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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

2666

Calma, não é um número de candidato a nada. Nem o número da besta em dobro. Tampouco é alguma conta maluca a que eu cheguei ao fazer cálculos mais estranhos ainda. 2666 não significa nada, na verdade. Pelo menos o livro "2666" - Roberto Bolaño - Companhia das Letras - 852 páginas, em si mesmo, não remete a nenhum significado aparente. Se o tem, o número 2666, significado, esse ficou guardado com o autor, que já é morto. Estou a ler o livro há meses. De tempos em tempos, leio um trecho. São cinco romances dentro de um livro. Quero destacar um texto, um textículo pelo qual acabei de passar que muito me agradou:




"Há coisas mais esquisitas que a sacrofobia, disse Elvira Campos, sobretudo se levarmos em conta que estamos no México e que aqui a religião sempre foi um problema, na verdade, eu diria que todos os mexicanos, no fundo, sofremos de sacrofobia. Pense, por exemplo, num medo clássico, a gefirofobia. É algo de que muita gente padece. O que é gefirofobia?, perguntou Juan de Dios Martínez. É o medo de atravessar pontes. É verdade, conheci uma pessoa, bem, na realidade era um menino, que sempre que atravessava uma ponte temia que ela caísse, de modo que atravessava correndo, o que era muito mais perigoso. É um clássico, disse Elvira Campos.


Outro clássico: a claustofobia. Medo dos espaços fechados. Mais outro: a agorafobia. Medo dos espaços abertos. Esses eu conheço, disse Juan de Dios Martínez. Mais outro clássico: a necrofobia. Medo dos mortos, disse Juan de Dios Martínez, conheci gente assim. Se você trabalha na polícia, é espeto. Também tem a hematofobia, medo de sangue.


Certíssimo, disse Juan de Dios Martínez. E a pecatofobia, medo de cometer pecados. E depois tem outros medos, que são mais raros. Por exemplo, a clinofobia. Sabe o que é? Não faço a menor ideia, disse Juan de Dios Martínez. Medo de cama. Como é que alguém pode ter medo ou aversão a uma cama? Pois é, tem gente que tem. Mas isso dá para atenuar dormindo no chão e nunca entrando em um dormitório.


Depois tem a tricofobia, que é medo de cabelo. Um pouco mais complicado, não é? Complicadíssimo. Há casos de tricofobia que acabam em suicídio. E também tem a verbofobia, que é o medo das palavras. Nesse caso o melhor é ficar calado, disse Juan de Dios Martínez. É um pouco mais complicado que isso, porque as palavras estão em toda parte, inclusive no silêncio, que nunca é um silêncio total, não é?


Depois temos a vestiofobia, que é medo de roupa. Parece raro mais é muito mais difundido do que parece. E um relativamente comum: a iatrofobia, que é medo de médico. Ou a ginofobia, que é medo de mulher e de que, naturalmente, só os homens sofrem. Difundidíssimo no México, embora disfarçado com as mais diversas roupagens. Não é um pouco de exagero seu? Nenhum pouquinho: quase todos os mexicanos têm medo das mulheres. Não sei o que dizer, falou Juan de Dios Martínez.


Depois há dois medos que no fundo são muito românticos: a ombrofobia e a talassafobia, que são, respectivamente, o medo da chuva e o medo do mar. E outros dois que também têm um quê de românticos: a antofobia, que é o medo das flores, e a dendrofobia, que é o medo das árvores.


Alguns mexicanos sofrem de ginofobia, disse Juan de Dios Martínez, mas nem todos, não seja tão alarmista, senhora.


O que o senhor acha que é a optofobia?, perguntou a diretora. Opto, opto, uma coisa relacionada com os olhos, na certa, medo de olhos? Pior que isso: medo de abrir os olhos. Em sentido figurado, isso contesta o que o senhor acaba de dizer sobre a ginofobia. Em sentido literal, produz transtornos violentos, perdas de consciência, alucinações visuais e auditivas, e um comportamento em geral agressivo. Conheço, não pessoalmente, é claro, dois casos em que o paciente chegou à automutilação. Arrancou os olhos? Com os dedos, com as unhas, disse a diretora. Puxa vida, disse Juan de Dios Martínez.


Depois temos, é claro, a pedifobia, que é medo de crianças, e a balistofobia, que é medo de bala. Essa é a minha fobia, disse Juan de Dios Martínez. Sim, suponho que seja de senso comum, disse a diretora.


Outra fobia, esta vem aumentando, é a tropofobia, que é o medo de mudar de situação ou de lugar. Que pode se agravar se a tropofobia se torna agirofobia, que é o medo das ruas ou de atravessar uma rua. Sem esquecer da cromofobia, que é o medo de certas cores, nem da nictofobia, que é o medo da noite, nem da ergofobia, que é o medo de tomar decisões. E um medo que está começando a se difundir é a antropofobia, que é o medo de gente.


Alguns índios sofrem de forma acentuada de astrofobia, que é o medo dos fenômenos metereológicos, como trovões, raios, relâmpagos. Mas as piores fobias, a meu ver, são a pantofobia, que é ter medo de tudo, e a fobofobia, que é o medo dos próprios medos. Se o senhor tivesse que sofrer de uma das duas, qual escolheria? A fobofobia, disse Juan de Dios Martínez. Tem seus inconvenientes, pense bem, disse a diretora.


Entre ter medo de tudo e ter medo do meu próprio medo, escolho este último, não se esqueça de que eu sou policial e que se tivesse medo de tudo não poderia trabalhar.


Mas se o senhor tem medo de seus medos sua vida pode se transformar numa observação constante do medo e, se estes se ativam, o que se produz é um sistema que se alimenta a si mesmo, um círculo vicioso de que seria difícil escapar, disse a diretora."


Eu? Padeço de autofobia, que é o medo de si mesmo ou de ficar sozinho, também conhecido como monofobia ou isolofobia. #prontofalei (não que eu não tenha falado antes de 2666 diferentes formas)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Voto aberto

Há cinco dias do primeiro turno das eleições, que acontecem neste domingo, dia 3, abro aqui por completo o meu voto. Não tenho com isso a menor pretensão de fazer boca de urna, e sim recordar, mais à frente, as razões pelas quais escolhi os seis candidatos e porque os escolhi e, ainda, se foi uma escolha acertada ou frustrada.


Os seis candidatos - presidente, governador, dois senadores, um deputado federal e um deputado estadual - foram por mim escolhidos por eu identificar, ou tentar encontrar, em suas propostas, alguma ressonância com o que eu penso.


Não sou filiado a nenhum partido. Não tenho uma ideologia política propriamente dita. Creio que não me situo à esquerda, ao centro ou à direita. No Brasil, ao contrário da posição dogmática que estabelece que esquerda é esquerda e direita é direita, tudo parece ser mais flexível, de forma que tanto faz estar de um lado ou de outro ou, ainda, ao centro. Isso não significa absolutamente nada.


Portanto, repito: as minhas escolhas eu as faço conforme me parecem, sim, me parecem, porque não confio absolutamente em nenhum candidato a ponto de queimar um fio de cabelo, que estão mais alinhados conforme as minhas próprias ideias do que significa gerir a coisa pública.


Desejo, apenas, que o meu candidato não roube, não corrompa, não seja corrompido, não use o erário público em obras privadas, não privilegie os amigos em detrimento da população, não seja pequeno a ponto de usar o cargo que lhe é concedido para fazer do gabinete um trono, não tripudie sobre um povo que, bem ou mal esclarecido, confia nas suas palavras e, muito mais, nos gestos.


Por fim, repito ainda que, já que não me é dado o direito de não votar, e, ao deixar de ser obrigado a fazê-lo, criar condições de que os candidatos tenham que me provar de forma ainda mais detalhada porque eu deveria elegê-lo e não ao seu adversário, declaro o meu voto nos seguintes candidatos. E deixo registrado o meu último desejo: que o voto seja facultativo porque, se o fosse, eu nem às urnas iria, tal o meu descrédito com essa classe política a que somos submetidos:


- Presidente: voto na Dilma Rousseff, pelas razões neste post alegadas, e por não encontrar nenhum reflexo nos demais candidatos. Mais, por ter ojeriza ao insosso José Serra e ter uma série de restrições à Marina Silva. Aos demais candidatos, os chamados nanicos, nanicos ficam que nem me lembro os nomes.




- Governador (do Estado de São Paulo): Fábio Feldmann, do Partido Verde, porque não acredito na política do PSDB, de Geraldo Alckmin, e tampouco no candidato do PT, Aloisio Mercadante que, assim como alguns outros senhores do PT, cometeu mais deslizes do que cabem nesta página. Os demais, simplesmente, não me dizem nada. Veja que o meu voto é por eliminação, e não propriamente por opção. Melhor, é por falta de opção.




- Senador(a): voto na Marta Suplicy pelos motivos expostos neste post e porque acredito no programa da candidata e em suas ideias. O meu segundo voto para senador vai para o candidato Ricardo Young, por identificação mesmo. Os demais candidatos estão longe do que eu esperaria de um senador. Não quero pagode no Senado Federal e tampouco velhas raposas que clamam por Deus e Jesus quando, na surdina, são aqueles mesmíssimos que saqueiam os templos. E, afora expurgados por doenças graves, aqui estão a implorar os votos para depois, no primeiro dia de trabalho, esquecer o motivo pelo qual foram eleitos.






- Deputado federal: é uma vergonha ter na lista de candidatos uma mulher que pensa que está no pomar e acha que o corpo, a la Cicciolina, é suficiente para bancar a banca que pretende instalar nos gabinetes de Brasília. Uma vergonha, uma titica de galinha, e me deixa tiririca da vida, ter um palhaço candidato, primeiro lugar nas pesquisas, um analfabeto que promete ir para a Câmara dos Deputados para lá aprender o que se faz e, talvez, levar a família junto. Uma vergonha é o povo rir-se disso e ajudá-lo nessa empreitada. Uma vergonha é que a Justiça Eleitoral deixe que se inscrevam essas caricaturas, esses arremedos de políticos. Pior ainda é sejam votados como se fossem sérios. Tem até um Ivan Terrível, que é a mais perfeita tradução de quão ruça pode ser a política brasileira. Sem contar no Obama. O meu voto para deputado federal, em post mais do que justificado, vai para Fernando Alcântara de Figueiredo.




- Deputada estadual: Salete Campari. Que é Francisco Sales, paraibano. E Paraíba é mulher-macho sim senhor. E, ainda, Salete está alinhada com o meu candidato a deputado federal. É isso aí.




A despeito de todas essas escolhas, escolho, uma vez mais, o direito de não ter que votar. Essa é a minha política: do livre-arbítrio.

domingo, 26 de setembro de 2010

Meu rugido dominical



Tout c'est de la merde.

sábado, 25 de setembro de 2010

Ilha de Man

Esta semana, escrevi uma pequena matéria para o serviço online da publicação em que trabalho e citei a Ilha de Man. De fato, eu a verti para o português, a Ilha do Homem. A Ilha de Man (Isle of Man) é quase um montículo localizado entre a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda do Norte.


Antes, era um reino nórdico, estabelecido pelos vikings. Depois, a Noruega cedeu a Ilha para a Escócia e, por fim, o local foi transferido para a Coroa Britânica. Tem uma área total de 572 km2, 48 km de comprimento e, em alguns lugares, a largura chega a 24 km. A população, conforme dados de 2006, é de pouco mais de 80 mil pessoas.


Formalmente, a Ilha de Man não faz parte do Reino Unido, é uma dependência da Coroa Britânica. E, por isso, a defesa e as relações externas são de responsabilidade do governo britânico. Uma organização extraparlamentar, Mec Vannin (filhos de Man) pretende alterar o estatuto da ilha e elevá-la a república soberana independente. Devo ter ouvido falar da Ilha de Man umas duas ou três vezes até aqui. Quando escrevi a nota a que me referi, foi com surpresa que encontrei o nome da Ilha entre os demais países.




(bandeira da Ilha do Homem)

Mas, a Ilha não é o meu foco, é apenas o nariz de cera (introdução do post). Passa-se que, assim que a nota foi ao ar, um leitor escreveu um comentário e alertou que nem ele nem qualquer outra pessoa que ele conhece chamaria a Ilha de Man de Ilha do Homem. Ou seja, eu havia escrito errado o nome da Ilha.
E me ocorreu que as pessoas - eu, você e todos, provavelmente todos os seres pensantes que habitam esse mundo - são bem rápidas em apontar incorreções, erros, equívocos e informações sobre as quais não têm certeza. Apontamos (e eu me incluo sim) rapidamente, ainda que não tenhamos ao menos checado se a informação que supomos deter é, definitivamente, a correta.


Pois o leitor assim agiu, por certo sob a guarida da convenção que determina que a Ilha de Man é Ilha de Man, e não, nunca Ilha do Homem. E mais não disse, não apontou fundamentos para o seu próprio comentário. Eu, particularmente, não respondi ao comentário. O serviço é da empresa e, para falar a verdade, não sei bem como é responder diretamente ao leitor sem argumentar e entrar em searas outras, longas como este post. Por isso, me calei. E note que eu não assino a matéria do serviço online.


Contudo, depois fiquei a pensar que muitas vezes, na minha vida, erros e incorreções que eu cometi me foram imediatamente apontados. Meu pai costumava gritar quando eu fazia algo errado ou diferente daquilo que ele supunha certo. Sempre me lembro disso. Não havia negociação. Era apenas de um jeito, do dele. E o apontamento era sempre rígido, sem maiores rodeios.


Depois, quando comecei a trabalhar no mercado formal, continuei a ouvir das mais variadas pessoas sobre algum serviço que eu havia feito e que estava errado. Ou apenas que não tinha sido feito conforme um determinado padrão. O padrão, no caso, é sempre da pessoa que está imediatamente num nível superior ao seu - pai, padrasto, chefe, o motorista do táxi (que detém o poder de me dirigir), o gerente do banco (que decide sobre minha eventual saúde financeira), o motorista (quando estou pedestre) e assim por diante. Há uma hierarquia da qual não se consegue fugir.


De sorte que, de tempos em tempos, erros, incorreções e equívocos me são apontados por todo lado. Claro que, por minha vez, eu os aponto também e o cachorro, como elo final da cadeia, deve correr atrás do gato para se vingar do humano. O gato vai atrás do rato que, por outro lado, rói tudo o que o humano faz. E assim, num círculo verdadeiramente monumental, comemos a própria calda e nem nos damos conta.


O que me chamou a atenção não foi o puxão de orelha do leitor. Foi o outro lado. Pouquíssimas vezes, raras mesmo, ouvi o contrário. Que o trabalho estava correto, que a informação havia valido a pena, que a matéria atendia determinada demanda, que o pasto roçado havia ficado segundo a vontade do meu pai. Não, isso é raro de acontecer. Eu podia carpir uma roça inteira (e eu o fazia) e me orgulhar do meu trabalho (e eu me orgulhava). Meu pai, no entanto, nunca disse uma palavra de retorno. OK, em sua defesa, posso dizer que foi assim que meu avô o tratou e era assim que ele imaginava que as coisas deveriam ser. Mas bem cedo eu era carente dessa afirmação positiva, desse reconhecimento, ao menos uma vez, de que tudo estava certo.


E isso, assim como o dedo apontado sobre os erros, continuou pela minha vida profissional. Você comete 9 acertos e 1 erro. E será para sempre lembrado por esse erro. Os acertos nunca são bons o bastante para se sobrepor aos erros. Jamais. Se eu informei bilhões ao invés de milhões, em matéria de qualquer coisa, cairão por cima de mim a fonte, o editor, o leitor e até mesmo colegas. É obrigatório que eu acerte sempre, que jamais erre.


Então, ao ler o comentário do leitor sobre a Ilha de Man, eu senti um enorme cansaço. Toda uma vida que, me pareceu, é vivida para apenas acertar. Nunca errar. Porque você será imediatamente punido, de uma forma ou de outra. Mas, se acertar, você não ganhará nada. É obrigação. Está implícito no grande contrato social que eu, afinal, nunca assinei.


Este post é apenas um desabafo. De uma exaustão que carrego comigo há tempos. E não vejo mais sentido em tanto acerto se sempre serei cobrado por erros, sejam enormes ou minúsculos. É cansativo. Não almejo condescendência e tampouco recompensas. No entanto, a cobrança milimétrica sobre tudo o que faço cansa. E não tenho mais energia para lidar com isso.


A propósito, sim, me é permitido nomear a Ilha de Man de Ilha do Homem. Eu não inventei a tradução. O engraçado é o nome da ilha. Ou, melhor, tem tudo a ver exatamente com o man.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ordinariazinhas


domingo, 19 de setembro de 2010

Meu rugido dominical



"O homem é um animal político, por natureza", afirmou o filósofo grego Aristóteles, pai intelectual de toda a humanidade que veio depois de si. Por homem, entenda-se o ser humano. No entanto, faço um recorte para contextualizar o post e pergunto: também a mulher é um animal político, por natureza?


Em 15 dias, incluso este domingo, acontece o primeiro turno das eleições deste ano que levarão aos respectivos executivos um(a) novo(a) presidente, um(a) novo(a) governador(a), novos(as) senadores(as), deputados(as) federais e estaduais, numa quase completa renovação dos quadros políticos do País.


Muitos(as) dos(as) candidatos(as) devem ser eleitos(as) no primeiro turno, o que nos poupa, a nós, eleitores compulsórios, do evento de votar duas vezes neste ano. Considerado isso, vou ao ponto central deste blog.


Todas as principais pesquisas indicam que teremos uma mulher na presidência: Dilma Rousseff, eleita em primeiro turno. E por isso a questão do primeiro parágrafo. De experiência do poder feminino na política, posso falar da cidade de São Paulo, que foi comandada por Luiza Erundina, entre 1989 e 1993, e por Marta Suplicy, entre 2001 e 2005. Administrações bastante diversas entre si, na minha opinião, nenhuma das duas deixou uma marca apenas por ser mulher. Ao contrário, foram administrações até bastante semelhantes aos antecessores e predecessores, todos homens. Talvez Erundina tenha tido uma atuação mais social, voltada para a periferia e, por esse motivo, foi prontamente descartada pelas elites que dominam essa cidade, o Estado e o País, de maneira geral. Marta, dada a bravatas, nem foi tanto ao subúrbio e nem tampouco ficou com os aristocratas paulistanos, meio do qual faz parte e pelo qual transita com facilidade.


Portanto, apenas o fato isolado de serem mulheres não fez com que a política pelas duas exercida tivesse uma marca, digamos, feminina. Comandaram como políticas, com as consequentes flexibilizações a que são submetidos os políticos que estão no poder. Claro, por interesses de um lado (da oposição) e de outro (da situação).


Agora, no próximo dia 3 de outubro, muito provavelmente teremos a primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil. Dilma Rousseff, com mais de 50% dos votos nas pesquisas, deve comandar o País a partir de 1º. de janeiro de 2011.


Voto na Dilma e em Marta, que é candidata a senadora pelo Estado de São Paulo. Não sou petista. Nunca me filiei a partido algum e também não comungo de ideologias ou quaisquer outros vieses do Partido dos Trabalhadores (PT) ou de qualquer outra agremiação política. Ao contrário do que diz Aristóteles, temo que o animal político que está em mim deve ser uma marmota, daquele tipo que hiberna no inverno. No caso, o meu inverno político é longo, bem longo, e a marmota-política tem dormido suavemente, sem solavancos.


Voto na candidata porque tenho ojeriza ao outro candidato, José Serra. E porque a terceira candidata, Marina Silva, que poderia ser uma alternativa, é por demais submissa a questões religiosas. O que, para mim, que me considero completamente agnóstico, é um comportamento perverso. Voto em Dilma por absoluta falta de opção. Não por convicção. Li que os candidatos, esses três principais candidatos a presidente aqui citados, interpretam papéis, os três. Claro que sim. São atores e a política é um palco.


Mas, alguém sabe efetivamente o que se passa nos bastidores? Seja na política, em Brasília, ou em quaisquer outros panos de fundo, seja na vida pública ou privada? Não. Ninguém sabe de nada.


Voto na Dilma, sobretudo, porque, já que não me é dado o direito de não votar e, sendo o voto obrigatório, considero um desperdício votar em branco ou anular simplesmente o voto e lavar as minhas mãos desse processo, por mais que eu não concorde com a maneira como são feitas as eleições neste País.


Não sei se a mulher é um animal político. Tampouco tenho certeza se o homem é um animal político. O que sei é que homens e mulheres podem ser animais. Ah! Isso sim. E animais, em geral, são irracionais, primitivos, agem por reação, intuição e sobrevivem assim, sob o risco de, se não o fizerem, serem abatidos na extensa cadeia animal. Mas, por outro lado, não tenho certeza de nada ao depositar (melhor dizer, digitar ou, quem sabe, tocar com minha impressão digital na urna) meu voto nessa urna eletrônica em que se converteu aquele velho saco de lona de votos do passado.


O que vejo, historicamente, é que, assim que assumem o poder, homens e mulheres mostram suas verdadeiras faces. Sim, o pano cai e o bastidor fica despojado. Talvez não completamente. Mas, com certeza, alguns pedaços costumam emergir do fosso que separa o palco das coxias. É neste momento que pegamos os atores desnudos, a trocar de figurino, sem maquiagem, sem máscaras, nus, desgraçadamente nus. Por vezes, pode ser bom. Na maior parte do tempo, no entanto, a nudez é feia e mostra corpos decompostos apenas.


Aristóteles disse mais: "O verdadeiro discípulo é aquele que supera o mestre". Dilma não é exatamente discípula de Luiz Inácio Lula da Silva. É uma criatura do atual presidente. Foi forjada nos bastidores (de novo, os bastidores) do poder em Brasília. Foi moldada. Pedaço a pedaço, foi decomposta e composta por uma ostensiva campanha de marketing que a modificou por fora e por dentro.


Mas, e estou cheio das citações hoje, "por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento". Tenho algumas certezas (também estou cheio delas hoje). E uma dessas me diz que a criatura volta-se contra o criador em breve, muito em breve. Basta que chegue ao poder.


Dilma assim, me parece, é sim um animal político. De porte avantajado. E rugirá, inclusive contra seu criador. Ninguém me tira essa convicção. Dilma não é doce. Ao contrário, soa-me amarga. Não é carismática. Teve a sorte de ter um padrinho político que é capaz de plasmar sua própria popularidade nela. Ela não terá a conversa popular, a identificação com a massa, o fácil trânsito entre os morros da Rocinha no Rio de Janeiro e as colinas do Morumbi em São Paulo. Não. Não mesmo. Creio que, depois dos seis primeiros meses de governo, se não antes, conheceremos a verdadeira face dessa que será  a primeira presidente do Brasil. Um animal. Em vários sentidos. Em todos os sentidos.

sábado, 18 de setembro de 2010

Eu tenho, você não tem (again!)

Pois é. O lançamento oficial no Brasil aconteceu à 0:01 de 17 de setembro, sexta-feira, e eu já estou com o meu em mãos, ativado, neste sábado, 18. É, tenho um iPhone 4. É o meu terceiro iPhone: tive o primeiro, o iPhone 1, em agosto de 2007, apenas dois meses após o lançamento nos EUA. Uma amiga me trouxe de Miami e tive que convocar um hacker para desbloquear o aparelho, que funcionava apenas sob a operadora AT&T.


O segundo, o iPhone 3G, já comprei no Brasil mesmo, na loja da minha operadora (que era a Claro).


A terceira versão, o iPhone 3GS, eu passei. Havia acabado de comprar o 3G quando chegou ao mercado, uma semana depois, o 3GS.


Agora, depois de três meses de ser lançado nos EUA, tenho o meu, devidamente conquistado na atual operadora, Vivo, nesta última sexta-feira, 17. É, portanto, a quarta geração do smartphone da Apple.


A principal diferença entre o iPhone 4 e os modelos anteriores, na minha opinião de applemaníaco, é a câmera fotográfica. Agora, tem flash LED e 5 megapixels, ante os 3 megapixels anteriores do 3G, por exemplo. As fotos abaixo são, respectivamente, do meu iPhone 4 e iPhone 3G. A diferença é gritante (clique nas fotos para ter melhor dimensão do que afirmo):






(iPhone 4)                          (iPhone 3G)

Afora isso, o iPhone 4 traz o dispositivo FaceTime pelo qual dois usuários do aparelho podem conversar em videoconferência e se ver mutuamente. OK, a videochamada não é novidade. Mas, quer apostar quanto que o iPhone levará esse recurso a outro patamar? Além de incluir o flash LED, a nova câmera grava também em HD (high definition). Legal que dá para postar vídeos no YouTube em melhor qualidade.




O sistema operacional também mudou em relação aos aparelhos anteriores e, assim que eu conectei o aparelho no iTunes, para fazer a transferência das aplicações do modelo 3G para o 4G, o programa pediu para atualizar para o iOS 4.1, que inclui o Game Center, que permite jogar online com outros usuários. É a Apple que entra no mercado de Massively Multiplayer Online Game (MMOG), que movimentará, em todo o mundo, US$ 14,4 bilhões até 2015, segundo estimativas de consultorias norte-americanas.


Por fora, o iPhone 4 mudou o design. É quadrado, agora, ante as bordas arredondadas dos modelos anteriores. E tem um recurso bem legal: na câmera, existe a opção de "virar" a foto para tirar foto de si próprio. Ou seja, não é preciso mais calcular o ângulo para se fotografar. E já está prevista a liberação do iOS 4.2 para breve, que será capaz de dar acesso a impressoras via rede Wi-Fi. Quer dizer, será possível imprimir arquivos diretamente do iPhone 4.




Ah! A resolução da tela também é uma surpresa em relação aos modelos anteriores. Os comentários nos blogs especializados afirmam que se trata da tela de melhor definição entre todos os smartphones. E foi desenvolvida pela LG, a tela IPS (In-Planning Switching). É chamada pela Apple de Tela Retina.


Ainda há outras características que diferenciam bastante essa nova versão. A possibilidade de operar em multitarefa, por exemplo, o que significa a capacidade de executar vários aplicativos simultaneamente, assim como se faz com o computador - usar e-mail, acessar sites, digitar um texto no processador etc.


De resto, claro que é tudo tecnologia. Mas, eu que sou fanático por Apple, estou bastante satisfeito. Agora, é esperar para ver o que vem na versão 5 (veja aqui os rumores, em inglês). É, nós, loucos pela maçã, nunca nos contentamos.


E, antes que eu me esqueça, o meu objeto de desejo nesse momento é o iPad. Se você quiser me dar um, aceito. E, OK, eu paro de escrever que eu tenho e você não tem. Por que a foto é de um pote de sal grosso? Para me defender do olho gordo, evidentemente!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A Íris está aberta

Começa amanhã, 15, no Rio de Janeiro, a segunda edição da Mostra Internacional de Animação da Diversidade Sexual (Íris), com 60 filmes na programação. As produções, micros e curtas metragens, são de 24 países e foram divididas em oito programas, dos quais cinco são competitivos.




Como o nome diz, a Mostra Íris trata do universo da diversidade sexual. Há o programa "Boys, Boys, Boys", que abrange os curtas de temática masculina, e o "Mulheres Super Poderosas", com temas femininos. E o programa "Coisas de Diva", cujo conteúdo, segundo a organização, é "transanimado".


As melhores exibições da primeira edição da Mostra, do ano passado, também serão exibidas. Entre os destaques, estão o filme belga "Je Te Pardonne", cujo vídeo (em francês) posto aí abaixo e o nacional "Não Pise na Grama", com a história real de J.C., que se viciou em sexo no Aterro do Flamengo por 11 anos.





A Mostra abre no Rio nesta quarta-feira, 15, e vai até domingo, 19 de setembro, no Centro Cultural Justiça Federal, na avenida Rio Branco, 241. Em São Paulo, a Íris se abrirá a partir do dia 24 e vai até o dia 30, no Reserva Cultural, na avenida Paulista, 900. Para maiores informações, acesse o site da mostra.


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Blog de ouro

Recebi do(s) caro(s) Eros, Apolo e Hermes, da trindade que compõe (e decompõe) o blog Três Egos, o selo "Prêmio Blog de Ouro - Eu Admiro Este Blog". Primeiro, Eros, sim, eu adoro receber selos, prêmios, indicações e outras coisinhas mais. Ganhar, assim, espontaneamente, qualquer referência que seja, significa que alguém se lembrou de você e isso, por si só, é legal.




Peço desculpas novamente se deixei passar qualquer outro selo, mas, como eu disse, não foi intencional.


A regra desse selo é simples e, como disse o próprio Eros, embora não seja capciosa, é restritiva: devo indicar outros dez blogs que admiro. Como ele, eu também gosto de muito mais do que uma dezena de blogs. Mas, os selos, em geral, estão atrelados a regras e, portanto, me atenho a elas. Indico os seguintes blogs para receber esse selo (e um selinho, uma bitoca, um beijinho nos lábios):


1. Ovelha Tresmalhada


2. A Monga e a Executiva


3. Hammering in My Shell


4. Luso Boy


5. Cova do Urso


6. Why Not Now?


7. Abraço-te


8. Um Lindo Menino


9. Traços de um Homem


10. Em Parafuso Horizontal

domingo, 12 de setembro de 2010

Meu rugido dominical



Ouço muito as pessoas, de forma geral, afirmarem com convicção sobre como a sociedade (formada por elas próprias, também, essas mesmas pessoas) tem reduzido o olhar preconceituoso sobre os comportamentos diversos aos seus e como, aqui mesmo, na cidade de São Paulo, temos uma atitude tolerante para com as diversidades.


Particularmente, não acredito nisso. Sou bastante cético quanto a progressos culturais e acho, mesmo, que o ser humano se atém a alguns dogmas, ranços mesmo, porque precisa acreditar que, no fundamento, o mundo é sempre o mesmo, tal qual o universo construído pelos mais diferentes pensamentos, sejam religiosos, culturais, políticos (de Estado) ou até mesmo do que se convenciona como "costume popular".


O jornal Folha de S.Paulo, baseado no livro "História da Sexualidade" - Peter N. Stearns - editora Contexto - 288 páginas, trouxe neste domingo uma reportagem sobre a evolução (e involução) sexual do ser humano nos últimos 10 mil anos. E é engraçado constatar que o mundo, dividido, no livro, entre Ocidente (nós, capitalistas, católicos e protestantes) e Oriente (os outros, notadamente islâmicos), um e outro bloco se alternam nas referidas evoluções/involuções.


Por isso reafirmo minha inexistente fé nas digressões que professam uma modernização do pensamento médio da sociedade. Não creio nisso. Para cada passo à frente, dois outros são dados para trás. A sociedade, no conjunto que reúne crenças, valores (morais e materiais), razão e emoção, jamais será libertária o suficiente para que cada qual aja conforme lhe apetece. Nisso eu acredito. E não num utópico mundo em que você e eu podemos agir livremente, de forma radicalmente livre (guardadas as interdições minimamente legais entre as pessoas), sem que sejamos punidos por isso.


Reproduzo a linha histórica que a matéria do jornal trouxe ao longo dos últimos 10 mil anos para reafirmar minha incredulidade em eventuais comportamentos. No caso, neste post, esses comportamentos são avaliados sob o ângulo sexual. Mas, poderiam ser analisados à luz de qualquer outro tema e, tenho certeza, o resultado, no final das contas, seria bastante semelhante. Recorde-se que esse cronograma é baseado no livro, bem como as conclusões sobre cada período/sociedade.


1. Pré-história (há 10 mil anos): o comportamento sexual era liberal. Em tribos que caçavam e coletavam (frutas e vegetais disponíveis), a bissexualidade era comum. A virgindade feminina era pouco valorizada. As pessoas tinha liberdade para escolher seus parceiros.


2. Surgimento da agricultura: o comportamento sexual torna-se relativamente restritivo. Com a agricultura, surge o acúmulo de riqueza (especialmente em terras) e a herança. Os pais passam a controlar a vida sexual dos filhos e especialmente as mulheres viram moeda de troca econômica entre famílias. Diminui a liberdade para escolher parceiros(as) e surge a valorização da virgindade feminina.


2.1. 2.400 a.C.: a palavra suméria para prostituta aparece na primeira lista conhecida de profissões humanas. Com as trocas econômicas, torna-se mais viável a venda de sexo.


3. Antiguidade Clássica (de 800 a.C. até 476 d.C.): o comportamento sexual continua a ser relativamente restritivo. A virgindade continua valorizada e os pais influem nos casamentos, mas há grande tolerância com a homossexualidade, especialmente na Grécia (e também em Roma) e com as representações sexuais.


3.1. 500 a.C.: surge na região de Mileto, no continente grego, uma fábrica de pênis artificiais de madeira e couro almofadado.


3.2. 100 d.C.: no auge do Império Romano, era comum que as famílias tivessem, nas suas casas, representações sexuais explícitas.


3.3. 138 d.C.: morre o imperador Adriano que, mesmo casado, tinha um caso amoroso homossexual com um adolescente.


4. Idade Média (de 476 d.C. até 1453 d.C.): o comportamento sexual passa a ser diversificado. Se o fortalecimento do cristianismo aumenta a quantidade de tabus sexuais na Europa, no mundo islâmico, mais urbanizado, o sexo era visto com mais naturalidade.


a) Mundo cristão


a.1) Século 6: ganham força as concepções de santo Agostinho de que sexo era fruto do pecado humano. É reforçado que Jesus nasceu de uma virgem.


a.2) Século 7: as atividades homossexuais caem na clandestinidade. Cresce a repressão à atividade sexual pelo prazer.


a.3) Século 11: timidamente, cidades começam a ressurgir na Europa, o que gera um gradativo aumento na tolerância com relação ao sexo.


b) Mundo islâmico


b.1) Século 7: o islamismo se espalha rapidamente. Mesmo com regras para restringir o comportamento sexual das mulheres e com a valorização da virgindade, os tabus com relação ao sexo são bem menores do que os cristãos.


b.2) Século 9: são escritas histórias das "Mil e Uma Noites", com contos de infidelidade e sexo. A homossexualidade não é condenada. É vista até como maneira de combater o tédio.


b.3) Ano 1.111: morre o teólogo islâmico Al-Gazhali, que defendia que as mulheres tinham direito à satisfação sexual. Antes de ejacular, o marido deveria aguardar que a esposa chegasse ao orgasmo.


5. Idade Moderna e Contemporânea (de 1453 d.C. até a atualidade): o comportamento sexual é de crescente liberalização. Com a exceção de um soluço conservador no século 19, o Ocidente passa a lidar melhor com o sexo. Os países islâmicos caminham na direção contrária.


5.1. Século 16: os colonizadores das Américas se relacionam com as nativas. Os hábitos se misturam e nascem muitos mestiços.


5.2. Século 18: com o começo da industrialização, a urbanização cresce com velocidade. Os filhos não dependem mais da terra dos pais, e isso diminui o controle paterno sobre a sexualidade.


5.3. Ano 1800: exagerado, um documento oficial alemão critica que "sempre que moços e moças solteiras saem para dançar, acabam na cama".


5.4. Ano 1850: a quantidade de crianças que não são filhas de pais casados já é mais de três vezes maior do que cem anos antes e a instituição do dote começa a sumir.


5.5. Século 19: surgem as primeiras comunidades de amor livre nos EUA, mas a maioria fracassa após crises de ciúmes. Ganham força os vitorianos, que reagem à liberalidade e defendem os perigos do excesso de sexo. Isso funciona e diminui, na Europa, o número de filhos fora do casamento.


5.6. Década de 1910: começa, nos EUA, o "dating" - moças e rapazes que saem juntos. O namoro sai de dentro das casas e fora do olhar atento dos pais.


5.7. Década de 1920: com os primeiros concursos de beleza, o corpo feminino começa a ser mais exibido. Cresce novamente o número de filhos fora do casamento.


5.8. Década de 1930: métodos anticoncepcionais pré-pílula como o espermicida e o diafragma, junto com a crescente urbanização, fortalecem o sexo pelo prazer.


5.9. Década de 1960: a pílula separa definitivamente sexo de reprodução, a minissaia se populariza, as mulheres já saem para trabalhar e a cultura abraça o sexo.


5.10. Década de 1980: países ocidentais de importam pouco com a virgindade feminina. O mercado de trabalho está repleto de mulheres. Surge a AIDS. E crescem os ataques contra homossexuais.


5.11. Século 21: países como Espanha, Argentina e Canadá aprovam o casamento homossexual. Enquanto isso, países islâmicos como o Irã e o Egito perseguem gays e grupos radicais como o Talibã, no Afeganistão, se propõem a controlar a sexualidade feminina.

sábado, 11 de setembro de 2010

Glee, again

Você sabia que Glee tem mais de 1 milhão de downloads no iTunes? Não é para menos. Acabei de assistir o último episódio e, cada vez mais, gosto da série. Na Fox.









Mister Brasil Diversidade 2010 - resultado

Com algum atraso, já que a eleição aconteceu na segunda-feira, dia 6 (semana curta, corrida), divulgo o vencedor da edição 2010 do Mister Brasil Diversidade. É Vitor Abdalla, representante de São Paulo. Vitor é natural de Bauru (região oeste do Estado, perto lá da minha própria cidade), tem 22 anos e trabalha como recepcionista em uma academia em São Paulo.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Ordinariazinhas

Eu quero uma copiadora para fazer reproduções de algumas coisas que eu preciso muito, mas muito mesmo. E não é dinheiro!


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Será que ele é?

Conheço algumas (muitas) mulheres que têm razoáveis dúvidas sobre a sexualidade de seus amigos, namorados, noivos e maridos. Algumas insistem que são homens metrossexuais, moderninhos, que têm bom gosto e que apenas flertam com os amigos porque o mundo, afinal, é civilizado e não tem nada a ver manter um comportamento de macho rude e grosseiro apenas porque o melhor amigo da amiga, namorada, noiva ou esposa é gay.


Acabei de encontrar esse questionário ao estilo da revista Nova que pode ajudá-la, minha cara, a identificar traços que podem ou não desmontar a tese que insiste em rondar por cima de sua cabeça e, finalmente, fazer sucumbir aquele mundo cor de rosa que, às vezes, é choque sim.




O artigo que encaminha o temido questionário relata que, atualmente, mais de 2 milhões de casais nos EUA lutam secretamente contra a homossexualidade (de homens) nos seus casamentos. Observe que apenas reproduzo o artigo, sem juízo de valor (ainda que, em alguns casos, eu interfira com explicações que me pareceram necessárias).


"Será que você é um deles (desses casais)? Você tem problemas de intimidade? Você desconfia das atividades do seu marido tarde da noite? Ou você está alheia a um problema que pode colocar sua saúde e a subsistência de sua família em risco? Não diga que você é simplesmente paranóica sem antes ter um olhar mais atento!


A homossexualidade pode aparecer a qualquer momento durante um relacionamento de longo prazo. Seu cônjuge pode ter feito experiências com o "estilo de vida gay" antes mesmo de você o ter conhecido. Talvez ele apenas te use como disfarce inconsciente quando busca parceiras do mundo heterossexual.


Para esses tipos, a vergonha de ser "tirado do armário" é tão grande que eles vão a extremos para esconder suas atividades lascivas e chegam, inclusive, até mesmo a enganar uma mulher para se casar e parecerem heteros perante a sociedade.


Às vezes, é a família que, nervosa, tem pressa em realizar o casamento do jovem com medo de ter o segredo exposto. Para outros, a homossexualidade pode aparecer mais tarde na vida, quando os homens anseiam em escapar da monotonia da carreira e da vida doméstica. A experimentação com parceiros do mesmo sexo também está ligada ao abuso de drogas ou álcool. Crystal meth (ice ou metanfetamina) e outros narcóticos, comprovadamente, reduzem as inibições e podem fazer com que as pessoas corram riscos incríveis para alimentar seus vícios.




Para a esposa que não tem certeza sobre as tendências do marido, a coisa mais importante é, primeiro, confirmar suas suspeitas. Com base na experiência espiritual e profissionais médicos, reunimos uma lista de 15 características comumente aceitas de homens que lutam com a homossexualidade dentro de um casamento:


1) O uso secreto de celulares e computadores durante a madrugada


O vício da pornografia está estreitamente associado à homossexualidade e uma natureza secreta implica que ele tenta esconder algo de você. Seja por não querer navegar na web na sua frente ou atender telefonemas em sua presença. A troca de mensagens (torpedos ou SMS) é outro truque favorito usado por adúlteros. Por uma questão de confiança, um casal deve partilhar tudo, inclusive registros do telefone, contas de e-mail, chats amigos e histórias da internet.


2) Olha para outros homens de uma forma maliciosa


Quando vocês estão em público, ele passa muito tempo a olhar para outros homens? Será que ele gosta de piscar para as pessoas? Ele fica visivelmente chateado quando alguém não retorna um elogio sobre sua aparência física?


3) Finge atenção na igreja e grupos de oração


Você já notou a falta de interesse dele em questões espirituais? Será que parece sempre como se usasse a igreja como uma desculpa para passar o tempo em torno dos homens jovens? Será que ele é o mentor voluntário em todos os grupos do sexo masculino?


4) Preocupação demasiada sobre a aparência e sobre a casa


Os homens têm, naturalmente, uma certa quantidade de sal sobre eles. E isso é formado pelo suor e pelo cheiro. Homossexuais muitas vezes abominam esse tipo de coisa (são cheirosos e limpinhos, quase sempre) e também são extremamente exigentes sobre a limpeza da casa (olha! tem um risco na parede!). Será que o seu marido faz as sobrancelhas, depila os pelos pubianos ou usa hidratantes caros? Ele é exigente quanto a shampoos de marca? Será que ele gasta mais tempo para se preparar para sair do que você?


5) Faz ginástica mas não tem nenhum interesse em esportes, em particular, nos coletivos (como o futebol)


Os gays usam a academia como um lugar de convívio e para fazer ligações secretas nos banheiros (banherón). Eles gostam de trabalhar seus corpos sem a (maçante) concorrência que a prática de esportes coletivos impõe. Depois disso, eles usam os chuveiros e saunas para manter a atividade sexual fora dos olhos curiosos das mulheres. Se o homem retornar da academia exausto demais para falar ou fazer sexo, isso é um sinal preocupante.


6) As roupas dele estão muito apertadas e muito "trendy", ou seja, ele está muito fashion


Os homossexuais não precisam de palavras para comunicar a sua disponibilidade para o sexo. Silenciosamente, transmitem isso ao mostrar seus corpos magros e duros (quem disse? odeio essas restrições!) nas etiquetas de roupas de marcas conhecidas. Se o seu marido possui jeans skinny e olha para as nádegas no espelho ou se usa um número excessivo de camisetas do tipo baby look, é provável que valha a pena prestar mais atenção às suas atividades privadas.


7) Comportamento sexual estranho


Fetichismo é um sinal de que, para o homem, está mais difícil encontrar uma emoção além da normalidade das relações heterossexuais, vulgarmente conhecida como papai-mamãe. A mulher não pode apelar aos desejos profundos que estão próximos à superfície (o quê é isso??? deve ser necessidade de fazer compras sem limites) quando o casamento se arrasta. Se houver um interesse súbito em sodomia, sadomasoquismo, lubrificantes, role-play, brinquedos sexuais ou outros métodos de relações não-tradicional, essa é uma clara indicação de profundas alterações emocionais.


8) Nos filmes pornográficos, está mais interessado nos homens do que nas mulheres


A pornografia é um elemento perigoso em qualquer casamento, mas há muitos cristãos que assistem esses filmes para acrescentar algo às suas vidas sexuais. Se você tiver ido por este caminho e descobrir que seu homem se regala à vista dos homens nesse tipo de vídeos, você deve se preocupar. Se ele escolhe os filmes por causa de determinados atores do sexo masculino, esse é um sinal evidente de que ele sofre uma crise de ego e do desejo.


9) Viaja com frequência para as grandes cidades ou para a Ásia


Alguns maridos gastam uma grande quantidade de dinheiro para viajar para longe de casa e esconder as suas ações deploráveis com o mesmo sexo. As grandes cidades oferecem indulgências de todo tipo (são verdadeiras Sodomas e Gomorras, que horror!). De bares e clubes gays a prostitutas e balneários do sexo, um homem que busca isso pode encontrá-los facilmente se estiver inclinado a fazê-lo. Existe realmente uma boa desculpa para o marido visitar a Tailândia ou San Francisco sem sua esposa (ou ir para Floripa no Carnaval e pegar uma rave em Ibiza)?


10) Tem muitos jovens amigos do sexo masculino


Alguém que faz um esforço extra para cercar-se de homens mais jovens deve suscitar preocupações em toda a comunidade. Se este for o caso do seu marido, pergunte-se se ele prefere essas companhias às das mulheres. Será que eles se tocam ou se abraçam em abraços longos (ui!)? Não trocam carinhos ou presentes pessoais como lenços ou colônias (alguém pode me dizer se algum homem já deu lenço para outro homem, por favor?)?


11) É audacioso, sarcástico e irônico para seus amigos (em resumo, viadinho)


Um homem que está secretamente envolvido em atividade homossexual pode apresentar qualidades femininas quando se reúne em um grupo. Em certo sentido, ele tende a "deixar seu cabelo para baixo" (ou bater o cabelão, para ser mais claro) e isso será visto na conversa excessiva e e na gesticulação das mãos (uma hiena em plena crise de riso, maybe).


12) O amor pela cultura pop


É bastante comum para os homens jovens curtirem os finais de filmes e séries de ficção da cultura popular, mas quando seu marido se torna demasiado obcecado, com mostras românticas e femininas (como chorar no final), isso é motivo para alarme. Seriados como Gossip Girl, Glee e The Golden Girls são ícones bem representativos do movimento gay que os legítimos homens heterossexuais tendem a evitar (eles assistem de passagem quando mudam de canal e é só).


13) Ele é bastante liberal sobre mostrar o peito nu em público


Será que ele anda sem camisa no quintal ou em churrascos quando outros homens estão por ali (todos sem camisa também???)? Ele usa uma sunga na praia (ninguém mais usa isso na praia, outsider)? Parece que ele está propositalmente em pé, bem alto, no meio de uma multidão com o objetivo de mostrar o peito e os músculos do braço e atiça as pessoas à sua volta com perguntas sobre o quão forte ele está? Isso pode ser o desejo de afirmação física perante outros homens e uma busca desesperada à procura de dicas sobre eventuais desejos compartilhados por aqueles que o rodeiam (em resumo: o mundo é gay, não straight).


14) De repente, passa a beber pesado


Às vezes, pessoas que lidam com um problema emocional insuportável como a homossexualidade tornam-se alcóolatras para esconder sua angústia (nossa! eu bebo tanto, mas tanto, que devo ser um transtornado pronto a ser internado). Será que o seu homem desaparece em bebedeiras por longas horas sem atender o celular? Há um odor estranho quando ele retorna, alguma estranha mistura de cigarros e gel (KY gel, course)? Será que ele chora com frequência (homens não choram, ainda que os brutos também amem)?


15) Você (e a culpa será sua!) saía com homens no passado que acabaram por se assumir (ou 'viraram') gays?


Esta é uma questão importante a se fazer quando o seu casamento começa a ter problemas. As estatísticas têm mostrado que as mulheres que tiveram romances com gays no passado são as mais suscetíveis a repetir esse erro em relacionamentos futuros. Se você respondeu sim, deve se perguntar se, sinceramente, procura um homem ou apenas um amigo que a ajude na hora das compras (de roupas, fofa, de roupas e de sapatos). Afinal, é mais importante para você compartilhar uma fofoca com o maridão ou aumentar o número de filhos que vocês já têm? Em última análise, é uma questão de rever suas prioridades!"

Pessoas queridas que me leem, sempre ou não, não se assustem: isso tudo veio de um determinado site cujo lema é "Conservative Values for an Unsaved World", isto é, "valores cristãos para um mundo perdido". Somente por isso, você, por favor, faça como eu e ria-se disso. Agora, se você realmente pensa em anotar esse monte de baboseiras e prosseguir na sua investigação, isso é por sua conta e risco. Tô fora! Ah! Você quer o endereço do site em caso de precisar empreender uma buscar pela salvação? Tome -->> Christwire.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Radiohead, line up show (25 músicas)

Terceira banda na minha lista musical principal, o Radiohead (atrás do Sigur Rós e do Massive Attack), novamente, me surpreende de forma positiva e efetiva. Até o final do ano, a banda deve lançar um novo álbum com base em show feito em Praga, República Tcheca, no dia 23 de agosto de 2009.


O show da banda foi gravado por mais de 60 fãs com celulares e câmeras fotográficas. Dessas dezenas de gravações, foi editado um material completo e o Radiohead não apenas apoiou a iniciativa como também cedeu o som para os vídeos (são 24 - com 25 músicas, duas no último clip -, no total, reproduzidos um a um neste post; muitos? ah! eu posso, sou fã absoluto deles).


Os fofos fizeram mais: cederam o som, permitiram a gravação do show e apoiaram a iniciativa ao divulgarem o link para download do show - neste site aqui - no site oficial da banda. O objetivo das gravações não-oficiais era fazer tomadas do Radiohead com o máximo possível de ângulos. Há uma única restrição: o show completo (ou vídeos separados) não pode ser usado para fins comerciais, dado que a premissa é compartilhar e curtir (aka Facebook).


O show (e vídeos) pode ser baixado em diferentes formatos ou assistido em streaming de vídeo pelo YouTube. Eu adorei, curti e compartilho. Se você gosta, como eu, do Radiohead, com um line up desses é como se estivéssemos presentes no show. Um show!


- 15 Step





- There There





- Weird Fishes/Arpeggi





- All I Need





- Lucky





- Nude





- Morning Bell





- 2+2=5





- A Wolf At The Door





- Videotape





- (Nice Dream)





- The Gloaming





- Reckoner





- Exit Music (For a Film)





- Bangers N Mash





- Bodysnatchers





- Idioteque





- Pyramid Song





- These Are My Twisted Words


- Airbag


- The National Anthem





- How To Disappear Completely





- The Bends





- True Love Waits/Everything In Its Right Place




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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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