No SWU, que se queria um festival, sobretudo, de sustentabilidade e, portanto, com forte apelo ecológico, tudo o que se viu, segundo amigos, foram montanhas de lixo para todo lado, poeira e lama, alternadamente, já que o local onde o evento se realizou foi uma fazenda. Claro que é um local adaptado nas coxas para receber milhares de pessoas.


Outro local que abriga shows internacionais em São Paulo é a Chácara do Jóquei, zona oeste da cidade. Lama e poeira se alternam no local, que já recebeu, inclusive, o meu queridinho Radiohead. E quem quiser que coma pó ou se lambuze com a lama porque, até chegar ao local, há que se empreender uma verdadeira trilha quase rural no meio do nada.


Finalmente, na sexta-feira, 5, o Eminem fez show em São Paulo, no Jockey Club da cidade, que fica na zona sul, na beira da Marginal Pinheiros, local dos mais inóspitos quando se trata de trânsito de São Paulo e, notadamente, numa sexta-feira. Eminem estava no set do F1 Rocks, novo evento musical atrelado à Fórmula 1, que aconteceu neste domingo na cidade. Desde manhã, a marginal Pinheiros esteve congestionada. Passei duas vezes pelo local, por força do trabalho, e vi apenas congestionamentos sem trégua.


Ontem, sábado, houve desdobramentos ainda do F1 Rocks e do treino para a própria F1. Claro que a confusão se estendeu. Ontem também aconteceu a primeira fase do Enem (Exame Nacional do Ensimo Médio), com 4,6 milhões de alunos inscritos em todo o País este ano. Em São Paulo, a confluência de eventos fez com que muitos alunos, presos por 4 horas no trânsito, perdessem a prova e, com isso, um ano de estudos: a nota obtida no Enem é obrigatória para os que prestarão vestibular para as universidades de todo o Brasil.


Todos esses fatos acima relatados são para comprovar, para mim mesmo, que a cidade de São Paulo não está preparada, em absoluto, para receber eventos de grande magnitude. Especialmente um evento como a Copa do Mundo, da qual São Paulo será uma das doze cidades-sede. Pior: São Paulo, muito provavelmente, fará a abertura e o encerramento da Copa do Mundo.


Se não damos (a prefeitura, o Estado, a iniciativa privada) conta de shows com 60 mil pessoas, o que dizer de uma Copa do Mundo, com milhares de visitantes estrangeiros, caóticos congestionamentos, absoluta falta de transporte coletivo e um deficiente sistema de táxis que não são capazes de escoar o público?


Pode parecer birra minha, eu que, desde o princípio, fui contra o Brasil (e não apenas São Paulo, note) sediar uma Copa do Mundo. Não estamos preparados. E nem estaremos, estou certo disso. E se você passa por São Paulo ou vive por aqui, sabe muito bem disso: para ir da zona sul (Berrini, Nações Unidas etc.) para o aeroporto de Cumbica (Guarulhos), em pleno horário de pico (17 e 18 horas) é bom que o seu voo seja a partir das 21 horas. Do contrário, você perde o avião, a paciência e um pouco (ou muito) da razão. São Paulo torna-se, por vezes, um círculo do inferno no qual você roda, roda e roda e não sai do lugar.

sábado, 6 de novembro de 2010

I Gotta Feeling (em São Paulo)

Direto do show do Black Eyed Peas em São Paulo, I Gotta Feeling, gravado por mim em condições precárias. Como eu queria dançar e gravar ao mesmo tempo, as imagens, claro, seguem essa indecisão. A despeito da qualidade do show em termos de música não ser exatamente um primor, a animação do líder da banda, Will.I.Am, e a presença corporal de Fergie, e também o aparato futurista de palco, o Black Eyed Peas não deixou ninguém parado.


O show, no último dia 4, quinta-feira, deu para espanar a poeira. Fazia tempo que eu não me divertia tanto num show. E, claro, faço uma participação especial no clipe.



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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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