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sábado, 28 de fevereiro de 2009

São Paulo Restaurant Week

Começa na próxima segunda-feira, dia 2, a 4ª. São Paulo Restaurant Week, evento cujos restaurantes participantes oferecem entrada, prato principal e sobremesa a preços fixos para almoço (R$ 25) e jantar (R$ 39). Esses preços não incluem bebidas. Nessa edição, são 122 restaurantes que aderiram aos menus promocionais.

As opções são inúmeras, conforme este link, e, de 2 a 15 de março, paulistanos e turistas poderão escolher entre comida francesa, espanhola, japonesa, judaica, brasileira, italiana, tailandesa e todas as alternativas que envolvem tanto a gastronomia clássica quanto a contemporânea.


O evento "Restaurant Week" surgiu há 16 anos em Nova York em parceria com a semana de moda, a "Fashion Week", com a proposta de aumentar o volume de vendas na baixa temporada da cidade norte-americana, que acontece nas férias de julho. No início, eram 90 restaurantes (Nova York tem mais de 10 mil estabelecimentos).

A primeira edição durou uma semana e foi um sucesso. Já na edição seguinte, o "Restaurant Week" norte-americano tornou-se um evento autônomo e, depois disso, se expandiu com vigor por todos os EUA e outros países. Mais de 100 cidades em todo o mundo organizam o "Restaurant Week", como este que acontece agora em São Paulo.

A primeira edição do "São Paulo Restaurant Week" aconteceu no segundo semestre de 2007, com 45 restaurantes. Na segunda edição, no primeiro semestre de 2008, foram novamente 45 casas. E, na 3ª. edição, que aconteceu em agosto do ano passado, 49 estabelecimentos participaram.

Assim como nos EUA, o "Restaurant Week" brasileiro já ocorre em outras capitais: no Rio de Janeiro (20/04 a 03/05), Brasília (6 a 19/07) e Recife (20 a 31/07). A 5ª. edição da "São Paulo Restaurant Week" está prevista para o período entre 31/08 a 13/09.

Abaixo, amostras de pratos de alguns dos restaurantes participantes:


(Peixe Agulhão com Alga e Arroz Negro, do eñe)


(Salmão com Cream Cheese de Dill, Paté de Ovos e Cebola Roxa, do AK Delicatessen)


(Folhado de Coco, do Bistrô Charlô)


(Cuscuz, do Tordesilhas)


(Ragout de Coelho com Polenta de Funghi Cremosa, Azeite Trufado e Crocante de Mandioquinha, do Lola Bistrot)


(Curry Verde Thai de Frango com Berinjela e Vagem, Arroz Jasmim e Relish de Pepino, do Obá)

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Quem quer ser um miserável?

Da fantasia das telas diretamente para a realidade das favelas. O ator-mirim Azharuddin Mohammed Ismail, estrela do filme ganhador de oito Oscars "Quem quer ser um milionário?", depois de protagonizar uma chegada triunfal na Índia, recebeu a recompensa também em casa: segundo o tabloide inglês "The Sun", Azharuddin levou uma surra do pai por ter se recusado a sair de casa para atender jornalistas e curiosos.

Tanto Azharuddin, de 10 anos, quanto Rubina Ali, de 9 anos, foram recrutados para o filme em favelas de Mumbai. O sucesso de público e de crítica, no entanto, deve durar o mesmo tempo que os louros do Oscar demoram para secar.


(A matéria do "The Sun" com o choro de Azhar após a surra que levou do pai)

No filme, um vendedor de chá ganha dinheiro e descobre o amor no programa "Show do Milhão" local e, com isso, tem chance de escapar da miséria. Para fazer o filme, os produtores (Fox Searchlight) ajudaram financeiramente os atores-mirins e suas famílias. No entanto, com o sucesso, crescem o ressentimento entre famílias e vizinhos dos atores. O filme já lucrou mais de US$ 100 milhões. Mas, para a família dos atores, filme e vida real parecem ser a mesma coisa. A mãe de Azharuddin chegou a dizer que, se no filme o filho é um herói, na vida real o ator é nada.

Na Índia, cerca de 65 milhões de pessoas vivem em favelas, conforme levantamento do próprio governo. E, para os especialistas, a maior parte dessas pessoas estão destinadas a permanecer como estão, ou seja, miseráveis. É um problema cultural - a Índia é dividida socialmente em castas, que são classes sociais rigorosamente observadas -, mas, sobretudo, econômico e social.


(A recepção triunfal na chegada de Azhar à Índia)

É precoce afirmar que o casal de atores-mirins de "Quem quer ser um milionário?" permanecerá nas condições em que estavam quando foram selecionados para o filme. A ajuda dada pelos produtores às crianças inclui educação - ambos foram matriculados na Aseema, escola que ensina em inglês e é voltada para crianças menos privilegiadas de Mumbai - e um pagamento pelos 30 dias de trabalho no filme, com abertura de poupança no nome do pequeno casal. Os produtores não revelam o valor.

Mas, ninguém esperava, de fato, que o filme fosse rodar o mundo e voltar para a Índia dourado de tantos Oscars. O sucesso mundial fez com que a vida de Rubina e Azhar (diminutivo do nome do ator-mirim, que é perfeito para o atual momento) virasse do avesso: assediados em todo lugar, não podem nem frequentar a escola. E as famílias, agora, querem mais dinheiro dos produtores.

O pai de Azhar é doente e ganha entre US$ 30 e US$ 60 por mês. Azhar briga com a mãe e diz que o dinheiro (ganho dos produtores) é dele. Rubina não pode falar inglês na favela sob o risco de ser tachada de orgulhosa e, enquanto isso, as rodas da fortuna giram as engrenagens do filme.


(Rubina e Azhar no tapete vermelho na premiação do Oscar)

O governo indiano prometeu moradias novas às famílias dos dois atores-mirins porque o bairro em que moravam foi desmanchado pela prefeitura. Por enquanto, ambos continuam na favela, em precárias barracas de lona.

O caso dos protagonistas de "Quem quer ser um milionário?" é extremamente semelhante ao do ator Fernando Ramos da Silva, que protagonizou "Pixote" em 1981. Na ocasião, o filme foi eleito um dos dez melhores do ano. O ator, que tinha 14 anos quando foi selecionado para o filme, se envolveu com crimes, na vida real, e, em 1987, morreu assassinado em confronto com a polícia.

Wonderful World

Eu sempre gostei dos comerciais da Coca-Cola. São dos mais criativos na minha opinião. A campanha atual do refrigerante no Brasil une dois símbolos da cultura pop: a própria Coca-Cola e os Ramones.


Veja o vídeo da campanha 2009 que já está no ar com o tema "Viva o lado Coca-Cola da vida".



Agora, os Ramones em si:



E em versão original do inconfundível Louis Armstrong:



Os anúncios da Coca-Cola norte-americana para os intervalos do Superbowl são, como os de outras empresas, os mais bem elaborados para irem ao ar no que deve ser o mais caro espaço publicitário do mundo. Veja os exemplos abaixo para o Superbowl deste ano e do ano passado.

Este tem tudo a ver com o nome deste blog, pois toma do Second Life os avatares e propõe a convivência entre seres virtuais e reais:



Este é o que eu mais gosto e foi feito para o Superbowl do ano passado:



E este é fofo, também para o Superbowl deste ano:




O world poderia ser tão wonderful quanto esses comerciais, não é não?

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Peso, melhor não tê-lo; mas, se não tê-lo, como sabê-lo?

Sabe a expressão "sentir na própria pele"? Sente-se na própria pele um monte de coisas, desejadas ou não. E aquela outra frase "dizem que sou louco, mas louco é quem me diz", da música do Ney? Pois é!



O ex-modelo e personal trainner Paul James, ou PJ, de 32 anos, da Austrália, pretende ganhar 40 Kg para melhor entender os alunos obesos. PJ disse que quer sentir na pele como os clientes com excesso de peso se sentem e entender porque as pessoas têm dificuldades de perder peso.



Para atingir tal objetivo, PJ, que já engordou 26 Kg, come dez ovos mexidos com bacon e toma três litros de leite achocolatado apenas no café da manhã, como parte da dieta de engorda. O objetivo do australiano é chegar aos 120 Kg até março e mantê-los até junho deste ano, quando tentará inverter o processo e começará a emagrecer.


Antes de começar essa experiência de mutante, como você pode ver pelas fotos, PJ pesava 80 Kg. O experimento de PJ será inteiramente registrado para um futuro documentário. Com um corpinho desses por que, meu Deus, por que a pessoa se mete a entrar nesse transe engordurado e calórico? Por que, repito, por que eu não perco meus trocentos quilos extras? Deixe que eu mesmo respondo: enquanto o australiano engorda em atitude altruísta, eu invisto meu tempo em outras experiências como as relatadas no post abaixo, em comportamento compulsivo e egoísta. Será que ele quer um pouquinho dos meus manjares para ajudar no processo engordativo?


Variações sobre o mesmo tema

Tem um doce particularmente do qual eu gosto muito. Aliás, já falei antes neste espaço que sou muito mais afeito a doces do que a salgados. Talvez tenha algo a ver com cromossomos, sei lá. Mas o fato é que gosto de açúcar, sim. Toda a vida.


De uns tempos para cá, resolvi tentar algumas variações sobre o velho e conhecido Manjar Branco. Tradicionalmente, o Manjar Branco se faz acompanhar por ameixas pretas em calda, conforme uma das minhas aulas de gastronomia na disciplina de Cozinha Brasileira. E, atenção!, manjar também é fator cultural, sim!


(Manjar Branco com Ameixas Pretas)

No século XVI, o manjar branco era salgado. Acredite! É isso mesmo. Olha a receita, obtida no século XVI: "Tomareis o peito de uma galinha preta (!) e pô-lo-ei a cozer sem sal, senão na água, e há-de ser não muito cozida para que se possam tirar as fêveras (fibras) inteiras. ... E para este peito é mister um arretel (1 libra ou 460 gramas) de arroz e uma camada de leite deitada no tacho e sete onças (cada onça equivale a 28,35 gramas; então, são aproximadamente 200 gramas) de açúcar. E tomareis a galinha e darlhe-eis três machucadas (apalpadas para misturá-la ao tempero) num gral (tacho), e deitá-la-eis a farinha de arroz e o sal com que se tempere, muito bem mexido. Então, pô-lo-eis no fogo e a tempo batereis. Quando estiver cozido, deitar-lhe-eis o açúcar e, se não for muito doce, poder-lhe-eis lançar mais; e, como for cozido, tirai o tacho fora e enchei as escudelas (tigela ou gamela de madeira) e deitai-lhe açúcar pisado (refinado) por cima".

A receita está em português arcaico. A meu ver, muito poética. Claro que algumas palavras caíram em desuso e, se você não for um(a) escavador(a) da prosa antiga, fica difícil entender. Portanto, pare de reclamar sobre as mudanças feitas pela reforma ortográfica. As pequenas alterações (menos de 0,5% do total do vocabulário) feitas na língua portuguesa não são nada na comparação com esse português do parágrafo anterior.

Deixa eu voltar ao manjar, porém. Como você acabou de ler, o manjar era um prato salgado, feito com carne de frango, arroz e açúcar. Não faça cara de nojo! Assim como a língua mudou, também a gastronomia sofre modificações profundas e o que era salgado atualmente é doce. Aos poucos, o manjar evoluiu: deixou a galinha de lado, depois o arroz, manteve o leite e, mais tarde, migrou para o leite de coco, creme de leite, leite condensado e coco ralado. Até chegar à combinação mais tradicional com a calda de ameixa.


(Manjar Branco com Frutas Vermelhas)

A receita, cujo manuscrito descrito acima era de uma princesa da Corte Real de Portugal, começou a ser alterada em 1680. Originalmente, o manjar tinha os seguintes ingredientes: peito de galinha, arroz, açúcar, leite, sal e água de flor (essência que podia ser de flor de laranjeira, por exemplo). Em 1680, o sal sumiu da receita. Em 1780, o manjar foi descrito por um cozinheiro francês que trabalhava na Corte portuguesa como "à portuguesa". Nessa época, era feito com peito de galinha, farinha de arroz (e não mais arroz), açúcar em 'pó' (e não em melaço) e leite.

No Brasil, o primeiro registro do manjar de que se tem notícia é do livro "O Cozinheiro Imperial", publicado em 1841. Esse livro foi, provavelmente, a primeira obra gastronômica literária brasileira. Foi a partir dessa época que o "Manjar Branco" começou a tomar a forma e sabor como o conhecemos atualmente. Muitos o comparam a um pudim de leite. Besteira! Manjar é manjar.

Se a língua pode mudar - e muda! - muito mais pode a gastronomia, que aceita pacientemente os mais diferentes experimentos. Basta observar os movimentos que se sucedem na gastronomia mundial. Por minha vez, eu adoro fazer experimentações. Claro que estou limitado ao ambiente doméstico. Nem por isso deixo de tentar variações em pratos plenamente estabelecidos. Foi o que fiz com o "Manjar Branco".

Cansado da dominância da ameixa preta, resolvi colorir o branco do manjar. E o fiz em vermelho e amarelo. Gostei de ambos os resultados e pretendo dar continuidade a esse processo e usar o espectro de cores até encontrar uma receita que me satisfaça paladar, visão e estética.


(Manjar Branco com Creme de Manga)

O "Manjar Branco Vermelho" foi feito com goiaba, vinho tinto e cereja. O "Manjar Branco Amarelo" foi produzido a partir de doce de manga. Abaixo, passo as receitas do manjar (em duas versões) e respectivas caldas. Experimente. É bom sair da rotina e meio que enganar os sentidos. A versão vermelha se assemelha a uma torta de morango e a amarela cria a sensação de que se está diante de um quindim.

Manjar Branco 1 (receita original, que dispensa o uso de creme de leite e de leite condensado)

Rendimento: 4 porções (para gulosos; para gente normal, rende até 8 porções)

Ingredientes

- 250 ml de leite
- 125 ml de leite de coco
- 70 gr de açúcar
- 20 gr de amido de milho
- 1/2 coco fresco (ou um pacote de coco ralado)

Modo de Preparo

1. Prepare o coco (se fresco). Fure com equipamento próprio (pode ser um abridor de vinho) e retire a água.
2. Toste o coco na chama do fogão para facilitar o descolamento da polpa.
3. Reparta o coco e retire com faca pequena a polpa.
4.  Limpe a polpa da casca marrom.
5. Rale o coco.
6. Dissolva o amido em leite.
7. Misture todos os ingredientes - leite, leite de coco, açúcar, amido dissolvido e coco ralado - e cozinhe em panela grande até atingir o ponto espesso.
8. Leve o manjar à geladeira em forma própria de pudim (com furo ao centro) e deixe descansar por, pelo menos, três horas.

Manjar Branco 2 (receita alterada, feita com leite condensado e creme de leite)

- 1 lata de leite condensado
- 1 lata de creme de leite
- 1 garrafa de leite de coco
- 1/2 pacote de coco ralado
- 1 pacote de gelatina sem sabor

Modo de Preparo

1. Dissolva a gelatina sem sabor em 5 colheres (sopa) de água em fogo brando e reserve.
2. Junte tudo - gelatina dissolvida, leite condensado, creme de leite, leite de coco e coco ralado - no liquidificador e processe por cerca de 8 minutos. Reserve.
3. Unte a forma para pudim com óleo ou a coloque minutos antes na geladeira untada apenas com água. Esse procedimento facilitará o desenforme.
4. Prepare a calda.
5. Coloque metade da calda na forma de pudim e, por cima, adicione o manjar.
6. Deixe descansar na geladeira por 3 horas.
7. Desenforme e decore com o restante da calda e com os elementos correspondentes - ameixas, goiabas, cerejas ou mangas. Pronto! Pode servir!

Caldas

1. Ameixas Pretas

Ingredientes

- 200 gr de açúcar
- 1 lata de ameixas pretas (em calda ou secas)

Modo de Preparo

1. Retire os caroços das ameixas.
2. Cozinhe as ameixas pretas na própria calda ou, quando secas, em água até ficarem completamente macias.
3. Prepare a calda de açúcar. Basta ferver em fogo branco o açúcar e cozinhar em temperatura de até 100 ºC para obter calda de espessura média.
4. Junte as ameixas cozidas à calda de açúcar. Não retorne a calda ao fogo porque as ameixas ficarão duras e a calda, amarga.
5. Coloque parte da calda (sem as ameixas) no fundo da forma de pudim e, com o resto, decore o manjar quando desenformar.

2. Frutas Vermelhas

Ingredientes

- 1 xícara (chá) de vinho tinto
- 5 ou 6 goiabas vermelhas (você pode usar goiaba em calda ou, ainda, geleia de goiaba porque às vezes é difícil encontrar a fruta in natura ou em calda)
- 1 vidro de cerejas em conserva

Modo de Preparo

1. Limpe as goiabas, se frescas. Retire a casca e todas as sementes e corte em pequenos cubos.
2. Cozinhe a goiaba (fresca, em calda ou geleia) no vinho tinto até obter uma pasta cremosa.
3. Retire a panela do fogo, espere esfriar e acrescente as cerejas (frutas e calda).
4. Forre o fundo da forma de pudim com a calda. Use apenas o creme obtido, sem as cerejas, que serão usadas para a decoração futura.
5. Coloque o manjar branco por cima da calda vermelha, aguarde o tempo de descanso, desenforme e orne com as cerejas.

3. Manga

Ingredientes

- 200 gr de açúcar
- 3 mangas (Tommy, Rosa ou Bourbon)
- 2 colheres (sopa) de amido de milho

Modo de Preparo

1. Limpe as magas. Retire a casca e o caroço e corte em fatias.
2. Processe em liquidificador com água por cerca de 5 minutos.
3. Coe o suco obtido para retirar os fiapos.
4. Dissolva o amido de milho em água.
5. Junte numa panela o suco de manga, o açúcar e o amido de milho.
6. Cozinhe até obter consistência de creme.
7. Forre o fundo da forma de pudim com metade do creme de manga e reserve a outra metade para cobrir  o manjar quando desenformado.
8. Coloque o manjar branco por cima do creme de manga, aguarde o tempo de descanso, desenforme e decore com o creme restante e, se quiser, com pequenas fatias da fruta, cortadas em lâminas.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Que dureza!

O sonho de todo homem é ter uma ereção gigantesca, dura feito aço e que se prolongue indefinidamente. E não adianta contestar. É isso mesmo. Não é à toa que medicamentos como Viagra, Cialis e Levitra, todos criados para combater a impotência, são campeões de venda para pacientes e não-pacientes. Google agora se você ainda não acredita e encontrará milhares de sites de venda online desses medicamentos.

Mas, tudo, absolutamente tudo, tem alguma contraindicação. Uma ereção prolongada pode causar danos permanentes ao pênis como gangrena e impotência. E, aí, meu caro, tudo o que você terá será uma banana mole nas mãos. E entre as pernas.


Contudo, os homens insistem e querem ser como Priapo, deus grego da fertilidade cujo pênis era gigantesco. Priapo era libertino e desregrado e causava terror nas pessoas por conta da monstruosidade que carregava entre as pernas (bem, tenho a impressão que atração e repulsa meio que se confundem, no caso). O resultado é que alguns homens até conseguem. Porém, pagam por isso com o priapismo, que é a ereção persistente que pode causar danos irreversíveis ao pênis.

Na República Dominicana, um homem de 23 anos completou seis dias seguidos de ereção. Preocupado com um encontro que teria com uma mulher, o jovem tomou dois estimulantes sexuais (como Viagra), álcool e energético. Esse coquetel deu resultados e, ao invés do encontro, o homem saiu de casa para o hospital. Foram tentados vários tratamentos para o pênis voltar a ficar flácido, mas, os médicos não obtiveram nenhum resultado e não descartavam a possibilidade de uma cirurgia. Até ontem, Mardi Gras em vários países, a única coisa gorda que o dominicano tinha, de concreto, era a injeção nas suas veias.


Episódio semelhante ocorreu a um dos personagens do seriado "True Blood", da HBO. O personagem toma uma dose cavalar de sangue de vampiro para ocultar a "droga" da polícia e tem, imediatamente, uma crise de priapismo que somente é resolvida por meio de punção (ai!) do pênis.

A ereção peniana ocorre automaticamente na fase REM (Rapid Eye Movement - movimento rápido dos olhos) do sono, a partir de um estado de excitação sexual espontânea ou proveniente de estímulos vários originados pelos órgãos dos sentidos. O cérebro processa esses estímulos e envia a mensagem para que os corpos cavernosos se encham de sangue e determinem a rigidez do pênis. Ao mesmo tempo, o corpo esponjoso do pênis (uretra e glande), dilata-se por um maior aporte do fluxo sanguíneo. Cessado o estímulo sexual ou após o orgasmo, o sangue, que lentamente circulava nos corpos cavernosos, escapa, o que faz com que o pênis volte ao estado de flacidez.


A ereção peniana tem duração variada, de minutos a uma ou duas horas, em média, suficiente para a satisfação sexual. O priapismo é a ereção peniana prolongada dos corpos cavernosos, mas não dos esponjosos, dolorosa, sem desejo sexual e que não cede após o orgasmo. É uma condição patológica em que o pênis persiste em ereção por muitas horas ou dias.

O tratamento do priapismo pode envolver uma série de medidas, como repouso e sedação do paciente; hidratação por via venosa; interrupção ou substituição de possíveis medicamentos responsáveis pelo quadro; transfusões de sangue; punção do corpo do pênis por agulhas, aspiração e lavagem do espesso sangue represado nos corpos cavernosos; introdução (pela própria punção) de medicamentos para estimular a flacidez dos corpos cavernosos; e cirurgia, quando as tentativas anteriores falharem.


Em alguns casos, principalmente naqueles em que a ereção dura mais de doze horas, alterações metabólicas sobre o delicado tecido dos corpos cavernosos poderão ter como consequência a disfunção erétil peniana (impotência sexual). 

Se você, homem, não é nenhum leão (ereção constante de 72 horas seguidas) ou, ao contrário, assemelha-se mais a uma iguana macho cujo pênis, após a cópula, desaparece dentro do próprio corpo, não tente fazer nada parecido em casa. Além de não ter sucesso, passará pelo constrangimento de sair de casa com a marca da sua dureza estampada nas suas calças. E aguentar as piadinhas no hospital, claro.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Nascer e morrer na TV

O Big Brother, já se sabe, é um sucesso no Brasil. O programa está no nono ano de existência e, a despeito da queda de audência registrada em relação a edições anteriores, representa um dos maiores faturamentos - estimado em R$ 110 milhões - para a Rede Globo, que detém os direitos do projeto criado pela produtora holandesa Endemol em 1999.


Quase dez anos de transmissão de Big Brother são suficientes para criar nas pessoas o que representa um programa desse tipo no "cotidiano" de confinados. Para o bem e para o mal, a exposição midiática a que são submetidos os participantes mudará completamente suas vidas.

O reality show - e os há nas mais inacreditáveis modalidades - instalou-se nas TVs de todo o mundo como praga e tudo e todos podem ser gravados e transmitidos em "shows de realidade" de toda sorte da miséria que compõe a esfera do ser humano. Há mais de dez casos registrados de suicídio de ex-participantes de reality shows em todo o mundo. Um, inclusive, foi transmitido ao vivo. O participante se atirou de um precipício ao vivo durante a transmissão do programa "Survivor" em um país europeu.


Em 2002, o Reino Unido iniciou a transmissão da terceira edição do Big Brother. O país iniciou também o ódio coletivo voltado para uma única pessoa. Jade Goody, uma das participantes, era grossa, desaforada e ignorante e, devido à sua semelhança com o porco, ganhou o apelido de "Pig Woman" (Mulher-Porco). Na edição daquele ano, a inglesa ficou em quarto lugar. Mas, com sua atitude, Jade transformou-se em celebridade instantânea. E ganhou dinheiro com toda sorte de exposição na mídia. Depois disso, Jade teve dois filhos, cujo pai morreu de overdose de heroína aos 42 anos.

Em 2007, Jade Goody voltou à TV, em nova modalidade de reality show, o "Celebrity Big Brother", um derivado do "Big Brother". Mais polêmica: brigou com uma atriz indiana que também participava do programa e foi taxada de racista. Após o episódio, Jade confirmou o ódio que suscitava no público: saiu do programa com 82% de desaprovação. 


Em 2008, mais TV. Jade foi uma das participantes do Big Boss, o Big Brother da Índia. Mas, teve que deixar o programa ao ser diagnosticada com câncer de colo uterino. Em fevereiro deste ano, o agente da britânica foi à mídia e revelou que Jade Goody está desenganada e que a celebridade forjada na TV tem poucos meses de vida.

No entanto, Jade não é uma mulher comum. Fez da própria morte um evento midiático e, como tem feito desde 2002, usa a morte para atrair atenção. Em público, a britânica diz que está disposta a faturar o máximo que puder com sua morte para deixar aos filhos algum legado. Como pano de fundo, porém, Jude faz aquilo que mais sabe: reinventa-se na e para a mídia.


A imprensa britânica, responsável em grande parte pela disseminação do ódio contra a "Pig Woman", agora, contudo, louva a ex-Big Brother: "Sob certa luz, Jade Goody é a vítima da cultura moderna midiática ..." e por aí vai até concluir que "... à sua maneira, Jade Goody faz alguma coisa (como trazer a própria morte à tona) para corrigir nossa enganadora negação da morte". E define a proclamada morte da mulher como "o jeito britânico de morrer". É uma piada ao gosto de britânicos, eu imagino.

Um detalhe: Jade Goody vendeu seus últimos meses de vida por 1,7 milhão de euros para a Living TV (a mesma que transmite o Big Brother no Reino Unido) e também as fotos de seu casamento para a revista OK! Sim! A TV terá o direito de transmitir com exclusividade as imagens de Jade Goody morta!


Em fase terminal, Jade acaba de se casar com Jack Twwed, de 21 anos. O valor pago pela cobertura da mídia, informa o porta-voz/assessor/vendedor de Jade, será usado para levantar dinheiro para o futuro dos filhos Bobby, de 5 anos, e Freddie, de 4 anos. Detalhe: Jade foi uma das participantes do Big Brother britânico que teve o maior número de relações sexuais em frente às câmeras. Ao contrário do Brasil, onde o pudor impede imagens a transmissão de sexo explícito ou o nu frontal, na Europa é frequente que os canais transmitam todas as cenas, sem cortes. É mais frequente também que os participantes desnudem-se para tomar banho, ir à sauna, piscina e, claro, para fazer sexo.

A novidade nos "shows de realidade" é a transmissão da morte. Ou o passo-a-passo da "Woman Pig" em sua conturbada carreira midiática até que a morte nos separe, a ela e a nós, telespectadores desse perturbador big brother que estende seus domínios e controla o nascimento e a morte de uma celebridade instantânea.


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Milk não é café com leite

Devo admitir que a minha reentrè no cinema se deu em grande estilo. Depois de mais de dois anos sem ultrapassar as cortinas que separam o mundo real da telona, fui ao cinema e vi, adivinhe!, cinema!


Na boa companhia de Diana e de Maíra, blogueiras bissextas do Senso Incomum, vi "Milk". E gostei. "Milk" acaba de levar dois Oscar: melhor ator para Sean Penn e melhor roteiro original, na cerimônia realizada ontem em Los Angeles, EUA.


(O verdadeiro Harvey Milk)

"Milk" é - ou foi - Harvey Milk, primeiro político norte-americano assumidamente gay, eleito como supervisor de distrito em São Francisco. A história se passa na década de 70, especificamente entre os anos 1976 e 1978. Milk foi quem liderou os primeiros movimentos pelo direito dos gays e, à época, lutou contra a Proposition 6, que queria coibir o acesso dos gays ao mercado de trabalho, especificamente na área de educação. A Proposition 6 foi, em 1978, a mesma coisa que, em 2008, 30 anos depois, significou a Proposition 8 que, entre outras coisas, proibiu o casamento gay na Califórnia.


(Penn em cena da narrativa do filme)

"Milk" pode não ser exatamente o que eu definiria como um "grande filme". Mas é denso e basicamente político. Afora as cenas esperadas dos beijos de Sean Penn com James Franco (que afirmou não ter dificuldades em beijar Sean) e com Diego Luna (que disse ter tido algum embaraço em beijar Sean), "Milk" tem muito pouco de "pink".

O filme, do diretor gay Gus Van Sant e do roteirista também gay Lance Black (mesmo roteirista do seriado "Big Love", da HBO), segura-se, sobretudo, pela atuação de Sean Penn. Impecável e parecido fisicamente com o real Harvey Milk, Penn está à vontade no papel do ativista gay. Marlon Brando já disse sobre Penn: "é o melhor ator vivo de todos os tempos". Madonna, que levou uns tabefes de Penn quando mantinha um relacionamento com o ator, o descreve como o "cowboy poeta".


(Sean Penn com o "namorado" James Franco)

"Milk" é sobre a homofobia, inclusive a que existe dentro da própria comunidade gay. O ativista era funcionário de uma empresa de seguros em Nova York e, aos 40 anos, radicaliza e muda-se com o namorado vivido pelo ator James Franco para São Francisco. E começa aí a vida política de Harvey Milk. Como tantos visionários e condutores de mudanças, Milk não passou, quer dizer, não conseguiu fazer a travessia impunemente: foi assassinado em 1978 por um colega supervisor - que o filme insinua que era gay -, juntamente com o prefeito de São Francisco.

O filme não é fácil. Falar de direitos humanos e para minorias sempre esbarra em contradições e, claro, as opiniões são as mais divergentes possíveis. No entanto, Sean Penn dá conta do recado sem fazer de Milk uma caricatura. É apenas um homem, gay, que se dá conta de que, aos 40 anos, não realizou nada. Nem para si, nem para ninguém. E dá uma reviravolta na vida. Na própria e na de milhares de gays. A ironia é que o filme foi lançado no ano passado quando, simultaneamente, o casamento gay era vetado na Califórnia. Ou seja, os 30 anos que decorreram entre a ascensão e queda de Milk e atualmente não mudaram, praticamente, quase nada.


(Penn em cena na qual discursa para milhares de pessoas em São Francisco)

Curiosidade: no Brasil, o dublador oficial do ator Sean Penn, Marco Ribeiro, pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus, recusou-se a dublar a versão nacional do filme. "Não me sentia à vontade para fazer o filme", alegou o dublador que emendou: "Não tenho preconceito de nenhuma espécie, até porque preconceito vai contra os princípios do evangelho pregado por Jesus Cristo, evangelho este no qual creio e o qual proclamo, que diz que não devemos julgar para não sermos julgados". Julgue você mesmo o que isso tudo quer dizer.

Outra curiosidade: meu distanciamento do cinema por tão longo espaço se deve a vários fatores: tempo, disposição, desânimo ante o comportamento de frequentadores que agem como se em casa estivessem e mais uma série de motivos que não valem a pena ser mencionados. Para minha completa surpresa, a sala estava maravilhosamente silenciosa, sem conversas, sem pipocas e, incrível!, sem o indefectível toque de celular. Por tudo isso, valeu a pena voltar ao cinema. Com "Milk" e sem shake.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Meu rugido dominical


Desde a última sexta-feira, o Brasil está, oficialmente, coberto pelo manto do carnaval, ou "carne vale", ou, ainda, a festa da carne. O nome é explícito e designa, atualmente, com propriedade o que significa o carnaval hoje: a festa da carne.

Essa festa de carne pode muito bem se referir tanto ao sexo quanto à exposição massiva de corpos. Carnaval, modernamente, é expor-se, mostrar-se, desnudar-se em público, de forma consentida e aplaudida. A permissividade é restrita ao contexto do carnaval: se no Brasil fazer topless ou praticar o nudismo é considerado uma agressão ao outro, no carnaval é bem-vindo que se mostre aquilo que, no decorrer do ano, o decoro cobriu.

E, atenção: a regra de mostrar vale para as mulheres, sobretudo. Se o homem expor a genitália, vira polêmica, rende polícia e, se for escola de samba, pode perder pontos e, no limite, o campeonato. Ou seja, ainda mesmo no carnaval, os limites da exposição do corpo estão bem delimitados.

Pode sim travestir-se: o homem tem permissão - e o faz, diligentemente - de se vestir e agir como mulher. Vira uma "putinha": pode agarrar, sentar no colo do outro, fazer dengo e festinha. Mas, cuidado! Tudo deve ser pudicamente considerado no âmbito do carnaval. Porque, ao raiar do sol da quarta-feira de cinzas, esse comportamento invertido deve ser esquecido e a vida prossegue, velada, coberta com o negro véu católico que esconde eventuais pendores que, no resto do ano, não são perdoados.

O carnaval, justamente, tem origem cristã. Surgiu na Idade Média, formado pelas festas lunares. O período em que se celebravam essas festas era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale", o que deu origem ao nome "carnaval". Mas, à época, o adeus à carne não tinha nada a ver com o corpo humano, e sim com a carne de consumo. Pelas regras da igreja, era proibido comer carne animal.

Na Idade Média, cada cidade tinha seu próprio estilo de carnaval. A festa, como a conhecemos atualmente, nasceu no século XIX, apenas. E, por incrível que pareça, quem exportou o modelo do que hoje concebemos como carnaval - com fantasias e adereços - foi Paris. Não é coincidência o fato de cidades como Nice, New Orleans, Toronto e Rio de Janeiro terem, todas, forte inspiração no carnaval original parisiense.

Mas, antes ainda, no século XI, a igreja católica implantou a semana santa, precedida por quarenta dias de jejum (Quaresma). Esse período impunha a privação total dos prazeres da carne, fosse sexo, consumo de carne animal ou qualquer outra relação associada à carne. Antes, e não faz tanto tempo assim, havia, inclusive, um cerimonioso silêncio - nada de música, gritos ou conversas altas - durante os dias da semana santa. Na Quaresma, os homens não deveriam nem ao menos barbear-se ou cortar o cabelo.

Mas, para que tanto sacrifício fosse efetivamente feito, havia que se liberar o corpo e espírito de forma desenfreada antes. Era mais ou menos como cometer toda série de desatinos e saber que teria que se penitenciar pelos longos dias de privações que se seguiriam. Assim, alguns dias antes de ter início a Quaresma, os futuros "confinados" tinham os chamados "dias gordos". Particularmente, a terça-feira dita "gorda" era o dia mais importante: mundialmente, a terça-feira gorda é chamada de "Mardi Gras".

Pelos séculos, escorreram a Idade Média, a Quaresma e todos os demais apelos sagrados que festas relacionadas a carnaval ainda pudessem conservar. Do sagrado ao profano, o carnaval atravessou séculos para chegar a uma imensa festa da carne, feita de símbolos os mais diversos, mas, sobretudo, baseada apenas e tão-somente no corpo e, consequentemente, nos desejos da carne.

O carnaval é muita coisa: em algumas regiões dos EUA e em muitas cidades europeias, o Mardi Gras nada mais é do que se desnudar. Em New Orleans, talvez o Mardi Gras mais popular dos EUA, há que se mostrar os peitos (mulheres) ou pintos (homens) para se ganhar o maior número possível de colares. Quem mostra mais, ganha mais colares. Na Europa, grandes festas gays, com altas doses de sexo praticado em público, estão relacionadas ao Mardi Gras. E, no Brasil, afora o desfile oficial das escolas de samba, dominado sobretudo pela tirania da TV, o sexo rola solto, seja em Salvador, Florianópolis ou Recife.

Qualquer baile de carnaval, das capitais ao interior, pressupõe que a permissão está no ar, ainda maior do que nos dias de cinzas. Bebe-se, transa-se, fica-se. Cenas explícitas nos mais variados lugares. Quem não se lembra da era pré-AIDS? Daquelas revistas de sacanagem que traziam fotos de foliões e foliãs em autênticas festas de bacantes?

Carnaval, hoje, significa agremiação. Não de "comunidades" como as pessoas e mídia gostam de afirmar. Não, nada disso. Mesmo porque o termo comunidade pode determinar muitas coisas, entre as quais associações que se agregam para atingir um único objetivo. E, ao que me parece, uma festa coletiva de carne, com conotação de sexo, ainda não faz parte de um dos objetivos das "comunidades". Por enquanto, sexo selvagem coletivo apenas no filme "O Perfume". Eu acho, vai saber.

Quero dizer que nada tenho contra o carnaval e, Deus me livre, sou totalmente a favor do sexo. O que opino aqui é sobre uma festa que, ao contrário do que se supõe, desagrega. É um paradoxo: um evento que reúne milhares de pessoas, simultaneamente, as afasta. Quando o corpo vira moeda de negociação no mercado da "carne vale", resta somente isso: um punhado de carnes que se negociam em transações precárias que duram a passagem do desfile, do bloco ou nem isso.

É tudo exatamente como o tempo contemporâneo: rápido, fugaz, toma-lá-dá-cá. Festa da carne sim. Apenas do corpo. Porque o espírito ficará relegado e, muito pouco provavelmente, se fará notar diante de tanta opção. À quarta-feira de cinzas que se segue ao carnaval, segue também uma nuvem carregada de falta de espírito. De corpos usados e sumariamente rejeitados. Não sobram tampouco as cinzas. Apenas fumaça. Falta espírito. Falta conteúdo. Que preencha os corpos, desnudos, travestidos ou fantasiados. Porque a fantasia descola assim que a primeira hora anuncia a chegada do período de privação. E, aí, resta apenas o espírito para os próximos quarenta, 365 dias do ano.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Lost encontrada, enfim!

Atlântida é um dos mitos mais antigos e falados da humanidade. Já em 400 a.C., o filósofo grego Platão citava Atlântida nos diálogos "Natureza" e "Atlântida". Conforme os relatos de Platão, o povo atlante viveria em uma ilha localizada entre o final do Mediterrâneo e o começo do oceano Atlântico. Uma lenda grega evoca a construção do mito da ilha.

Em Atlântida, vivia uma órfã, Clito. Poseidon, deus dos mares, apaixonou-se por Clito e, para ficar junto dela, erigiu uma barreira feita de muralhas de água ao redor da morada da jovem. Dessa relação, nasceram cinco pares de gêmeos. Ao primogênito dos dez filhos, Poseidon deu o nome de Atlas. Poseidon dividiu a ilha em dez áreas circulares e a Atlas coube a supremacia de toda a ilha, governada a partir da montanha mais alta da região.


(Simulação do que teria sido Atlântida)

Nos demais anéis da ilha, reinavam os outros nove filhos de Poseidon e Clito. Os gêmeos reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha, no palácio dos pais. Esse encontro anual dava início a um festival no qual cada um dos descendentes ia à caça de um touro. Da caça, os filhos bebiam o sangue e comiam a carne.

A ilha de Atlântida era abundante em riqueza vegetal e mineral e os reis (gêmeos) construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas entre os anéis, o que transformava a ilha em ponto praticamente inatingível a partir do oceano. Esse é o mito da ilha que, conforme Platão, teria sido destruída por um terremoto ou maremoto (lembre-se das tsunamis) no ano 9 mil a.C. Outra versão dá conta de que o povo atlante teria sido vítima da própria ambição colonialista, o que teria provocado sua derrocada pelos atenienses. Uma terceira hipótese, da região da Sicília, afirma que Atlântida teria sido posta abaixo pela ação das amazonas. A civilização atlante era muito mais evoluída do que os outros povos da época (semelhante à lenda dos incas e astecas, não?) e, ao pressentir a iminente destruição, teria emigrado para a África, o que teria dado origem aos egípcios.


(Os escombros submersos de Atlantis)

Essas lendas sobreviveram ao tempo e foram transportadas aos dias de hoje como mitos. No entanto, pairam na cultura atual e Atlântida é retratada, no coletivo imaginário, como uma cidade submersa, povoada por sereias e outros tipos humanos subaquáticos.

Mas, uma versão bastante contemporânea foi proposta por um pesquisador recentemente, o que aproxima Atlântida de Lost, o seriado da TV. Em Lost, passageiros remanescentes da queda de um avião enfrentam dificuldades cada vez mais misteriosas na ilha perdida em algum ponto do Pacífico. Mudou o oceano, mas não os mitos. A ilha de Lost é cercada de segredos e cheia de insinuações mitológicas.


(Palácio de Poseidon na antiga Atlântida)

A teoria polêmica proposta pelo pesquisador Ezra Floid propõe que Lost, quer dizer, Atlântida, era uma gigantesca nave espacial, um imenso objeto voador não-identificado (OVNI) descrito em muitas culturas como "A Ilha Voadora" (citada no livro "Viagens de Gulliver", por exemplo).

A ilha voadora é mito recorrente de várias culturas: na Bíblia, é descrita como "Jerusalém Celestial"; a Purana Hindu (um dos 18 ensinamentos indianos, escritos em versos) cita que "a ilha" desce dos céus (e é do hinduísmo que vem o termo "dharma", que é o nome do projeto científico de Lost; dharma significa "lei"); e para os astecas, maias, incas e egípcios, a ilha era disco solar. No contexto dessa teoria, Atlântida era uma missão colonizadora e, como tal, percorria diferentes regiões da Terra. Motivo exato da sua presença em pontos tão distintos quanto o Mediterrâneo, a Indonésia, os oceanos Atlântico e Pacífico, os pólos Norte e Sul e os Andes. E mais: Atlântida seria a mesma nave descrita na epopéia dos sumérios, que são considerados a civilização mais antiga da humanidade.


(Os pontos amarelos indicam hipotéticos lugares por onde passou a "ilha voadora")

Na concepção defendida pelo pesquisador Floid, Atlântida não teria submergido pela ação de catástrofe natural, e sim de forma intencional, para se esconder. Ao se lançar ao espaço, de volta à sua própria região de origem, a "ilha voadora" teria provocado uma enorme onda circular (tsunami). Os sobreviventes (humanos), a partir dessa tsunami, teriam disseminado a tese da Atlântida afundada.

Mas, onde, efetivamente, o OVNI se baseava, quando estava na Terra? Há várias hipóteses. Uma das correntes defende que a ilha ocupava parte do local onde atualmente se localizam os Açores, a ilha da Madeira, as Ilhas Canárias e Cabo Verde. Outra tese afirma que Atlântida seria, na realidade, a própria América. Especificamente, a ilha Tiwanaku, boliviana, sob cujas escavações foram encontrados portos. Mais uma tese remete a nave à Ilha de Creta, nos Bálcãs. E, para concluir, há quem defenda que Atlântida ficava sob a superfície da Antártica.


(A imagem captada pelo Google Ocean do que seria Atlântida; a parte de cima é a imagem bruta captada pelo Google e a parte inferior foi tratada em computador)

Para colocar farofa nesse ventilador mitológico ancestral, um novo deus, esse sim onipotente e onipresente, acaba de divulgar que pode ter encontrado vestígios da civilização perdida de Atlântida. Esses deus, o Google Ocean (similar ao Google Earth), teria capturado imagens em um local próximo às Ilhas Canárias, a quase 1 mil quilômetros da costa da África. O pesquisador Charles Orser, da Universidade do Estado de Nova York, disse que a descoberta é fascinante.

A imagem captada pelo Google Ocean (veja acima duas versões) forma um retângulo cruzado por linhas que lembram o mapa de uma cidade. O deus Google Ocean forma, com o Google Earth e o Google Sky, a tríade que permite ao usuário obter imagens em três dimensões do céu, da terra e do mar. Falta ainda lançar uma ferramenta que nos permita fuçar o interior da terra e, quem sabe, descobrir um caminho alternativo que nos leve à China e que permita aos chineses virem ao Brasil, tudo por um túnel subterrâneo. Eu sabia que Lost existia, eu sabia!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

PlayStation chega ao Brasil 15 anos depois

O Brasil tem cerca de 11 milhões de consoles de games instalados, dos principais fabricantes: família PlayStation, da Sony; DS e Wii, da Nintendo; e Xbox 360, da Microsoft. Esse número é uma estimativa dos executivos do setor. Mas, 94% dessa base - 9,4 milhões - são formados pelo "mercado cinza", ou seja, são ilegais.


Das três empresas, a única que vende diretamente o console no País é a Microsoft. A Nintendo revende por meio de representante e a Sony, líder de vendas, simplesmente não vende oficialmente no Brasil.


Mas, aparentemente, isso mudará este ano. Lançado em dezembro de 1994 (modelo PS1), o console mais popular do mundo chega ao Brasil ainda neste semestre. Nesta sexta-feira, a Sony anunciou que lançará os consoles PlayStation 2 (PS2), PlayStation 3 (PS3) e PlayStation Portable (PSP) em 13 países da América Latina. Embora não tenha divulgado os nomes dos países e muito menos se o Brasil está entre os escolhidos, certamente o País deve, finalmente, receber os consoles da Sony de forma legal, já que é a economia mais importante da região.


Ao lançamento dos consoles deve se somar a chegada de serviços online relacionados ao PlayStation: rede PlayStation Network e atualizações de software. No ano passado, foi aprovada a fabricação do PS2 no Brasil e o respectivo lançamento do console. A entrada oficial da Sony no mercado de consoles brasileiro deve ocorrer entre março e maio deste ano.

Embora o mercado brasileiro de games represente muito pouco dentro do faturamento mundial - cerca de R$ 100 milhões ante os US$ 57 bilhões gerados pela indústria global de games e entretenimento -, o Brasil sempre foi visto como país estratégico pelos fabricantes. Assim como a Apple, que ensaia há alguns anos a entrada oficial no Brasil, a Sony, ao que parece, resolveu cuidar de seus próprios consoles ao invés de deixá-los sob o controle do contrabando e da pirataria.

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Este é um dos pratos que será servido na cerimônia do Oscar, que acontece no próximo domingo, 22. A criação é do chef Wolfgang Puck. O salmão tem o formato da cobiçada estatueta dourada e se chama "Smoked Salmon Pizza with French Farm-Raised Osetra Caviar and Dill Crème Fraiche". Ou seja, salmão.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O céu que não protege

O Vaticano, auto-declarado guardião espiritual na Terra dos frágeis e devassos humanos, acaba de estabelecer que existem dois portões para o inferno: um para o homem e outro para a mulher. Não bastasse o fato de todos estarmos condenados em primeira instância a fazer o check-in ante a alfândega celestial, agora vão nos separar em dois embarques distintos.

Uma pesquisa católica, conduzida pelo Vaticano, demonstra que o pecado mais comum da mulher é a vaidade. E a gula, que era o pecado número 1 do homem, foi ultrapassada pela luxúria. De forma que, em termos terrenos, as mulheres estão preocupadas apenas consigo mesmas e nós, homens, somente pensamos naquilo, sexo.


Agora, acredite se quiser: os dados do Vaticano foram baseados em análise de confissões conduzidas por um padre jesuíta de 95 anos, frei Roberto Busa, que é assistente teológico pessoal do papa Bento XVI. A pesquisa que separa homens e mulheres no acesso ao inferno foi publicada no jornal oficial do Vaticano, "L'Osservatore Romano".

Homens e mulheres pecam em diferentes níveis, conclui outro teólogo, o monsenhor Wojciech Giertych. Para o monsenhor, os pecados mais difíceis de evitar, para o homem, são a luxúria, seguida da gula, preguiça, ira, vaidade, inveja e avareza. Para a mulher, ainda conforme o monsenhor, os pecados mais cometidos são a vaidade, a inveja, a ira, a luxúria e a preguiça.


Para facilitar, vou demonstrar em tabela a ordem de importância de cada pecado para o homem e para a mulher:

Luxúria - 1º. para o homem; 4º. para a mulher;
Gula - 2º. para o homem; ND (não disponível) para a mulher, ou seja, ela não come;
Preguiça - 3º. para o homem; 5º. para a mulher;
Ira - 4º. para o homem; 3º. para a mulher;
Vaidade - 5º. para o homem; 1º. para a mulher;
Inveja - 6º. para o homem; 2º. para a mulher;
Avareza - 7º. para o homem; ND para a mulher, ou seja, como o dinheiro não é dela, ela não economiza mesmo.

Em linhas gerais, faço a minha própria leitura da pesquisa, em ordem decrescente de pecado:

Homens: queremos sexo (luxúria) e muito, seguido de boa comida (gula), com um bom intervalo para roncar e babar (preguiça) para, em seguida, ter raiva (ira) da mulher que nos acordar e, ato seguinte, irmos ao banheiro e nos enxergarmos no espelho como porcos de granja (vaidade), urinar em pé (inveja do pênis, por parte da mulher) e prometer para si mesmo que ela não verá mais um tostão e tampouco desfrutará do sexo que somente você proporciona (avareza).


Mulheres: pena que o pavão-fêmea não tenha as penas que o macho tem. Porque o negócio delas é se pavonear (vaidade) de todas as formas possíveis, nem que para isso necessário seja se travestir de oncinha, de perua ou de qualquer outro adereço roubado ao mundo animal. Ao ato de se vestir, segue-se a vontade de se mostrar, principalmente para as outras (inveja) que, se você for bem-sucedida, provocará choro e ranger de dentes (ira) e, com algum esforço, suscitará em algumas e em outros fortes desejos carnais (luxúria).

Mas, tudo isso pode ser comprometido se você imaginar o trabalho que dá (preguiça) depilar o buço, as axilas, a virilha, pintar o cabelo, fazer chapinha, manicure, pedicure, maquiar-se com 7 ou 8 camadas que escondam a sua verdadeira face, escolher o vestido que mais esconde o que não deve ser mostrado, sobretudo quando vestida, calçar o sapato mais alto que te empine o busto - e que praticamente te causará lesões irreversíveis -, andar feito Gisele na passarela, beber para parecer feliz e ficar bêbada e tentar ocultar o fato, atrair o macho feito mariposa em noite de verão ... preguiça, preguiça, preguiça.


É muita coisa, eu sei! Mas, ao menos você prescinde da comida (gula) porque, com tanta providência, você simplesmente se esquece que tem de comer. E nem pensar em economizar (avareza) porque cada oportunidade figura como investimento futuro. Se a fundo perdido ou não, somente o saldo do dia seguinte irá te demonstrar.

Espero ter ajudado a esclarecer o estudo do Vaticano porque, a depender do que aqueles velhinhos que estão lá em Roma falaram, o céu, definitivamente, não nos protege. O negócio é tentar fazer aqui mesmo, na terra, o que der. Ai que vontade de cometer o pecado número 1 (do homem, claro)!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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