Mas, antes, passamos por um leve sobressalto. A prova era teórica, de Cozinha Oriental - China, Índia, Laos, Camboja, Tailândia, Filipinas, Vietnã, Coréia e Japão. O material era bastante extenso e os nomes, como você pode imaginar, não são de fácil memorização. Tampouco os significados: dahi (coalhada ou iogurte na Índia), lassi (bebida refrescante), paneer (queijo), ghee (manteiga clarificada), Peh Ching K'ao Ya (Pato de Pequim).
Claro que nem com a ajuda espiritual de Confúcio e de Buda é possível entranhar e reproduzir ingredientes, molhos, temperos e os mais diversos pratos orientais. E nem adianta prometer subir a Muralha da China de joelhos. Além de não significar nada para a cultura chinesa, lhe asseguro que a nada amistosa guarda chinesa lhe conduzirá por caminhos nada tranquilos.
O sobressalto a que me referi foi uma brincadeira: o professor nos separou, nos colocou a cada um bem distantes uns dos outros, distribuiu a prova, leu o enunciado e disse: podem fazer!
Como a prova de Cozinha Oriental já havia sido aplicada para outras turmas, sabíamos, de antemão, que havia sido com consulta. Portanto, estávamos tranquilos. Mas, surpresa! Ele somente disse: façam! Sem consulta!
A classe soltou um "Oh!" coletivo e pungente, mas, ele, ator, continuou e disse que era para fazer e pronto. A surpresa se manteve em suspenso por pelo menos um minuto. Tempo suficiente para ouvir com precisão sinais de taquicardia, dor-de-barriga, choro e ranger de dentes.
Depois, com a devida audiência aterrorizada, nos chamou de cretinos (típico) e disse que podíamos consultar a apostila. Outro "Oh!" coletivo, aliviado, se fez ouvir. Devo dizer que se não fosse por isso, teria o meu pior resultado nesses dois anos. Eu sabia apenas uma questão, do total de seis: a base da cozinha tailandesa, que é coco e pimenta. De resto, não tinha a mínima idéia.
Como os colegas e eu imaginávamos que seria uma prova sob consulta, em nenhum momento eu pensei seriamente em estudar a apostila. Apenas, durante o dia, fiz uma ligeira leitura, do tipo dinâmica: passei os olhos pelas páginas e pronto.
De qualquer forma, até mesmo esse olhar desatento me ajudou: eu estava familiarizado com a apostila e concluí a prova em menos de 30 minutos. Assim, se encerrou o capítulo "provas" do quarto módulo e último ano de gastronomia.
Não sei dizer com precisão se terei que passar pelos exames. Na semana que vem, teremos que apresentar o TCC (sexta-feira, dia 5 de dezembro, pontualmente às 20:40 horas). Exceto pelo TCC, não haverá mais compromissos.
No entanto, na outra semana, a partir do dia 8 de dezembro, teremos a semana inteira de devolutivas (de notas e faltas) e, se for o caso, o anúncio de exames (que é uma espécie de repescagem para quem não atingiu a nota média final, que é de 12 pontos no módulo inteiro).
Assim, oficialmente, minhas aulas terminam apenas no dia 12 de dezembro. Mesmo porque é obrigatória a presença das devolutivas, com direito, inclusive, a chamada e presença, ou falta.
Este Rastreio voltará a ser publicado apenas no dia 5 de dezembro, portanto, já que não terei relatos relativos à faculdade nos próximos dias. Isso não significa desvinculação com a faculdade. Nesse ínterim, preparo a apresentação do TCC (são, no máximo, dez slides em PowerPoint), o ensaio da apresentação (com todo o grupo) e a dose necessária de energia para, finalmente, nos submetermos à banca. Até lá, torçam por mim. Beijo, me liga!